No artigo de hoje, falaremos um pouco mais sobre a fusão dentária, uma das anomalias relacionadas a formação dentária, caracterizada por sua união, sendo ela de coroa e/ou raiz. Assim como, abordaremos suas causas, características morfológicas, a prevalência de casos e como realizar um diagnóstico diferencial.
Causas da Fusão Dentária:
O nascimento do dente fusionado na arcada dentária normalmente ocorre nos dentes anteriores, e em dentição decídua, sendo suas principais causas:
- De origem genética ou hereditária, ou seja, passado de pai para filho;
- De origem morfológica: devido à falta de espaço, ao se desenvolverem, entram em contato um com o outro, antes de ocorrer a sua calcificação;
- De origem traumática, devido a traumas sofridos durante a formação do dente.
Prevalência dos casos:
A prevalência, ou seja, a predominância dos casos de fusionamento, é mais ligada a fatores genéticos e hereditários, pois normalmente acomete os dentes decíduos, mais conhecidos como dentes de leite. Abaixo segue a lista da prevalência da fusão dentária:
- Não tem uma predominância de gênero, em suma, pode acometer homens e mulheres igualmente;
- Em dentes permanentes, a prevalência está relacionada a traumas no processo de formação dos dentes, ou seja, devido a tombos e traumas ocorridos;
- Afeta predominantemente os dentes anteriores (incisivos e caninos), contudo, há relatos de anomalias em dentes posteriores (pré-molares e molares);
- Na maioria dos casos em que há erupção fusionada de dentes de leites, a prevalência é de origem genética ou hereditária.
Características da fusão dentária:
Na odontogênese, nome dado ao processo de formação do dente até sua erupção, ocorre o surgimento do germe dentário, responsável pela formação e crescimento dentário. A fusão dentinária deriva -se como uma anomalia deste processo.
Na fusão, o processo de união dos dentes ocorre devido ao compartilhamento da dentina dos dois dentes, contudo, não há compartilhamento de esmalte nem de cemento.
Ao exame intra-oral e exame radiográfico, podemos observar características anatômicas que definem a fusão, e diferencia de outras anomalias como a germinação e concrescência. São elas:
- A presença de 2 polpas dentárias, local que se encontra o canal do dente;
- A presença de 2 coroas dentárias;
- A presença de 2 raízes dentárias. Sendo os dois últimos tópicos divididos em duas classificações:
Completa: Quando a coroa e a raiz se unem totalmente;
Incompleta: Quando somente a coroa ou a raiz se fundem.
- Tamanho alterado (maior);
- Presença de menos elementos dentais em boca.
Diagnóstico diferencial e tratamento da fusão dentária
A melhor maneira de se obter um diagnóstico diferencial é através da radiografia dentária, a fim de diminuir a possibilidade de confundir com outras anomalias como germinação e concrescência, pois apresentam aspectos clínicos muito parecidos.
Geralmente não apresentam complicações, apenas em casos em que o sulco (canaleta) existente entre esses dentes, apresenta biofilme (placa bacteriana ou tártaro) e lesões cariosas.
Nesse sentido, o odontopediatra pode realizar o selamento deste sulco (canaleta) entre os dentes, a fim de evitar lesões em decorrência da cárie, em consultório, para melhor preservação da saúde bucal.
Por isso é primordial realizar uma higiene cuidadosa destes dentes, incluindo o uso de fio dental, com a finalidade de manter a saúde bucal, evitando complicações e até a perda desses elementos.
Procure sempre o atendimento do dentista e odontopediatra.