A biossegurança na odontologia é um conjunto medidas a serem tomadas, visando a diminuição do risco de contaminação de diversas doenças. Dessa maneira, preparemos esse termo para você entender a importância da biossegurança e as formas de mantê-la.
O que é biossegurança na odontologia?
Sabe-se que todos os indivíduos que participam da prática odontológica estão expostos a fatores de risco durante seu dia a dia. Dentre eles, os principais são os físicos, químicos ou biológicos. No tocante aos fatores biológicos, as principais doenças infecciosas transmitidas pelo sangue e saliva dos pacientes são herpes, tuberculose, sífilis, tuberculose, parotidite virótica, rubéola, varicela, HIV e principalmente a hepatite B e C. Logo, diante do risco envolvido no dia a dia do dentista, tornou-se necessário a elaboração e cumprimento de um protocolo de biossegurança na odontologia de modo a diminuir a ocorrência de infecções e promover a saúde de todos os envolvidos no consultório.
Uma classificação é feita quanto aos instrumentos utilizados, e baseado nisso, há uma visão geral do tratamento a ser empregado em cada um. Aqueles que ficam em contato apenas com a pele intacta do paciente são considerados não críticos, ou seja, não apresentam elevada probabilidade de infecção. Sua limpeza pode ser feita através da lavagem com detergente e água. No entanto, instrumentos que penetram o tecido, como os utilizados em cirurgias, são classificados como críticos. Para estes, é recomendado a esterilização sempre após o uso. São exemplos desses materiais fórceps, curetas, cinzel de osso, sondas, e brocas.
Medidas de biossegurança básicas no consultório de odontologia
Quando o profissional no consultório realiza medidas simples diariamente, pode haver uma significativa diminuição do risco de contaminação por microrganismos. Por isso, os trabalhadores envolvidos no consultório devem ter medidas básicas de proteção, como a lavagem de mãos. Além disso, os profissionais envolvidos no consultório devem manter o cartão vacinal em dia, principalmente no que diz respeito às infecções mais comuns no ambiente. Ainda, devem fazer o uso correto dos EPIs e descontaminar o ambiente de trabalho e os materiais.
Para manter o ambiente mais seguro, o dentista deve utilizar preferencialmente sabão líquido para a higiene das mãos, já que o sabonete em barra é mais propício para o desenvolvimento de microrganismos. Além disso, ao utilizar filmes radiográficos, estes devem estar envoltos em plástico filme, evitando contaminação. Ainda, o profissional deve utilizar toalhas de papel descartáveis ao invés de toalhas de pano, dado que estas podem gerar infecção cruzada. Se possível, deve-se dar preferência às toalhas brancas, dado que as coloridas possuem uma qualidade menor.
Uso dos EPIs para biossegurança da odontologia
O uso dos EPIs é fundamental para a segurança no consultório. São constituintes do processo o gorro, o avental impermeável, máscaras descartáveis, óculos de proteção e luvas. O profissional deve trocar o avental diariamente ou quando estiver visivelmente sujo. No caso de procedimentos mais invasivos, recomenda-se o uso de aventais descartáveis. Quanto ao uso de máscara descartável, o dentista deve trocá-la entre cada paciente ou após respingar secreções, como o sangue. Como a distância entre o paciente e o dentista é pequena, é possível que, durante a fala, lancem partículas de saliva. Os óculos de proteção, no que lhe concerne, devem ser lavados com o correto agente de limpeza.
As luvas estão presentes ao decorrer de todo o dia no consultório. Isso acontece já que elas são extremamente importantes em situações onde há contato com sangue, saliva, mucosa e tecidos. Devem ser próprias para cada procedimento e colocadas apenas após lavagem das mãos. Dado que esse é um equipamento muito utilizado, o dentista deve se atentar ao fato de que, enquanto as utiliza, não deve manipular objetos fora do campo de trabalho, que podem estar contaminados. Ainda, as luvas não protegem de perfurações de agulhas, mas podem reduzir ao dobro a penetração de sangue. Por fim, em caso de procedimentos de longa duração, recomenda-se o uso de dois pares de luvas, promovendo uma maior proteção.
Infecção cruzada no consultório odontológico
Quando agentes infecciosos transmitem doenças em um mesmo ambiente tem-se uma infecção cruzada. Isso acontece quando há contato direto entre as pessoas ou entre estas com objetos contaminados. Um exemplo disso é a cavidade bucal, que pode transferir microrganismos patogênicos do paciente para a superfície dos equipamentos presentes no ambiente através do sangue, fluidos orgânicos, secreções e excreções. Evita-se a infecção cruzada com a realização da correta limpeza das superfícies, esterilização de instrumentos e promoção de barreiras mecânicas. Este último é caracterizado pelo emprego de filme PVC e sacos plásticos nas superfícies de equipamentos, como, por exemplo, o refletor, sugador, comandos, seringa tríplice entre outros.
Formas de esterilização
A esterilização em autoclave é o método padrão de biossegurança da odontologia. Consiste no emprego de água em fase gasosa na temperatura de 121ºC por determinado tempo. O método permite que o vapor alcance todas as superfícies do objeto, além de também permitir a esterilização de líquidos. Assim, o objeto comumente sai do equipamento úmido; no entanto, com o avanço da tecnologia, já é possível encontrar o equipamento que também realiza a sucção do ar.
Por outo lado, usa-se o Forno Pasteur para objetos que não podem entrar em contato com água, como algodão, gaze, óleo, gordura, cera e pó. Isso ocorre porque o método utiliza uma resistência que aquece a câmara da máquina, gerando a oxidação dos microorganismos. Utiliza-se, para este método, temperaturas entre 160 °C e 170 °C. É importante destacar que o equipamento, após realizado o processo, deve manter-se fechado para que a diferença de temperatura não os danifique. De modo a garantir que um equipamento está devidamente esterilizado, recomenda-se o uso de indicadores químicos ou biológicos.
Os desinfetantes são responsáveis pela desinfecção química, dado que estão muito presentes no dia a dia do protocolo de segurança dos profissionais da odontologia. Eles podem ser de alto nível, realizando a esterilização, eliminando fungos, bactérias (vegetativas e esporuladas) e vírus. Já os desinfetantes de nível intermediário conseguem eliminar apenas os microrganismos em sua forma vegetativa. Por fim, os de baixo nível não conseguem agir em todos os microrganismos, como o vírus da hepatite e da poliomielite.
Como devemos utilizar a biossegurança na odontologia?
Mesmo com a aplicação das diferentes manobras de biossegurança na odontologia, é muito difícil trabalhar em um ambiente completamente estéril. Desse modo, é importante que o profissional da odontologia diminua os riscos através da prevenção da contaminação e da transmissão de microrganismos patogênicos. O dentista pode buscar a prevenção das doenças através da compreensão do meio de contaminação dos agentes e das melhores práticas para evita-los.
Para mais dicas para aprimorar o dia a dia no consultório odontológico, acompanhe o Codental.