Você dentista, em seu consultório, provavelmente já se deparou com muitos casos de dentes careados, ou com algum acometimento mais profundo advindo da má higienização dos dentes. Tais situações são cotidianas em consultórios odontológicos. Entretanto, se tal acometimento for acompanhado de uma exposição pulpar elevada, e tecido rosado adentrando grande parte da coroa, muito provavelmente seu paciente está acometido com o pólipo pulpar.
O diagnóstico dessa condição não é de muita complexidade, entretanto requer atenção do profissional para os sinais, sintomas e aspectos encontrados nos dentes do paciente, que indicam essa patologia. Ademais, pode ocorrer possíveis confusões com outras condições encontradas nos pacientes, como a hiperplasia gengival.
Dessa forma, preparamos abaixo informações relevantes sobre essa condição, e as características dessa patologia. Dessa forma, esperamos que você dentista não tenha mais dificuldades de diagnosticar e tratar essa condição em seus pacientes.
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Fisiopatologia do pólipo pulpar
A pulpite crônica hiperplásica, também conhecida mais comumente como pólipo pulpar, ou ainda “gengiva dentro do dente”, caracteriza-se por uma inflamação crônica e irreversível na polpa do dente.
Essa inflamação ocorre pelo contato de alimentos e microrganismos na polpa do dente, gerando uma condição de granulação hiperplásica, que cresce e expõe a abertura do dente.
Tal processo ocorre geralmente em crianças e adultos jovens, acometidos a grandes traumas pulpares advindos geralmente da cárie ou de fraturas. Dentes decíduos, ou permanentes, são os geralmente afetados por essa condição, na chamada dentição mista.
Apesar disso, a polpa dos dentes dos jovens são resistentes a possíveis necroses, devido a fatores como: grande suprimento sanguíneo, reatividade e resistência histológica e a seu forame apical amplo. Isso faz com que haja grande extensão do tecido pulpar, dessa forma, não se torna um acometimento de altíssima gravidade nesses pacientes.
Diagnóstico e patogênese
Essa condição é de fácil diagnóstico clínico, sendo caracterizada por um tecido de consistência rosada e firme que se projeta para a câmara pulpar, podendo cobrir maior parte dos remanescentes da coroa dental. Além disso, pode adquirir cobertura epitelial, principalmente em maior período de exposição.
Essas características são semelhantes às encontradas na mucosa oral, sendo assim o diagnóstico pode ser confuso, pois a histologia da gengiva e do pólipo, são muito semelhantes. Dessa forma, é importante saber diferenciar adequadamente ambas estruturas para realização de um diagnóstico preciso.
Além disso, ocorre a realização do teste diagnóstico quando há a impossibilidade de observação da margem do dente, ou não há certeza da origem hiperplásica. Tal teste, caracteriza-se na anestesia gengival.
Caso haja isquemia pós-aplicação, o tecido é de origem gengival, se não houver alteração o tecido é pulpar, caracterizando por fim a patogênese da inflamação.
Sintomatologia do pólipo pulpar
Apesar de sua aparência, é considerado assintomático, exceto pela possível pressão durante a mastigação. Sem esse sintoma, pode se tornar uma condição imperceptível para muitos pacientes acometidos com pólipo pulpar.
Entretanto, o pólipo prejudica a irrigação, promove a morte das células. Por isso a inflamação, úlcera e pequenos sangramentos podem ocorrer, além de causarem mau hálito.
Pólipo Pulpar x Pólipo Gengival
O pólipo gengival possui características de invaginação da gengiva, no local a qual a mesma se desenvolve (entre as raízes, laterais ou interior dos dentes). Dessa forma, a versão gengival não é igual ao crescimento hiperplásico do pólipo verdadeiro.
Sendo assim, é recomendada a radiografia para verificação da possível comunicação do dente com a gengiva, além do teste diagnóstico feito com anestesia.
Tratamento do pólipo
Os tratamentos desse tipo de hiperplasia se resumem basicamente a retirada da mesma. Isso se deve, pois não é possível impedir o desenvolvimento de pulpites crônicas hiperplásicas. Ademais, o tamanho da cavidade, e do dano formado, também vai variar para qual tratamento será aplicado a essa patologia.
Cabe ressaltar também que se realiza tratamento endodôntico quando há pequena extensão da lesão. Nesse caso há a retirada do pólipo, limpeza do local e posterior reconstrução da coroa do dente afetado.
Entretanto, se o estrago for de grande extensão, recomenda-se a retirada total do dente afetado e a colocação de um implante dentário posteriormente.
Preço do tratamento
O preço do tratamento varia de dentista e de consultório, pois o tratamento não se restringe somente a retirada da pulpite, como também a limpeza do dente e possíveis tratamentos posteriores a serem realizados. Ou seja, a pulpite desencadeia geralmente outros procedimentos associados a ela.
Dessa forma é importante a avaliação de cada caso, além da extensão da lesão e os corretos diagnósticos dos pacientes. Esses fatores serão importantes, pois a partir deles, o preço do tratamento irá variar.
Outros Cuidados e prevenção
A melhor maneira de prevenir o surgimento dessa condição é a manutenção adequada da higiene bucal. Essa higiene evita não só a pulpite, como também outras condições e patologias, que previnem não só do comprometimento fisiopatológico, como também melhorar o hálito e o aspecto estético da dentição. Sendo assim, recomenda-se veementemente a escovação diária dos dentes e da língua, bem como o uso de fio dental e enxaguante bucal.
Ademais, os pais e responsáveis devem ficar atentos a saúde bucal e dentição de seus filhos, já que essa condição acomete principalmente as crianças. Isso ocorre, pois há uma alta incidência de cáries, fraturas e exposições da polpa do dente nessa faixa etária. Sendo assim, é de fundamental importância o ensino da higiene bucal nas crianças desde jovens.
Conclusão
O pólipo pulpar representa uma fonte de alterações proliferativas em tecidos cronicamente inflamados. Além disso, a literatura a respeito dessa patologia ainda não é muito extensa, principalmente no que diz respeito a histologia e fisiopatologia da mesma.
Dessa forma, faz-se necessário o entendimento mais aprofundado a respeito das estruturas bucais do pólipo, bem como o processo fisiopatológico dessa condição. Sendo assim, no futuro, será possível a verificação de melhores formas de prevenção e tratamento dessa condição.
Cabe ressaltar que a visita periódica ao dentista para avaliar as condições bucais se faz muito necessária.