A anatomia dental é a base dos profissionais que atuam na área odontológica, pois é o estudo específico da estrutura dental humana. Morfologia, função, desenvolvimento e tudo que envolve a arcada dentária.
O dente é uma das estruturas anatômicas e histológicas mais individuais e complexas do corpo. A composição tecidual do dente só é encontrada no interior da cavidade oral, e é limitada às estruturas dentárias.
Além disso, o dente humano é muito especial, uma vez que ele cresce duas vezes durante a vida, são estruturas essenciais para a digestão mecânica dos alimentos e oferecem suporte a algumas características faciais.
Quantos dentes tem o ser humano?
Normalmente os adultos têm entre 28 e 32 dentes. Há algumas pessoas que podem desenvolver alguns dentes a mais, por problemas genéticos ou doenças raras, o que recebe o nome de hiperdontia. Mas, normalmente, em adultos possuem 28 dentes e mais 4 que são os sisos.
Esses últimos talvez sejam os dentes que todo mundo sabe o nome, porque eles crescem quando o paciente está na fase adulta e quando estão nascendo causam dor intensa em algumas pessoas.
Além disso, há várias formas de identificação dos dentes, os profissionais de odontologia usam uma variedade de sistemas de numeração.
Anatomia dental: Tipos de Dentes e suas Funções
Podemos dividir a arcada dentária em superior e inferior, sendo que elas são espelhadas, então cada dente possui seu correspondente na arcada oposta.
Isso significa, por exemplo, que se uma pessoa perde um dente na arcada superior, o dente correspondente na inferior acaba perdendo a sua função.
Esses 32 dentes de que falamos estão divididos conforme a sua função e a sua nomenclatura faz referência a isso, pois têm funções específicas que influenciam na mastigação, na estrutura física, na estética e até mesmo na fala.
Então, pode se classificar os dentes que formam a arcada dentária permanente por grupos, veja:
Dentes Incisivos
São os chamados popularmente de dentes “da frente”, pois se localizam na parte frontal da boca. Além disso, são retos e afiados, servindo para cortar os alimentos.
No total, são 8 dentes incisivos: 4 superiores (2 centrais e 2 laterais) e 4 inferiores (2 centrais e 2 laterais).
Dentes Caninos
Os caninos se localizam ao lado dos incisivos, são pontiagudos e servem para rasgar os alimentos. Temos ao todo 4 caninos (2 superiores e 2 inferiores).
Dentes Pré-Molares
Os pré-molares são aqueles dentes com duas pontas na superfície que servem para esmagar e moer os alimentos.
Ficam localizados após os caninos, antes dos molares e são 8, sendo 4 superiores e 4 inferiores, divididos em cada lado da boca.
Dentes Molares
Estes são os dentes que ficam no fundo da boca. Na sua superfície há várias pontas que também servem para triturar os alimentos na mastigação.
Temos 8 molares, 4 superiores e 4 inferiores, também divididos em cada lado da boca.
Dentes do Siso
Os sisos são os últimos dentes da boca e também os últimos a nascer. Eles não seguem a regra de surgir na infância, aparecendo normalmente após os 17 anos.
Algumas pessoas não têm os sisos e outras precisam retirá-los, haja vista que seu nascimento pode gerar dores ou mover uma arcada dentária que já estava ajustada.
Eles também são chamados de terceiros molares com a mesma função de triturar os alimentos.
No total são 4 dentes sisos, sendo dois superiores e dois inferiores.
Anatomia dental: quais são as partes do dente?
A coroa do dente é a parte visível do dente na boca, enquanto a raiz encontra-se escondida sob a gengiva e o osso alveolar. Ela possui uma coloração branca perolada a amarela, dependendo da idade do indivíduo, sua higiene oral e estilo de vida.
As raízes dos dentes são as suas partes não visíveis, responsáveis por sua fixação na mandíbula ou na maxila. Os dentes podem ter raízes únicas, como ocorre, por exemplo, nos incisivos, caninos e primeiro pré-molares, ou múltiplas, como nos segundos pré-molares e molares, onde podem haver duas ou três raízes.
Estrutura da anatomia dental
A camada mais externa da coroa dentária é conhecida como esmalte dentário, uma estrutura mineralizada extremamente dura, cuja principal função é a proteção das demais camadas dentárias.
A camada mais externa que envolve a raiz dentária é histologicamente diferente do esmalte, mas atua como seu equivalente abaixo da linha gengival, onde recobre toda a raiz do dente. Essa camada é conhecida como cemento. O ponto de encontro entre o esmalte e o cemento é chamado de junção cemento-esmalte.
Internamente ao esmalte e ao cemento, ao longo de toda a extensão do dente (tanto na coroa quanto na raiz), encontra-se uma camada chamada de dentina. Trata-se de uma camada de tecido macio, levemente mais escuro que o esmalte, que atua como uma cápsula de proteção para a camada mais interna do dente, a polpa, também conhecida como cavidade pulpar.
A polpa, é a camada mais interna do dente, também ocupa tanto a coroa quanto a raiz dentária. Nessa camada mais interna do dente encontram-se os nervos e os vasos sanguíneos dentários. O esmalte e a dentina devem estar intactos para que o dente permaneça vivo e saudável, e uma vez que qualquer bactéria entre na câmara pulpar, o dano é irreversível.
A câmara pulpar continua inferiormente da coroa até as raízes, e termina no ápice da raiz, onde existe uma abertura que permite que as estruturas entrem e saiam da câmara pulpar.
Anatomia dental: Inervação e Vascularização dos dentes
A inervação e suprimento sanguíneo dos dentes depende de vasos sanguíneos e nervos que chegam às arcadas superior e inferior. Como a maxila é uma parte da porção média da face e a mandíbula é parte da porção inferior da face, podemos assumir que elas possuem estruturas neurovasculares distintas.
Anatomia Dental da Inervação da arcada dentária superior
O nervo maxilar, que é a segunda divisão do nervo trigêmeo (NC V/II), carrega fibras sensitivas para os dentes. Ele cursa lateralmente ao seio cavernoso, e deixa o crânio através do forame redondo, na fossa craniana média, em direção à fossa pterigopalatina. Ele origina quatro ramos para a inervação dos dentes:
- nervo infraorbital
- nervo alveolar superior posterior
- nervo alveolar superior médio
- nervo alveolar superior anterior
Antes de continuarmos para os ramos que diretamente inervam os dentes, algumas palavras precisam ser ditas sobre o nervo infraorbital. Esse nervo continua da fossa pterigopalatina através da fissura orbitária inferior para atingir o interior da órbita.
Ele deixa a órbita através do forame infraorbital e se divide em três ramos que são: o nasal, o palpebral inferior e o labial superior. Esses ramos suprem a cartilagem alar do nariz, a pele da pálpebra inferior e o lábio superior, respectivamente.
O nervo alveolar superior posterior se curva lateralmente para a fissura pterigomaxilar e para o interior da fossa infratemporal. Ele cursa inferiormente através da superfície infratemporal da maxila para formar a porção posterior do plexo dental superior e inervar o aspecto posterior do seio maxilar, bem como os dentes molares da arcada dentária superior.
O nervo alveolar superior médio apresenta trajeto variável conforme cursa inferiormente da porção média do plexo dental superior e inerva os aspectos medial e lateral do seio maxilar e os pré-molares. Ele pode ainda inervar a raiz mesiobucal do primeiro molar, se ela não for inervada pelo nervo alveolar superior posterior.
Por último, o nervo alveolar superior anterior cursa inferiormente para formar a porção anterior do plexo dental superior. Ele inerva o aspecto anterior do seio maxilar, bem como os dentes incisivos e caninos.
Inervação da Arcada dentária inferior
Os dentes da arcada inferior são inervados por quatro nervos principais:
- nervo mandibular: é maior deles é o nervo mandibular, que é a terceira divisão do nervo trigêmeo (NC V/III).
- nervo alveolar inferior: O nervo alveolar inferior é o maior dos ramos mandibulares e inerva todos os dentes da arcada inferior, os ligamentos periodontais e a gengiva dos pré-molares anteriormente à linha média.
- nervo mentoniano: inerva o queixo, o lábio inferior, a gengiva facial e a mucosa do segundo pré-molar, anteriormente
- nervo incisivo: supre os dentes e os ligamentos periodontais mais anteriores, até o nível do primeiro pré-molar.
Vascularização da arcada dentária superior
A partir da artéria carótida externa emerge a artéria maxilar, que supre os dentes de ambas as arcadas. A arcada superior é irrigada especificamente por um plexo de três ramos arteriais que incluem:
- artéria alveolar superior posterior
- artéria alveolar superior média
- artéria alveolar superior anterior
A artéria alveolar superior posterior surge da terceira divisão da artéria maxilar. Ela emerge na fossa craniana média antes que a artéria maxilar entre na fossa pterigopalatina. Ela então continua e entra na superfície infratemporal da maxila para irrigar o seio maxilar, os dentes pré-molares e os dentes molares.
A artéria alveolar superior média surge da artéria infraorbital. Algumas vezes, entretanto, essa artéria não está presente. Se estiver, ela emerge no interior do canal infraorbital, onde cursa inferiormente para irrigar o seio maxilar e o plexo arterial ao nível do canino.
A artéria alveolar superior anterior também surge da artéria infraorbital, no mesmo nível da artéria alveolar superior média. Ela então cursa juntamente com aquela artéria para suprir a porção anterior da arcada dentária superior, o seio maxilar e os dentes anteriores.
Já se tratando da drenagem venosa, a veia alveolar superior posterior, a veia alveolar superior média e a veia alveolar superior anterior drenam o sangue venoso da arcada dentária superior para o plexo venoso pterigóideo.
Vascularização da arcada dentária inferior
A artéria maxilar dá origem a um único ramo que inerva os dentes da arcada inferior, conhecido como artéria alveolar inferior.
Essa artéria cursa inferiormente junto com o nervo alveolar inferior, e entra na mandíbula através do forame mandibular. Ao nível do segundo pré-molar, ele termina nos ramos da artéria mentoniana e incisiva, após ter irrigado todos os dentes da arcada inferior.
As artérias mentoniana e incisiva suprem a gengiva labial dos dentes anteriores e os próprios dentes anteriores. A veia alveolar inferior é a única a coletar o sangue bombeado na região da mandíbula, e drena para o plexo venoso pterigóideo.