A anamnese que o dentista utiliza no consultório é uma ferramenta muito importante, representa o primeiro contato do paciente com o profissional, logo, deve ser feita com atenção e corretamente. É essencial incluir perguntas sobre as características físicas do paciente, estado de saúde, hábitos, medicamentos e outras informações relevantes para o tratamento odontológico.
Eventualmente, alguns dentistas, principalmente recém-formados, ainda possuem dúvidas sobre o que é, como fazer e quais as vantagens da anamnese, por isso, este artigo busca sanar todas as perguntas sobre este tema.
Anamnese odontológica: o que é?
A anamnese é uma etapa, não somente no atendimento odontológico, mas em todas as áreas da saúde, considerada indispensável.
Ela é o primeiro contato que o paciente terá com o profissional, o ponto de partida, e tem como maior objetivo evitar uma emergência médica enquanto o atendimento odontológico acontece. Sendo assim, a anamnese é uma sequência de perguntas direcionadas ao paciente, que buscam, principalmente, identificar as alterações de saúde do indivíduo que podem descompensar durante a realização de procedimentos. Além disso, é fundamental incluir informações sobre o plano de tratamento, que deve ser anexado à anamnese completa para influenciar no diagnóstico e acompanhar a evolução e intercorrências do paciente.
Como fazer uma anamnese odontológica?
Entendendo o principal objetivo da anamnese, fica mais claro entender como fazer uma anamnese correta e de qualidade. Nesse ponto de vista existem 6 principais pontos que devem estar presentes no questionário, sendo:
1. Patologia de base:
Ou seja, qual a principal doença que aquele paciente apresenta e que pode ser responsável por causar todas as alterações sistêmicas. Como exemplos de patologia de base tem-se: hipertensão, HIV, Diabete Mellitus.
Não somente sobre o tratamento, conhecer as patologias de base permite também educar o paciente sobre a relação entre sua saúde bucal e suas condições médicas gerais. Isso pode motivar o paciente a adotar medidas preventivas e manter um autocuidado adequado. Esse cuidado preventivo inicial, pode também deixar o paciente mais confiante em relação ao trabalho do profissional.
2. Comorbidades:
O conhecimento das comorbidades permite ao dentista planejar o tratamento, considerando os desafios específicos que possam surgir devido às condições médicas subjacentes do paciente.
Ademais, algumas comorbidades estão associadas a maior risco de doenças periodontais e outros problemas bucais. Dessa forma, conhecer essas condições permite ao dentista implementar estratégias de prevenção e educação específicas.
3. Histórico médico:
Dentro do histórico médico estão histórico de cirurgias e internações e possíveis contraindicações. Essas perguntas auxiliarão um melhor atendimento multidisciplinar, que deve sempre acontecer, aumentando a eficácia do atendimento.
Ao mesmo tempo, algumas condições médicas podem ser contraindicações para determinados procedimentos odontológicos. Por exemplo, certas condições cardíacas podem exigir precauções especiais durante a cirurgia odontológica. Problemas cardíacos no histórico familiar, como doenças cardiovasculares, também devem ser considerados para elaborar um tratamento eficaz. Logo, o conhecimento de possíveis doenças no histórico do paciente se torna imprescindível para a segurança do tratamento.
4. Histórico odontológico:
Além do histórico médico geral do paciente, é de muita importância entender o histórico odontológico do paciente, possíveis patologias relacionadas a saúde bucal, cuidados do paciente e hábitos.
A partir do histórico o profissional pode conseguir também detectar algumas causas de alterações bucais do paciente.
5. Medicações:
A informação sobre os medicamentos que o paciente está utilizando também é um passo importante na anamnese odontológica. Essa importância se relaciona com o fato de existirem medicamentos que se interagem entre si, podendo causar efeitos colaterais durante ou após os procedimentos.
Além disso, alguns medicamentos, como antidepressivos, podem aumentar a sensibilidade a dor, e outros podem interferir na resposta à anestesia local. Por isso, essa informação deve estar nas mãos do profissional. Compreender o histórico médico e social do paciente é essencial para a realização de procedimentos odontológicos seguros e eficazes.
6. Alergias:
Saber se o paciente possui alguma alergia é indispensável nesse primeiro contato, uma vez que evita reações adversas a possíveis medicamentos que o profissional poderia utilizar ou receitar.
Além disso, pacientes também podem ter reações alérgicas desencadeadas por materiais, como resinas, agentes de moldagem ou metais. Logo, conhecendo-as, permite que o dentista escolha os materiais adequados para o atendimento daquele paciente.
Como deixar o paciente confortável para responder à anamnese odontológica?
Além de ter as perguntas certas na anamnese, é indispensável que o paciente se sinta seguro e a vontade para responder tudo com calma e corretamente. Nesse ponto de vista, existem formas de auxiliar a comunicação com o paciente, como:
- Use uma linguagem compreensível: evite muitos termos técnicos e complexos: manter uma linguagem clara permitirá maior compreensão sobre o que o profissional deseja, facilitando a interpretação do paciente e permitindo que responda sem maiores dúvidas. Isso é crucial para a atuação correta do profissional de saúde.
- Explique ao paciente a importância dessa etapa para o atendimento: entendendo o quão importante é a anamnese, faz com que o paciente se atente mais as perguntas e responda com mais precisão.
- Esteja atento a possíveis sinais de desconforto: em qualquer sinal que o paciente se mostrar desconfortável em responder alguma pergunta, detecte e mostre empatia ao sentimento do paciente.
- Reconheça que cada paciente tem sua individualidade, evite julgamentos: muitas vezes o paciente pode relatar informações e, em caso de se sentir julgado, diminuirá a confiança ao profissional, fazendo com que o tratamento seja abandonado.
- Garanta privacidade, mostre que o paciente está em um ambiente seguro: alguns pacientes podem se sentir desconfortáveis em responder perguntas em ambientes com mais pessoas, por isso, pergunte e deixe o paciente no ambiente mais confortável possível.
- Escute o paciente de forma ativa: evite fazer diversas perguntas diretas, com respostas de sim ou não, deixando a anamnese robotizada. Pergunte e escute o que o paciente tem a dizer. Esse diálogo deixará o paciente mais a vontade e possivelmente irá fornecer mais informações.
Anamnese dentista e software odontológico:
Ter um software odontológico, sem dúvidas, auxiliará a execução de uma anamnese. Por isso, o Codental disponibiliza modelos, possibilitando o acesso a perguntas, mas também permitindo a criação de um modelo livre e individualizado da clínica.
Além disso, o armazenamento dessas informações no software fica mais seguro do que da maneira tradicional, salvando-as na nuvem e garantindo a segurança de não perdê-las.
Ademais, com um software odontológico o profissional consegue não somente acessar as informações da anamnese a qualquer momento de maneira fácil, mas também adicionar informações das novas consultas, imagens, e manter todo o histórico odontológico do paciente.
Anamnese dentista: PDF
Apesar de a utilização de softwares para anamnese ser uma forma mais prática e eficaz, muitos profissionais gostam de utilizar a forma tradicional, no papel.
Sendo assim, o Conselho Regional de Odontologia do Rio Grande do Sul disponibiliza alguns modelos de anamnese para imprimir. Quem não desejar imprimir, pode utilizar de parâmetro para fazer um modelo mais individualizado.