Hemorragia no dente se trata de qualquer perda de sangue da corrente vascular de maneira espontânea, seja por uma ferida cutânea ou cavidade oral. Entretanto, a hemorragia dentária se caracteriza pela intensidade e duração anormal.
Além de poder, resultar em complicações para o paciente, a hemorragia também se torna um agravante para o dentista, já que é comum de ocorrer durante procedimentos cirúrgicos, podendo também se desenvolver após algum acidente ou forte traumatismo.
Por se tratar de um problema bem comum na odontologia, trouxemos um artigo completo, com tudo que você precisa saber sobre hemorragia no dente. Além disso, abordaremos sobre a hemostasia, sendo o mecanismo mais comum para deter esse problema. Confira!
Causas de hemorragia dentária
A hemorragia dentária pode ter mais de uma causa, podendo se derivar após uma exodontia ou um forte traumatismo.
Portanto, durante ou após uma intervenção cirúrgica pode correr uma hemorragia, dando destaque para as extrações dentárias, onde ocorre grande sensibilidade na área.
Outro fator comum de hemorragia dentária são os fortes traumatismos, que podem levar a uma lesão na raiz dentária ou em zonas próximas aos dentes gerando grandes sangramentos.
O que fazer diante uma hemorragia dentária?
A prevenção será sempre a melhor solução nesses casos. Dessa maneira, efetuar a correta anamnese do paciente, estudar cada caso e as individualidades de cada paciente são essenciais.
A maioria dos casos de hemorragias costumam ter como causa o consumo de fármacos anticoagulantes orais, antiagregantes plaquetários ou medicamentos administrados de forma crônica. Além disso, pacientes com patologias como doença de von Willebrand e hemofilia verdadeiras, são mais suscetíveis a apresentarem quadros de hemorragia dentária.
Na odontologia, para se conter uma hemorragia dentária, utilizam-se hemostáticos, podendo ser químicos, térmicos e mecânicos. Dessa maneira, os agentes químicos facilitam a adesão das plaquetas e a formação do coágulo, atuando como um tampão na corrente vascular.
Em relação aos agentes térmicos, estes são caracterizados por permitirem a selagem e a coagulação dos tecidos. Já os agentes mecânicos detêm a perda de sangue efetuando o bloqueio mecânico dos vasos que permanecem abertos.
Um bom exemplo de agente hemostático são as esponjas hemostáticas, que são soluções mecânicas atuantes no combate da hemorragia, sendo uma das mais utilizadas e eficientes nos casos de hemorragia.
O que é e como funciona a hemostasia?
A hemostasia é o mecanismo defensivo cuja finalidade consiste em obstruir voluntariamente as lesões vasculares para evitar a perda de sangue. Dessa maneira, se trata do processo no qual o corpo humano previne e interrompe o sangramento, ou seja, é o mecanismo de coagulação do sangue. Esse processo é vital para a sobrevivência, pois evita a perda excessiva de sangue quando os vasos sanguíneos são danificados, seja por lesões traumáticas ou por procedimentos cirúrgicos.
A hemostasia pode ser dividida em três fases principais:
- Vasoconstrição: Imediatamente após a lesão de um vaso sanguíneo, as fibras musculares lisas na parede do vaso contraem-se, um processo conhecido como vasoconstrição. Isso reduz o fluxo de sangue para a área afetada.
- Formação de tampão plaquetário: As plaquetas, que são células sanguíneas, aderem ao local da lesão e umas às outras para formar um tampão que ajuda a selar a ruptura no vaso sanguíneo.
- Coagulação: Esta é a fase final, na qual várias substâncias presentes no sangue, incluindo proteínas conhecidas como fatores de coagulação, interagem em uma série complexa de reações químicas que culminam na formação de fibrina, uma proteína fibrosa. A rede de fibrina reforça o tampão plaquetário, formando um coágulo de sangue estável que permanece no local até que o vaso sanguíneo esteja completamente reparado.
Após a reparação do vaso sanguíneo, o corpo inicia o processo de fibrinólise, a qual é a degradação do coágulo de sangue, permitindo que o fluxo sanguíneo volte ao normal. Portanto, distúrbios na hemostasia podem levar a sangramento excessivo ou coagulação inadequada, resultando em condições como hemofilia, trombose, complicações cirúrgicas, dentre outros.
Sintomas de hemorragia no dente
Os sintomas de hemorragia no dente vão depender das causas subjacentes. Entretanto, alguns sinais e sintomas estão habitualmente associados, dentre eles:
- Sangramento espontâneo, ou há existência de sangramento à menor lesão, ou toque;
- Sangramento ao escovar dente ou utilizar o fio dental;
- Gosto de sangue na boca periodicamente ao acordar e no decorrer do dia;
- Halitose ou mau hálito;
- Sensibilidade dentária e/ou gengiva vermelha e inchada;
- Dificuldade e desconforto associado ao sangramento ao mastigar e ingerir alimentos.
Dessa maneira, pacientes que relatam alguns dos sintomas mencionados, principalmente em casos de pós-operatórios, devem ser tratados com atenção visando evitar possíveis complicações.
Hemorragia no dente é perigoso
Hemorragia no dente ou na gengiva pode ser um sinal de várias condições que variam em gravidade, podendo ser perigosa ou não. Dessa maneira, embora em muitos casos, sangramento leve nas gengivas possa ser causado por escovação agressiva ou início de gengivite, é importante se atentar a algumas situações que podem indicar problemas mais sérios, como:
- Doença periodontal: Sendo uma progressão da gengivite que afeta não apenas as gengivas, mas também o osso que suporta os dentes. Portanto, pode levar à perda de dentes se não for tratada e possíveis hemorragias.
- Abscessos dentários: As infecções que ocorrem ao redor da raiz do dente ou no espaço entre o dente e a gengiva, podem causar sangramento e são bastante dolorosas.
- Trauma: Lesões na boca, como aquelas causadas por acidentes ou mordidas acidentais, podem causar sangramento e ocasionar hemorragias mais graves, devendo haver atenção e atenção a conduta.
- Condições médicas subjacentes: Algumas condições, como doenças do sangue, diabete e deficiências vitamínicas, podem aumentar o risco de sangramento nas gengivas, podendo ainda ocasionar hemorragia. Nesses casos, os pacientes devem ser encaminhados ao médico para o devido tratamento da doença de base.
É importante não ignorar o sangramento persistente ou recorrente nas gengivas, ou ao redor dos dentes. Dessa maneira, um diagnóstico precoce e tratamento adequado são cruciais para prevenir complicações. Portanto, caso algum paciente descreva algum tipo de sangramento no dente ou gengiva que não para, é aconselhável efetuar devida investigação da causa, quanto antes, para efetuar o tratamento adequado e obter um bom prognóstico.