A mucosa bucal é o revestimento da boca, sendo esta uma cavidade natural dos seres humanos. Por ser próxima ao nariz, a mucosa permite a interação entre o olfato e paladar, sendo fundamental para a fisiologia da alimentação.
A boca também desempenha uma função fonética, além de ser altamente colonizada por microrganismos. A cavidade oral apresenta características distintas, com alterações que podem ser limitadas ou generalizadas.
Dessa maneira, quando umedecida com saliva, a mucosa ajuda na fala, mastigação e deglutição dos alimentos. No entanto, o interior da boca também pode ser um sinal de problemas de saúde mais graves.
Por ser uma parte muito importante para os dentistas, preparamos um artigo completo com tudo que você precisa sobre mucosa bucal. Confira!
O que é mucosa bucal?
As mucosas são encontradas em várias partes do corpo, revestindo cavidades naturalmente úmidas como boca, bexiga e intestinos. No entanto, o seu papel principal é protetor: protegem estas regiões ao mesmo tempo que garantem níveis de umidade ideais – adaptados às necessidades específicas do local.
Mais precisamente, a mucosa oral é uma membrana epitelial e de tecido conjuntivo que reveste toda a cavidade bucal. Esses dois tipos de tecidos interagem com as estruturas orais, como resultado, algumas regiões apresentam alta rigidez enquanto outras são mais flexíveis.
A mucosa bucal é formada por duas camadas de tecido de origens embriológicas distintas, sendo elas, o epitélio e a lâmina própria.
O epitélio pode ser considerado o tipo não-queratinizado, para-queratinizado ou queratinizado, classificado como estratificado pavimentoso. Já o tecido conjuntivo, forma a lâmina própria, compostas por fibras colágenas, fibroblastos, células de defesa, vasos sanguíneos e nervos.
Portanto, os dois tecidos interagem por meio das papilas conjuntivas da lâmina própria e as cristas epiteliais que se formam no epitélio sobrejacente.
A extensão da mucosa oral se estende desde o palato duro até a língua e até o assoalho da boca. Além de proteção, proporciona sensação e secreção, proteção e umidade, sendo dividida em três tipos.
Tipos de mucosa da boca
A mucosa bucal é dividida em três tipos, sendo relacionado ao tipo de epitélio, que reveste o tecido conjuntivo subjacente.
Mucosa mastigatória
A mucosa mastigatória está presente na gengiva e palato duro, revestindo-os, sendo as partes mais duras da mucosa. Dessa maneira, a consistência mais dura se faz necessária devido ao impacto dos alimentos no processo de mastigação.
Mucosa de revestimento
A mucosa de revestimento está presente revestindo os lábios, bochecha, assoalho da língua, palato mole e mucosa alveolar. Portanto, esse tipo de mucosa bucal possui não só uma consistência macia, como também possui flexibilidade. Além disso, é uma parte da mucosa que possui algumas glândulas salivares, ajudando na umidificação da boca.
Mucosa especializada
A mucosa especializada reveste a língua contendo papilas gustativas e a maioria das glândulas salivares. Dessa maneira, ela é menos dura do que a mucosa mastigatória, entretanto não tão macia quanto a mucosa de revestimento.
Doenças que atacam a mucosa bucal
Algumas doenças podem atingir a mucosa oral, devendo ser prevenidas por meio de rotinas de cuidados bucais e da alimentação. Sendo assim, a visita regular ao dentista é fundamental para o acompanhamento da saúde da mucosa bucal dos pacientes, prevenindo e tratando essas doenças.
Doenças virais
Algumas das doenças virais relacionadas a lesão da mucosa bucal, são catapora e sarampo, extintas atualmente devido à vacinação.
O herpes labial, causado pelo vírus HSV-1, é outro tipo de vírus que provoca lesões labiais dentro da boca. Sendo assim, as feridas causadas geralmente se agrupam, rompem e formam crostas, desaparecendo espontaneamente em algumas semanas.
Além disso, o vírus Coxsackie também afeta a mucosa bucal, gerando a doença mão-pé-boca, sendo contagiosa e muito comum em crianças. Outro vírus, responsável pela mononucleose, o vírus Epstein-Barr, provoca pequenas úlceras bucais, sangramento e manchas vermelhas.
Doenças fúngicas
Algumas doenças fúngicas atingem a mucosa bucal, dentre elas a causada pelo fungo Candida albicans, que atua no sistema imunológico comprometido, causando sangramento e lesões. Sendo assim, recém-nascidos, idosos e pessoas com HIV, câncer ou diabete, são mais suscetíveis a desenvolver essa condição.
Outra condição é o líquen plano oral, que pode surgir devido deficiências no sistema imunológico ou uso de medicamentos. Portanto, linhas brancas finas entrelaçadas nas bochechas, inchaço e lesões abertas dolorosas são sinais característicos da doença.
Mucosa bucal e câncer de boca
O câncer de boca pode afetar a língua, boca ou a parte posterior da garganta, sendo milhares de pessoas diagnosticadas anualmente. Algum dos fatores de risco associados a condição são o tabagismo e o uso de produtos de tabaco.
Ainda, o consumo de álcool associado ao tabagismo, oferece um risco ainda maior do que o uso de uma dessas substâncias sozinhas.
É importante ressalta o acompanhamento do paciente em consultas regulares ao dentista, prevenindo esse tipo de condição, já que o diagnóstico precoce da doença é fundamental para um bom prognóstico.
Portanto, o principal sinal a ser observado são manchas vermelhas ou brancas incomuns, ou grossas, em qualquer parte da boca. Além disso, outros sintomas comuns são caroços na garganta, problemas para mastigar e engolir, sensação de dormência na língua ou em outras áreas, ou dor em um dos ouvidos.
Como prevenir doenças na mucosa bucal
As consultas regulares ao dentista são essenciais para detecção de quaisquer alterações na mucosa oral. Sendo assim, além de consultas regulares ao dentista, os pacientes com suspeita de alguma alteração mais grave devem realizar exames de detecção de câncer de boca.
Portanto, é fundamental que o paciente realize devida higiene bucal, para a prevenção de doenças, como cáries, gengivite e periodontite. Dessa maneira, orientar o paciente sobre a importância da escovação correta, três vezes ao dia, com uso diário de fio dental, são as principais medidas de prevenção.
Ainda, é possível indicar o uso de enxaguantes bucais quando necessários, promovendo proteção contra germes, mesmo após a ingestão de alimentos e bebidas.
Todavia, no consultório odontológico, é papel do dentista é identificar sintomas incomuns da mucosa bucal, agilizando o tratamento. Dessa maneira, caso o paciente apresente sinais incomuns na mucosa oral, e essas sejam permanentes, solicite exames específicos e realize uma anamnese profunda para descartar doenças malignas.