A xerostomia é uma condição relativamente comum, associada a baixa produção de saliva pelas glândulas salivares, podendo impactar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
É um sintoma derivado de várias condições médicas, podendo, também, surgir devido a efeito adverso de medicamentos. Todavia, a sensação de boca seca é um dos principais sintomas, resultando em desconforto ao falar, mastigar ou engolir.
Portanto, vários fatores podem causar essa condição, variando sua terapêutica conforme a causa.
Confira nosso artigo e descubra tudo sobre xerostomia!
O que é Xerostomia (boca seca)?
A xerostomia, popularmente conhecida como boca seca, é uma condição decorrente da redução de produção de saliva das glândulas salivares, sendo denominada clinicamente como hipossalivação ou hipossialia.
Todavia, é uma condição que pode se manifestar de maneira crônica ou aguda, podendo ser temporária se derivada de ingestão insuficiente de líquidos ou hábito de dormir com a boca aberta, por exemplo. Portanto, a xerostomia pode ocorrer de forma mais intensa durante a noite, conhecida como xerostomia noturna.
Entretanto, caso se apresente de maneira crônica, a xerostomia pode se tornar uma condição muito incomoda para os pacientes. Além disso, pode resultar em dificuldade de deglutição, fala e sensação inquietante de boca seca. Ainda, a xerostomia pode causar ronco, afetando a qualidade do sono.
A hipossialia é uma condição muito comum em pacientes em tratamentos medicamentosos para pressão alta, depressão e diabete, além de doenças como o Mal de Alzheimer, Síndrome de Sjögren, cirrose e doença de Addison.
Xerostomia: causas e produção de saliva
A xerostomia pode ser consequência de diversos fatores, dentre eles:
Efeitos adversos de medicamentos e tratamentos oncológicos;
- Respiração bucal;
- Herpes;
- Sialolitiase ou sialodenite;
- Doença pé-mão-boca;
- Neoplasias em boca ou glândula salivar;
- Próteses dentárias;
- Doenças periodontais;
- Síndrome de Sjogren;
- Artrite reumatóide;
- Lúpus;
- Artrite juvenil;
- Sarcoidose;
- Granulomatose de Wegener;
- Cirrose Biliar;
- Hipotiroidismo;
- Hipertiroidismo;
- Diabetes Mellitus tipo 1 ou 2;
- Desidratação;
- Doença renal crônica;
- Anemia;
- Bulimia;
- Abuso de álcool;
- Depressão e/ou ansiedade;
- Parkinson.
A manutenção de uma boa higiene bucal e higiene oral é crucial para prevenir complicações da xerostomia, como cáries e infecções, por meio de práticas regulares de escovação, uso de fio dental e enxaguatórios.
Além disso, é importante se atentar para pacientes idosos, pois esses possuem maior propensão ao desenvolvimento de xerostomia.
Xerostomia sintomas
Os sintomas presentes nessa condição envolvem dificuldade para engolir, lábios secos e frequentemente rachados, sensação de dor e ardência na língua, geralmente resultando em vermelhidão e fissuras, aumento de suscetibilidade a cáries dentárias, presença de saburra, mau hálito, irritação na garganta, dificuldade para falar e deglutir. Sendo assim, é importante destacar a importância do uso de fio dental para prevenir cáries e manter a saúde bucal em pacientes com xerostomia.
Portanto, é importante analisar o quadro do paciente no momento de instalação da condição, verificando as características temporais, os fatores desencadeadores, incluindo os aspectos momentâneos ou psicogênicos. Entretanto, é muito importante verificar a hidratação do paciente, hábitos de sono, uso de drogas ilícitas e medicamentos.
Ademais, na presença dos sinais indicadores de xerostomia deve-se questionar sobre a presença de condições associadas a hipossialia como síndrome de Sjögren, história de radioterapia, traumatismo de cabeça e pescoço e diagnóstico ou presença de fatores de risco de infecção por HIV.
Xerostomia consequências para as glândulas salivares
O desenvolvimento de xerostomia pode desencadear vários problemas, dentre eles:
- Desenvolvimento de cárie;
- Candidíase;
- Doenças gengivais;
- Infecção nas glândulas salivares;
- Feridas na língua, lábios e boca.
A importância da higiene bucal e higiene oral é fundamental na prevenção dessas condições, incluindo escovação dos dentes, uso de fio dental e enxaguatórios regularmente, além de evitar alimentos e bebidas que possam agravar os sintomas.
Portanto, caso o paciente seja diagnosticado com hipossalivação deve-se verificar qual o melhor tratamento para sua condição, evitando o desenvolvimento de condições associadas a esse problema.
Lista de medicamentos que causam xerostomia
Dentre os medicamentos que causam a hipossalivação estão:
Os anticolinérgicos como:
- Antidepressivos tricíclicos (Amitriptilina, Imipramina);
- Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (Citalopram, Escitalopram, Fluoxetina, Sertralina);
- Antipsicóticos (Olanzapina, Clozapina, Haloperidol, Quetiapina, Risperidona);
- Anti-histamínicos (Cetirizina, Loratadina);
- Broncodilatadores (Ipratóprio);
- Corticoides inalatórios (Budesonida);
- Medicamentos urológicos (Citrato de potássio, Dutasterida, Tansulosina, Oxibutinina);
- Escopolamina.
E as drogas simpaticomiméticas:
- Supressores de apetite;
- Bupropiona;
- Broncodilatadores beta2 agonistas;
- Relaxantes musculares;
- Benzodiazepinicos (Diazepam, Lorazepam);
- Anti-hipertensivos (Atenolol, Metoprolol, Diltiazem, Verapamil, Nifedipina);
- Diuréticos (Furosemida, Hidroclorotiazida);
- Drogas citotóxicas (5-fluorouracil);
- Terapia antirretroviral;
- Opioides (Codeína, Tramadol, Morfina).
Além disso, tratamentos oncológicos como radiação de cabeça e pescoço, quimioterapia e tabaco podem causar xerostomia.
Tratamentos para Xerostomia
É importante antes de iniciar o tratamento entender a causa da xerostomia, já que os tratamentos variam em função destes.
Entretanto, a higiene bucal e oral é fundamental como parte das recomendações de tratamento para xerostomia, incluindo escovação dos dentes, uso de fio dental e enxaguatórios com regularidade. Todavia, recomendações como manter-se sempre hidratado e evitar o consumo de álcool ou cafeína é necessário em todos os casos.
Em casos de lábios muito ressecados recomenda-se a utilização de lubrificantes a base de vaselina ou hidratantes labiais. Ainda, deve-se orientar o paciente a consumir alimentos moles, úmidos e pouco condimentados durante as refeições.
No caso de o paciente apresentar alguma infecção fúngica, é necessário indicar bochechos com antifúngicos ou orientar a busca de orientação médica em casos mais avançados.
Ainda, em casos que a xerostomia é devido uso de medicamentos, deve-se identificá-lo e orientar o paciente a procurar o profissional responsável e solicitar a troca da droga.
Alternativas como utilização de goma de mascar sem açúcar, estimulação química através da pilocarpina 5mg, com uso a cada 6 horas por pelo menos 3 meses e acupuntura, podem ser recomendadas.
Por fim, deve-se orientar o paciente sobre a importância da boa higienização bucal, e em alguns casos, recomendar o uso de saliva artificial.
Xeroftalmia e xerostomia na síndrome de Sjögren
Alguns pacientes costumam confundir o termo xeroftalmia e xerostomia, sendo a xeroftalmia a sensação de olhos secos. Entretanto, essas condições podem estar associadas, podendo ser sinal de poluição, diabete, cansaço, exposição excessiva a ambiente com ar refrigerando, dentre outras condições.
Portanto, deve-se sempre se atentar aos sintomas relatos para o paciente, visando um diagnóstico preciso e evolução adequada da condição ao decorrer do tratamento.