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Josiane Codental

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Doenças odontológicas

Alergias odontológicas: tudo que você precisa saber!

Alergias odontológicas

As alergias odontológicas são reações imunológicas que podem ocorrer durante o atendimento. Podem se manifestar de forma mais suave, ou agressiva, sendo os casos mais graves os de choque anafilático, que pode levar o indivíduo a morte.

Essas reações devem ser levadas muito a sério, uma vez que oferece um risco aos pacientes.

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As alergias odontológicas são muito comuns, e nem todos os pacientes que possuem essa sensibilidade conhece seus sintomas e possíveis complicações.

Dessa forma, entender a fisiologia das alergias odontológicas é de extrema importância, uma vez que se garante a segurança e eficiência do tratamento.      

O que são as alergias odontológicas?

As alergias odontológicas são reações alérgicas que ocorrem devido à hipersensibilidade a substâncias ou materiais usados em procedimentos odontológicos.

Essas reações podem ser desencadeadas por fatores diversos, como o contato com materiais de restauração dentária ou o látex das luvas do dentista, entre outros. Pessoas sensíveis a esses materiais podem apresentar uma resposta imunológica intensa ao contato com substâncias alergênicas, resultando em sintomas típicos de reações alérgicas, como dor, vermelhidão e urticária.

A intensidade desses sintomas pode variar de leve a grave, dependendo do grau de sensibilidade da pessoa ao material.

Dado que reações alérgicas podem ser perigosas para a saúde, é essencial procurar ajuda médica se algum desses sintomas surgir.

Além disso, o paciente deve informar ao dentista sobre qualquer alergia ou sensibilidade a produtos odontológicos, permitindo que o profissional escolha os materiais mais adequados e evite reações alérgicas durante os tratamentos dentários.

Quais as principais substâncias de uso odontológico que podem desencadear reações alérgicas?

Diversos materiais e substâncias químicas pode desencadear respostas imunológicas, variando de leve a grave. Dessa maneira, alguns materiais ou substâncias são mais propensos em desencadear essas reações. Dentre os mais comuns estão:

Anestésicos Locais

Os anestésicos locais são fundamentais na prática odontológica, mas algumas pessoas podem desenvolver reações alérgicas. Esses compostos são divididos em duas classes, sendo as elas:

  • Esteres: são os anestésicos como procaína, tetracaína e benzocaína. Esses compostos são mais propensos a causar alergias, pois são metabolizados em ácido para-aminobenzoico (PABA), um conhecido agente alergênico.
  • Amidas: anestésicos como lidocaína, articaína, mepivacaína e bupivacaína. Embora tenham menor incidência de reações alérgicas, esses anestésicos ainda podem conter conservantes, como o metilparabeno, que podem provocar reações em pacientes sensíveis.

Os sintomas alérgicos gerados por essas substâncias podem ser variados, indo desde leve irritação na pele e prurido, até reações mais graves, como edema, urticária e choque anafilático.

Portanto, devido ao poder de desencadear reações extremas, deve-se se redobrar o cuidado com os pacientes antes de efetuar a aplicação, sempre questionando na anamnese se o mesmo possui algum tipo de alergia.

Látex

O látex é amplamente utilizado em produtos odontológicos, como luvas, barreiras, bandas elásticas ortodônticas, pontas de sugadores e até mesmo em alguns dispositivos odontológicos.

A alergia ao látex acomete vários pacientes, sendo essa a reação do sistema imunológico a proteínas específicas presentes no látex natural.

Esse tipo de alergia pode gerar reações imediatas, sendo considerada do tipo I, como sintomas que vão desde urticária, rinite e espirros até choque anafilático. Além disso, pode desencadear reações tardias, consideradas do tipo IV, manifestadas principalmente por dermatite de contato.

Resinas compostas e acrílicos

As resinas compostas e materiais acrílicos são frequentemente utilizados em restaurações e em próteses. Entretanto, esses materiais contêm monômeros de metacrilato, como o metacrilato de metila e o HEMA (hidroxietilmetacrilato), que podem sensibilizar a pele e as mucosas de alguns pacientes.

Geralmente os pacientes não sabem que possuem essa alergia, sendo comum a confecção da prótese, seguida do surgimento dos sintomas.

Dentre os principais sintomas gerados nesses casos, podemos citar a dermatite de contato alérgica, caracterizada por vermelhidão, prurido e até formação de bolhas na área exposta. Em casos mais raros, pode ocorrer reação sistêmica ao inalá-los durante a aplicação.

Dessa forma, deve-se sempre cogitar a possibilidade de alergia em pacientes que apresente sintomas de dermatite de contato alérgica, principalmente se esse sintoma foi após a inclusão do uso de prótese.

Produtos de polimento e profilaxia

Produtos usados em procedimentos de limpeza, como pastas de profilaxia e agentes de polimento, contêm compostos químicos e flavorizantes que podem induzir reações alérgicas. Isso se deve, pois, esses produtos muitas vezes têm ingredientes como mentol, cânfora e eucaliptol, irritantes para alguns pacientes.

Entretanto, é comum as reações alérgicas nesse caso incluírem inflamação e erupções nas áreas de contato como mucosa oral, língua e lábios. Além disso, nesses casos também pode ocorrer a presença de dermatite de contato.

Metais em próteses e restaurações

As ligas metálicas usadas em coroas, próteses e aparelhos ortodônticos podem conter níquel, cobalto, cromo e mercúrio, presentes em amálgamas.

Além disso, o níquel é um dos maiores alérgenos metálicos, sendo muito comum causar reações em pacientes sensibilizados. Dessa forma, deve-se manter bastante atenção antes de utilizar esse material, sempre questionando o paciente sobre o conhecimento de possíveis alergias.

Contudo, as reações geralmente envolvem dermatite de contato, caracterizada por irritação e vermelhidão na mucosa oral e nas áreas adjacentes ao metal. Além disso, em casos mais graves, é comum os pacientes experimentarem inflamação crônica ao redor do tecido gengival.

Antissépticos e agentes de irrigação

Substâncias como a clorexidina, amplamente usada como antisséptico bucal, e o hipoclorito de sódio, utilizado na irrigação de canais radiculares, podem desencadear reações alérgicas, principalmente em pessoas com histórico de alergia a desinfetantes.

Dentre as reações que esses pacientes apresentam, podem surgir irritação leve e ardência ao contato até edema, formação de bolhas e reações sistêmicas graves. Em casos de hipersensibilidade extrema à clorexidina, podem ocorrer reações de anafilaxia.

Antibióticos e analgésicos

No pós-operatório, antibióticos, principalmente os derivados da penicilina e analgésicos como aspirina e anti-inflamatórios não esteroides – AINEs são comuns, e alguns pacientes podem ter alergia a esses medicamentos.

Dessa forma, a reação à penicilina pode incluir urticária, inchaço, febre e, em casos graves, anafilaxia. Além disso, a alergia à aspirina e aos AINEs é caracterizada por sintomas como dificuldade respiratória, rinite e asma em pacientes sensíveis.

Como prevenir alergias odontológicas?

Para prevenir reações alérgicas, o histórico de saúde do paciente deve ser sempre revisto detalhadamente, questionando especificamente sobre alergias conhecidas a medicamentos, látex e outras substâncias odontológicas, sendo uma anamnese detalhada extremamente importante.

Dessa maneira, em caso de identificar uma alergia, existe a possibilidade de substituição, dentre elas:

  • Substituir anestésicos: preferindo amidas para pacientes sensíveis aos esteres.
  • Usar alternativas ao látex: como luvas e barreiras feitas de nitrila ou vinil.
  • Utilizar materiais hipoalergênicos: substitutos de resinas e ligas metálicas livres de níquel e cromo.

Em caso de alguma reação alérgica durante o atendimento, o profissional deve ter à disposição um kit de emergência contendo epinefrina, anti-histamínicos e corticosteroides para tratar rapidamente qualquer reação adversa grave, como anafilaxia.

Entretanto, em casos mais graves, após os cuidados primários, deve-se encaminhar o paciente diretamente para o hospital. Dessa maneira, as alergias odontológicas podem gerar diversas complicações, sendo essencial os dentistas, conhecê-las a fundo e cuidar para evitar as reações dos pacientes no seu consultório odontológico.

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