O herpes emocional é uma manifestação do vírus herpes simplex (HSV), comumente associada a surtos desencadeados por estresse emocional intenso ou outras situações que debilitam o sistema imunológico.
Embora amplamente conhecida por suas manifestações nos lábios, essa condição pode gerar dúvidas sobre causas, transmissão, tratamento e como o dentista pode desempenhar um papel crucial no manejo.
Pensando em te auxiliar no manejo da condição preparamos um artigo completo com tudo que você precisa saber sobre herpes emocional. Confira!
O que é o herpes emocional?
O termo “herpes emocional” refere-se a episódios de reativação do vírus herpes simplex desencadeados por fatores emocionais, como estresse, ansiedade ou cansaço extremo.
Dessa maneira, a manifestação mais comum ocorre na região dos lábios ou em torno da boca, conhecida como herpes labial, mas também pode surgir em outras áreas.
O Vírus Herpes Simplex (HSV)
É muito importante o dentista entender que existem dois tipos de vírus, sendo os principais vírus de HSV:
- HSV-1: geralmente associado ao herpes labial e à região oral.
- HSV-2: mais comumente relacionado ao herpes genital.
Após a infecção inicial, o vírus permanece latente nos gânglios nervosos, podendo ser reativado em situações de baixa imunidade ou estresse, o que caracteriza o chamado “herpes emocional”.
Herpes emocional é contagioso?
Uma dúvida muito comum entres os pacientes é sobre as formas de contágio. E sim, o herpes emocional é contagioso.
Dessa maneira, o vírus pode ser transmitido por contato direto com as lesões ativas, saliva ou objetos contaminados. Mesmo sem a presença de feridas visíveis, período assintomático, há possibilidade de transmissão, embora essa seja bem menor.
Fatores de contágio:
Alguns fatores aumentam consideravelmente o risco de transmissão, dentre eles:
- Contato direto com lesões ativas.
- Uso compartilhado de talheres, copos ou itens de higiene.
- Beijos ou contato íntimo durante surtos.
Entretanto, o risco é maior durante o período de lesões ativas e quando as bolhas estão em fase de rompimento.
Causas e fisiopatologia
A causa primária do herpes emocional é a reativação do HSV previamente adquirido. Portanto, fatores desencadeantes incluem:
- Estresse emocional: a liberação de cortisol em excesso reduz a imunidade, favorecendo a replicação viral.
- Baixa imunidade: resultante de doenças, cansaço ou má alimentação.
- Exposição solar: que pode sensibilizar a pele e desencadear surtos.
- Alterações hormonais: como as que ocorrem no ciclo menstrual.
- Traumas locais: pequenos ferimentos nos lábios ou mucosa podem facilitar o surgimento das lesões.
Fisiologicamente, o vírus permanece inativo até que algum gatilho permita sua replicação e migração para a superfície da pele ou mucosas, gerando as típicas bolhas.
Por que o estresse reativa o vírus?
O estresse é um dos principais motivos de reativação do vírus do Herpes, sendo comum as crises em períodos conturbados. Isso se deve, pois, o estresse ativa o chamado eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA), resultando em maior produção de cortisol, o hormônio do estresse. Dessa maneira, esse aumento de cortisol gera:
- Imunossupressão: o sistema imunológico torna-se menos eficiente em conter o HSV.
- Inflamação: um ambiente propício para a replicação viral.
- Danos ao equilíbrio nervoso: facilitando a migração do vírus para as terminações nervosas próximas à pele ou mucosas.
Sinais e Sintomas
As manifestações clínicas mais comuns incluem, principalmente, o surgimento de pequenas bolhas agrupadas na região dos lábios, bochechas ou mucosa oral.
Além disso, é comum a sensação de ardência, formigamento ou coceira antes do surgimento das lesões. Vermelhidão e inchaço local, também podem se fazer presentes.
Além disso, em casos graves, pode ocorrer febre, mal-estar e linfonodos inchados.
O herpes emocional geralmente segue um ciclo de evolução que inclui formação de bolhas, rompimento, formação de crostas e cicatrização.
Diagnóstico
O diagnóstico do herpes labial é frequentemente clínico, baseado na aparência característica das lesões. Entretanto, em casos de dúvida, é possível solicitar alguns exames de confirmação.
Sendo assim, é possível solicitar exames laboratoriais, como cultura viral ou PCR, para confirmação. Além disso, também é possível solicitar exame sorológico para diferenciar HSV-1 de HSV-2.
Tratamento do herpes emocional
O tratamento do herpes emocional envolve aliviar os sintomas, acelerar a cicatrização e reduzir a frequência dos surtos. Dessa forma, o tratamento pode incluir:
Medicações Tópicas
As medicações geralmente utilizadas são cremes antivirais, como aciclovir ou penciclovir, aplicados diretamente nas lesões.
Medicações Sistêmicas
Antivirais orais, sendo os mais comuns o aciclovir, valaciclovir ou fanciclovir, utilizados em casos recorrentes ou graves.
Cuidados Gerais
Orientar os pacientes referente a alguns cuidados gerais é necessário. Dessa forma, oriente sempre manter os lábios hidratados, evitar exposição solar excessiva, utilizando protetor labial com FPS. Além disso, é importante não manipular as lesões para evitar infecção secundária.
O Papel do dentista no controle do herpes emocional
O dentista desempenha um papel essencial no manejo do herpes emocional, especialmente quando as lesões afetam a região oral e peri-oral. Dessa maneira, suas responsabilidades incluem:
- Diagnóstico diferencial: diferenciar o herpes de outras condições, como aftas ou lesões traumáticas.
- Orientação preventiva: fornecer dicas para evitar surtos, como proteção labial e manejo do estresse.
- Tratamento adjuvante: aplicar laserterapia de baixa intensidade para acelerar a cicatrização e aliviar a dor.
- Educação do paciente: explicar sobre a contagiosidade e os cuidados para evitar a propagação do vírus.
- Identificação de gatilhos: avaliar fatores que possam estar contribuindo para a reativação frequente, como traumas locais causados por próteses ou aparelhos.
Herpes emocional na boca
Quando o herpes emocional afeta diretamente a cavidade oral, pode causar:
- Lesões dolorosas na mucosa da boca.
- Dificuldade para comer ou falar.
- Risco de infecção secundária por bactérias.
Nesses casos, o dentista pode recomendar antissépticos bucais, ajustes de próteses ou aparelhos que possam estar traumatizando a mucosa e medicações específicas.
Prevenção
Embora não exista cura definitiva para o herpes, é possível prevenir surtos com medidas simples, como:
- Reduzir o estresse com atividades relaxantes.
- Manter uma alimentação equilibrada e saudável.
- Dormir bem e fortalecer a imunidade.
- Evitar contato direto com lesões ativas.
O herpes emocional é uma condição comum, mas pode ser manejada de forma eficaz com a ajuda de um dentista qualificado.
Dessa maneira, reconhecer os sinais precocemente, evitar gatilhos e seguir o tratamento adequado são passos essenciais para minimizar os surtos e melhorar a qualidade de vida. Além disso, o dentista tem um papel fundamental na orientação e cuidado, oferecendo suporte integral ao paciente.