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Doenças odontológicas

Lesões fundamentais na mucosa oral: o que todo dentista precisa saber

Lesões fundamentais da mucusa

Publicado por

Anderson

Nos consultórios odontológicos, é possível se deparar diariamente com uma situação envolvendo inflamação na boca. E muitas vezes, nem sempre uma afta ou uma inflamação simples é algo passageiro. São muitas às vezes que o paciente chama de “machucadinho” no céu da boca, ou que aparece na bochecha podem indicar as lesões fundamentais da mucosa oral.

Assim, entender o que é e como identificá-las é muito importante para o melhor diagnóstico para o paciente.

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Esse artigo do Codental tem um único objetivo – abordar as lesões fundamentais na mucosa oral e seus desdobramentos nos casos clínicos do dia a dia. Por exemplo, como classificar? Quais os principais tipos de inflamação? Vamos explorar e entender melhor esses e outros pontos.

O que são lesões fundamentais?

Antes de entrarmos nas classificações específicas, vale uma breve recapitulação: lesões fundamentais são alterações teciduais básicas, que servem como ponto de partida para o diagnóstico clínico. Elas são chamadas de “fundamentais” justamente por serem a base na qual se apoiam diversas doenças, tanto benignas quanto malignas.

Ademais, na odontologia, entender essas lesões é crucial para diferenciar uma condição transitória de um problema mais sério. Por isso, durante o exame clínico, o olhar atento do dentista é o primeiro passo para um diagnóstico precoce e um tratamento assertivo.

Quais são as lesões fundamentais da mucosa da boca?

As lesões fundamentais da mucosa oral podem ser classificadas de acordo com critérios morfológicos, clínicos e histológicos. A seguir, destacamos os principais tipos:

  1. Mácula

É uma alteração da cor da mucosa, sem elevação ou depressão. Pode ter origem vascular (como nas petéquias), pigmentar (como nas manchas melanóticas), entre outras.

  1. Pápula

Lesão sólida, geralmente menor que 5 mm, ligeiramente elevada. Pode ser decorrente de processos inflamatórios ou hiperplásicos.

  1. Placa

Lesão elevada com superfície plana. É comum em casos de leucoplasia ou líquen plano.

  1. Nódulo

Lesão sólida, geralmente maior que a pápula, podendo ser submucosa. Pode representar desde fibromas até lesões neoplásicas.

  1. Vesícula

Bolha com conteúdo líquido, geralmente menor que 5 mm. Aparece em doenças como herpes simples.

  1. Bolha

Semelhante à vesícula, porém maior. Pode se romper e formar úlceras dolorosas.

  1. Pústula

Lesão com conteúdo purulento, geralmente associada a infecções bacterianas.

  1. Úlcera

Perda da continuidade do epitélio mucoso, geralmente dolorosa. Pode estar relacionada a traumas, infecções, ou condições sistêmicas.

  1. Erosão

Perda superficial do epitélio, sem atingir a lâmina própria. Em geral, é menos dolorosa que a úlcera.

  1. Fissura ou Rágade

São lesões lineares, normalmente dolorosas, que aparecem em áreas de dobras da mucosa, como nos lábios.

Classificação das lesões fundamentais na odontologia

Em odontologia, as lesões bucais são divididas entre:

  • Lesões primárias: surgem de forma espontânea ou como primeira manifestação da doença (ex: máculas, pápulas, vesículas).
  • Lesões secundárias: resultam da evolução ou ruptura de lesões primárias (ex: úlceras, crostas, escamas).

Essa classificação, portanto, ajuda o dentista a entender a evolução da lesão e, muitas vezes, já indica o caminho do diagnóstico.

Quais são os tipos de lesões na boca?

Além da classificação fundamental, é comum agrupar as lesões bucais conforme a causa:

  • Traumáticas: mordidas, queimaduras químicas ou térmicas, uso de próteses mal adaptadas.
  • Infecciosas: virais (herpes), bacterianas (abscessos), fúngicas (candidíase).
  • Inflamatórias: aftas, líquen plano, reações alérgicas.
  • Neoplásicas: tanto benignas (como papilomas) quanto malignas (como carcinoma espinocelular). Autoimunes: como o pênfigo vulgar e o lúpus eritematoso.

E na gengiva, quais são os tipos de lesões?

A gengiva é uma das áreas mais acometidas por lesões bucais. Entre os tipos mais comuns, podemos citar:

  • Gengivite: inflamação superficial da gengiva, geralmente por acúmulo de biofilme.
  • Hiperplasia gengival: aumento do volume gengival, que pode ter origem medicamentosa, hormonal ou inflamatória.
  • Úlceras traumáticas: causadas por escovação excessiva ou alimentos duros.
  • Gengivite ulcerativa necrosante (GUN): condição aguda e dolorosa, com sangramento e odor fétido.

Tipos de inflamação na boca: o que observar?

Inflamações orais não são todas iguais. Elas variam em extensão, causa e intensidade. A mucosite oral, por exemplo, é uma das mais debilitantes, especialmente em pacientes submetidos à quimioterapia ou radioterapia. Ela se manifesta como áreas avermelhadas, doloridas e, em casos mais severos, ulceradas.

As estomatites, por outro lado, são inflamações generalizadas da mucosa oral. Podem ter origem infecciosa, alérgica, traumática ou estar ligadas a deficiências nutricionais. As gengivites e periodontites, amplamente conhecidas, têm relação direta com a presença de biofilme e falta de higiene bucal. E as queilites — inflamações nos lábios — também são bastante comuns, podendo ser infecciosas, alérgicas ou meteorológicas (ressecamento por frio ou calor excessivo).

Doenças que podem acometer a mucosa bucal

Além das lesões inflamatórias e infecciosas, a mucosa oral pode ser reflexo de doenças sistêmicas. Por isso, a anamnese detalhada é fundamental.

Doenças como lúpus, anemia, sífilis, HIV, tuberculose e até deficiências nutricionais (como falta de ferro, vitamina B12 ou ácido fólico) podem se manifestar primeiro na cavidade oral.

Outras condições como líquen plano, leucoplasia, eritroplasia e candidíase crônica também merecem atenção especial, pois algumas apresentam potencial de malignidade.

Como tratar as lesões bucais?

O tratamento das lesões fundamentais na mucosa oral vai depender da causa. Mas algumas diretrizes são comuns:

  • Identificação correta: um bom exame clínico, associado à história do paciente, é o primeiro passo.
  • Controle de fatores locais: remover trauma, ajustar prótese, orientar escovação.
  • Medicação tópica ou sistêmica: dependendo da lesão, analgésicos, antifúngicos, antivirais ou corticoides podem ser prescritos.
  • Encaminhamento: em casos de lesões suspeitas ou persistentes, a biópsia é indispensável.

O dentista, então, deve sempre orientar seu paciente quanto à importância do acompanhamento. Lesões que persistem por mais de 15 dias sem melhora devem ser avaliadas com rigor.

O que podemos concluir sobre as lesões fundamentais na mucosa oral?

As lesões fundamentais na mucosa oral, dessa forma, fazem parte do dia a dia do dentista, mas não devem ser subestimadas. Portanto, reconhecer os diferentes tipos, entender suas classificações e estar atento às possíveis causas sistêmicas é o que diferencia uma abordagem superficial de um atendimento realmente resolutivo.

Além disso, manter-se atualizado sobre o tema é essencial para oferecer um cuidado completo e evitar complicações. Afinal, como profissionais da saúde bucal, temos um papel fundamental na detecção precoce de inúmeras doenças.

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