A odontologia avança cada vez mais, e a busca por materiais que se assemelha aos dentes naturais é cada vez maior. Sendo assim, para se obter o resultado esperado é necessário a realização de uma moldagem precisa, sendo o alginato um material muito utilizado para tal função.

Dessa maneira, a moldagem odontológica ajuda os dentistas a criar dispositivos bucais personalizados que se acomodam confortavelmente na superfície dos dentes. 

Pensando nisso, preparamos um artigo completo com tudo que você precisa saber sobre esse material tão importante nos consultórios odontológicos. Confira!

O que é alginato?

O alginato é um material amplamente utilizado em odontologia e em outras áreas para criar moldes ou impressões de alta precisão. Ele é um tipo de hidrocoloide que se origina a partir de algas marinhas, especificamente das algas pardas, como o Macrocystis pyrifera e Laminaria japonica.

É um material amplamente utilizado, possuindo as seguintes características:

Composição

O alginato é composto por alginatos de sódio ou potássio que, quando misturados com água, formam um gel. Este gel é moldável e tem a capacidade de capturar detalhes finos da superfície sobre a qual é aplicado, proporcionando moldes bem precisos.

Tempo de Fraguamento

O alginato tem um tempo de fraguamento variável, podendo ajustar dependendo da sua formulação. Dessa maneira, há alginatos com fraguamento rápido e lento, permitindo flexibilidade conforme a necessidade do procedimento realizado.

Propriedades

O alginato é conhecido por sua facilidade de uso, baixa viscosidade e capacidade de reproduzir detalhes precisos. Além disso, ele é relativamente econômico e possui uma boa adaptabilidade a diferentes formas e tamanhos, podendo ser utilizado em uma diversidade grande de pacientes.

Para que serve?

Nas moldagens odontológicas utiliza-se o alginato para qualquer dispositivo que tenha que se encaixar em um ou mais dentes, ou substituí-los, como coroas, pontes, facetas, aparelhos e demais dispositivos ortodônticos, além de moldeiras para clareamento personalizadas. 

Portanto, como o alginato interage eficazmente com a água, ele é capaz de produzir moldes dentários precisos, mesmo na presença de saliva. Dessa maneira, a moldagem detalhada dos dentes e da gengiva permite ao dentista criar um modelo exato da arcada dentária do paciente. Em seguida, utiliza-se esse modelo para personalizar o dispositivo dentário.

Como é feito o alginato?

O alginato é feito a partir de algas marinhas, especificamente algas pardas, ricas em alginato, um polissacarídeo natural. O processo de fabricação do alginato envolve várias etapas, dentre elas:

Coleta das Algas:

É definido o tipo de alga que será utilizada, sendo as algas mais comuns geralmente da família Laminariales, como Macrocystis pyrifera e Laminaria japonica. Em seguida, as algas são colhidas do mar, frequentemente em áreas onde há uma abundância dessas plantas.

Preparação das Algas:

Após a devida coleta, lavam-se as algas para remoção da areia, sujeira e outras impurezas presentes. Em seguida, após a limpeza eficaz, as algas são secar ao sol ou por métodos artificiais para reduzir o teor de umidade.

Extração:

Quando as algas encontram-se totalmente secas, essas são moídas para obter um pó fino. O pó de alga é misturado com uma solução alcalina, geralmente hidróxido de sódio (soda cáustica), em um processo chamado de extração alcalina. Essa mistura ajuda a liberar o alginato das paredes celulares das algas. Em seguida, filtra-se a solução resultante para remover resíduos sólidos e obter uma solução contendo alginato dissolvido.

Precipitação e Purificação:

Para obter o alginato na forma sólida, a solução filtrada é misturada com um ácido, como ácido clorídrico, o que causa a precipitação do alginato. Posteriormente efetua-se a purificação, onde o alginato precipitado é então lavado para remover impurezas e resíduos de ácido. Em seguida, é seco para obter um pó de alginato puro.

Formulação:

Mistura-se o pó com outros ingredientes, como fosfato de cálcio, para formar uma fórmula específica que se utilizara na produção de alginato para diferentes aplicações. Finalmente, realiza-se o desenvolvimento de formas, onde o produto é formulado em diferentes tipos e propriedades, como o de fraguamento rápido ou lento, dependendo da necessidade do uso final.

Embalagem:

O material é embalado em pacotes ou frascos, pronto para se utilizar em clínicas odontológicas ou em outros contextos onde o alginato é necessário.

Tipos de alginato

Existem diferentes tipos de alginato, cada um com características específicas para atender a várias necessidades clínicas dos dentistas. Sendo assim, os principais tipos são:

Alginato de uso geral

Este tipo é adequado para a maioria das aplicações odontológicas, como a obtenção de impressões para modelos de estudo. É um material que possui um tempo de fraguamento e manipulação padrão, o que o torna versátil e fácil de usar em diferentes situações.

De alta definição

Formulado para fornecer maior precisão nas impressões, este alginato é crucial para procedimentos que exigem um ajuste muito fino, como a confecção de férulas ou coroas temporárias. Ainda, possui capacidade de capturar detalhes minuciosos, tornando um material ideal para trabalhos mais detalhados.

Alginato de fraguamento rápido

Projetado para reduzir o tempo de fraguamento, este tipo é útil em situações em que é necessário obter impressões rapidamente. Portanto, é ideal para clínicas com alto fluxo de pacientes ou quando a rapidez na obtenção das impressões é essencial.

Alginato de fraguamento lento

Ao contrário do alginato de fraguamento rápido, este tipo tem um tempo de fraguamento mais longo, o que permite uma manipulação mais prolongada. Dessa maneira, se torna útil quando é necessário mais tempo para realizar a impressão, especialmente em casos onde a precisão é importante sem pressa.

Alginato com propriedades especiais

Alguns alginatos são formulados com aditivos específicos para melhorar certas propriedades, como resistência ao rasgo, estabilidade dimensional ou compatibilidade com determinados tipos de gessos. Dessa forma, esses especializados podem ser escolhidos conforme as necessidades particulares do procedimento.

Portando, cada tipo do produto tem suas vantagens e desvantagens, dessa maneira a escolha do tipo adequado depende do tipo de impressão que precisa ser realizada, do tempo disponível e da precisão requerida.

Tempo de duração na boca:

O tempo de duração do material na boca, também conhecido como tempo de trabalho ou tempo de manuseio, é o período em que ele permanece moldável antes de começar a endurecer e solidificar. Sendo assim, esse tempo pode variar dependendo da formulação específica do alginato e das condições ambientais, como temperatura e umidade. 

De maneira geral, o tempo de trabalho do alginato é de aproximadamente 1 a 2 minutos após a mistura com água. Durante esse período, o alginato ainda é maleável e pode ser aplicado na moldeira e colocado na boca do paciente.

Entretanto, existem alginatos com tempos de trabalho mais rápidos e outros com tempos de trabalho mais lentos, dependendo das necessidades do procedimento e das preferências de cada dentista.

Deve-se levar alguns aspectos em consideração, já que o tempo de permanência do alginato na boca deve ser monitorado para garantir o conforto do paciente. Portanto, não se deve deixar o alginato na boca por mais tempo do que o necessário para evitar desconforto e possíveis reações adversas.

Entretanto, para obter moldes precisos, é importante seguir as instruções do fabricante e realizar a impressão dentro do intervalo de tempo recomendado.

O manejo adequado do alginato, incluindo o tempo de trabalho e o tempo de fraguamento, é crucial para garantir a qualidade das impressões e a satisfação do seu paciente.