O ameloblastoma é um tumor odontogênico benigno com origem no epitélio do esmalte e pode afetar a mandíbula ou a maxila.
Embora seja considerado benigno, é um tipo de tumor que requer atenção já que pode apresentar comportamento agressivo e causar destruição significativa dos tecidos adjacentes.
Portanto, neste artigo, vamos explorar suas causas, tipos, tratamento, sintomas, diagnóstico e histopatologia. Confira tudo sobre!
O que é ameloblastoma?
O ameloblastoma é um tumor raro que geralmente se desenvolve na mandíbula, embora possa aparecer na maxila.
Esse tipo de tumor é mais comum em adultos entre 20 e 40 anos, entretanto pode ocorrer em qualquer idade. Além disso, é frequentemente assintomático em suas fases iniciais, não sendo conhecido sua origem, o que acaba levando a diagnósticos tardios.
O que pode causar o ameloblastoma?
As causas exatas do ameloblastoma ainda não são completamente compreendidas. No entanto, alguns fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento, sendo sempre interessante se atentar aos fatos para diagnosticar o tumor de maneira precoce. Dentre os fatores que contribuem para o desenvolvimento estão:
Genética
Estudos indicam que anomalias genéticas podem desempenhar um papel no desenvolvimento do ameloblastoma. Dessa maneira, algumas mutações em genes relacionados à regulação celular têm sido associadas a casos da doença.
Traumas Orais
Embora a relação ainda não esteja totalmente estabelecida, os traumas na região bucal, como fraturas mandibulares, podem estar associados ao desenvolvimento de ameloblastomas. Sendo assim, pacientes que sofreram traumas orais devem ser investigados mais a fundo na suspeita do tumor. Além disso, ao desconfiar, sempre se deve questionar o paciente sobre o histórico de traumas.
Histórico Familiar
Embora não seja hereditário, um histórico familiar de doenças odontogênicas pode aumentar a predisposição ao ameloblastoma. Dessa forma, o histórico familiar pode contribuir para a hipótese de origem genética, devendo sempre ser questionada.
Doenças Associadas
Algumas condições, como a displasia fibrosa e a Síndrome de Gardner, podem estar associadas a um maior risco de desenvolvimento de ameloblastoma. Dessa forma, por existir evidências na literatura sobre essa associação, os pacientes que possuem essa condição devem ser investigados.
Tipos de ameloblastoma
Um ponto muito importante para ajudar no diagnóstico desse tipo de tumor é conhecer suas formas. Existem três tipos principais de ameloblastoma, cada um com características clínicas e histológicas distintas, sendo eles:
Ameloblastoma Clássico (ou Multicístico)
Esse tipo de ameloblastoma é o mais comum e representa cerca de 80% dos casos. Normalmente, ele se apresenta como uma lesão multiloculada, com cavidades que se assemelham a cistos. Frequentemente, afeta a mandíbula e um motivo que leva ao diagnóstico precoce é ser assintomático por longos períodos.
Ameloblastoma Unicístico
O ameloblastoma unicístico é menos comum e apresenta uma única cavidade. Entretanto, merece atenção, já que costuma ser confundido com cistos odontogênicos, mas possui um potencial de recidiva maior após a remoção. Sendo assim, o diagnóstico é essencial para determinar o tratamento adequado.
Ameloblastoma Periférico
Este tipo de ameloblastoma ocorre nas gengivas e não na mandíbula ou maxila. Entretanto, é uma forma benigna do tumor e possui uma taxa de recidiva menor. Geralmente, apresenta-se como um nódulo ou massa em tecidos moles.
Sintomas
Os sintomas do ameloblastoma podem variar dependendo do tipo e da localização do tumor. Entretanto, como já mencionado, um dos principais problemas desse tipo de tumor é não apresentar sintomas, tornando o diagnóstico tardio. Todavia, quando sintomático, alguns dos sinais mais comuns são:
- Inchaço: uma das principais sintomatologias desse tumor, é o surgimento de aumento visível na região afetada.
- Dor: embora muitos pacientes não apresentem dor, o tumor pode causar desconforto em estágios mais avançados.
- Deslocamento de Dentes: Um problema recorrente em quem desenvolve ameloblastoma é deslocamento dos dentes adjacentes ao tumor.
- Fraturas Mandibulares: em casos mais severos, o tumor pode causar fraturas devido à destruição óssea. Dessa forma, é um dos piores prognósticos da doença afetando diretamente a saúde oral do paciente.
Diagnóstico de ameloblastoma
Um dos principais desafios do tumor é o diagnóstico precoce. Dessa forma, o diagnóstico de ameloblastoma envolve uma combinação entre avaliação clínica, exames de imagem e biópsia.
Avaliação Clínica
A avaliação clínica é o primeiro momento onde pode se levar a suspeita desse tumor. Sendo assim, é papel do dentista ou médico realizar um exame clínico detalhado, para identificar sinais e sintomas, além de coletar um histórico médico detalhado.
Exames de Imagem
Exames de imagem como radiografias, tomografias computadorizadas (TC) e ressonâncias magnéticas (RM) são utilizados para visualizar a extensão do tumor e seu efeito sobre os tecidos circundantes. Geralmente, o ameloblastoma apresenta-se como uma lesão radiolúcida, sendo esses exames essenciais para o correto diagnóstico.
Biópsia
A biópsia é o método definitivo para confirmar o diagnóstico. Dessa forma, a amostra do tecido é analisada microscopicamente para identificar características histológicas típicas do ameloblastoma.
Histopatologia do ameloblastoma
A histopatologia do ameloblastoma é caracterizada por padrões celulares específicos, dentre eles estão:
- Células de Ameloblastos: as células que compõem o tumor são semelhantes às células que formam o esmalte dental. Além disso, essas células podem apresentar características de displasia.
- Padrões de Crescimento: o ameloblastoma pode apresentar diferentes padrões de crescimento, como o padrão folicular, plexiforme ou desmoplásico. Todavia, cada um desses padrões tem implicações prognósticas diferentes.
- Matriz Extracelular: a presença de uma matriz extracelular rica em colágeno e outros componentes também é observada, o que pode indicar a agressividade do tumor.
Tratamento do ameloblastoma
O tratamento do ameloblastoma é fundamental para evitar recidivas e complicações. Dentre as opções usualmente utilizadas no tratamento temos a cirurgia, que é abordagem mais comum, sendo necessária para ressecção de uma parte significativa da mandíbula ou maxila.
Outra forma de tratamento é a radioterapia, que é uma opção quando a cirurgia não se torna viável. Apesar de ser uma alternativa, a radioterapia não é um tratamento padrão para o ameloblastoma.
Ainda o monitoramento, com acompanhamento regular, é essencial para detectar qualquer sinal de recidiva precoce do tumor, sendo indispensável durante e após o tratamento.
Portanto, o ameloblastoma, embora benigno, é um tumor que pode ter um impacto significativo na saúde bucal e na qualidade de vida do paciente.
Dessa maneira, o entendimento sobre suas causas, tipos, sintomas, diagnóstico e tratamento é vital para uma abordagem eficaz e para garantir que os pacientes recebam os cuidados necessários.
Com um diagnóstico precoce e tratamento adequado, as perspectivas para os pacientes afetados por essa condição são bastante favoráveis, sendo essencial a intervenção e acompanhamento de um dentista especializado.