A amigdalectomia é um procedimento cirúrgico que envolve a remoção das amígdalas palatinas e, geralmente, é feito em casos de amigdalite crônica, obstrução respiratória, ronco e apneia do sono.
Embora a amigdalectomia seja um procedimento relativamente comum, muitos ainda têm dúvidas e preocupações sobre o procedimento. Neste artigo, vamos discutir alguns dos aspectos mais importantes da amigdalectomia.
Quem precisa de amigdalectomia?
A retirada das amígdalas é recomendada em casos de infecções ou inflamações frequentes e graves, ou quando as amígdalas apresentam um crescimento anormal, causando problemas respiratórios, como apneia do sono.
Algumas razões comuns pelas quais os indivíduos precisam retirar as amígdalas incluem:
- Infecções recorrentes de garganta ou ouvido que não respondem ao tratamento;
- Amigdalite crônica ou inflamação das amígdalas que dura por longos períodos;
- Problemas respiratórios, como apneia obstrutiva do sono, causados pela hipertrofia das amígdalas
- Presença de abscessos nas amígdalas que não respondem ao tratamento;
- Suspeita ou diagnóstico de câncer nas amígdalas.
Vale ressaltar, que o processo só é indicado após os 4 anos, pois antes disso o sistema imunológico está em desenvolvimento.
Como funciona a amigdalectomia?
A amigdalectomia é um procedimento realizado em hospitais sob anestesia geral e leva cerca de 30 minutos a 1 hora.
Para realizar a amigdalectomia, o cirurgião faz uma pequena incisão na borda frontal da amígdala e a remove do local. Depois, ele pode usar um instrumento chamado eletrocautério para controlar qualquer sangramento que possa ocorrer durante o procedimento. Em seguida, o cirurgião pode suturar a incisão para controlar o sangramento.
Ao final do procedimento, geralmente recomenda-se que o paciente permaneça no hospital por cerca de 8 a 12 horas e depois disso, caso não tenha nenhuma complicação, é liberado. O paciente irá reparar que os pontos cairão, naturalmente, em 1 semana, não sendo necessária a volta no hospital para retirá-los.
Durante a cirurgia, os profissionais podem utilizar diferentes técnicas cirúrgicas, incluindo:
- Amigdalectomia clássica: envolve a remoção das amígdalas com bisturi, tesoura ou outros instrumentos cirúrgicos.
- Amigdalectomia a laser: usa um laser para cortar e remover as amígdalas.
- Eletrocautério: usa uma corrente elétrica para remover as amígdalas.
Riscos e contraindicações da retirada das amígdalas
A amigdalectomia é uma cirurgia relativamente segura, mas assim como qualquer procedimento cirúrgico, existem alguns riscos associados. Os riscos como hemorragia pós-operatória, alteração na fala, aumenta de apetite, disfagia e otalgia reflexiva são alguns dos observados, entretanto, são raros e afetam de 2% a 6% dos pacientes que realizam o procedimento,
Além disso, a amigdalectomia é contraindicada em alguns casos, como em pacientes com doenças graves do coração ou dos pulmões, doenças sanguíneas, problemas de coagulação ou infecções ativas. Em pacientes com distúrbios hemorrágicos ou histórico de sangramento excessivo, é importante que o procedimento seja feito somente sob supervisão cuidadosa e com medidas de prevenção de sangramento adequadas.
Pacientes com doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide, também devem passar por uma avaliação cuidadosa antes de se submeterem à cirurgia de amigdalectomia, pois essas doenças podem afetar a capacidade do corpo de se curar após a cirurgia.
5 cuidados pós-operatório de amigdalectomia
O pós-operatório de amigdalectomia é um período importante que requer cuidados especiais para garantir uma recuperação rápida e segura. Algumas recomendações importantes que o profissional pode passar ao paciente, incluem:
Tempo de recuperação:
O tempo de recuperação varia de pessoa para pessoa, mas em média leva cerca de duas semanas. Sendo assim, é muito importante que o paciente respeite esse tempo, seguindo as orientações passadas relacionadas a atividade física, alimentação, descanso, cuidados, etc. uma vez que, interromper com esses cuidados antes pode dificultar a recuperação
Alimentação:
Manter uma alimentação saudável e com alimentos estratégicos para uma melhor recuperação é um fator muito importante durante a recuperação. É recomendado evitar alimentos duros, picantes e ácidos, pois podem causar irritação na garganta. Alimentos frios e líquidos, como sorvete, iogurte e suco de frutas, podem ajudar a aliviar a dor e a inflamação.
Cuidados com a garganta:
É comum sentir dor de garganta e desconforto após a cirurgia. O profissional responsável pode prescrever medicamentos para aliviar a dor e reduzir a inflamação. Gargarejos com água morna e sal podem ajudar a manter a garganta limpa e reduzir o inchaço.
Repouso:
O descanso é importantíssimo durante o pós-operatório, uma vez que no repouso o fluxo sanguíneo é direcionado para a área que precisa de cura e o sistema imunológico é capaz de concentrar seus recursos na cicatrização e recuperação.
Além disso, repouso também ajuda a prevenir o sangramento excessivo, já que movimentos bruscos ou atividades físicas extenuantes podem aumentar a pressão arterial e a circulação sanguínea, podendo levar a sangramento excessivo e prejudicar a recuperação. Dito isso, permitir que o corpo se recupere melhor do procedimento, é necessário evitar atividades intensas e descansar.
Higiene bucal:
Claramente, por ser o local do procedimento, é importante manter uma boa higiene bucal durante o período de recuperação. Logo, o paciente deve escovar os dentes suavemente e com cuidado, usar enxaguantes bucais prescritos pelo profissional e devem evitar o uso de tabaco e álcool.
Preço da amigdalectomia
O preço da amigdalectomia varia conforme a estrutura do hospital, técnica aplicada, cirurgião responsável, entre outros, mas, em média, os valores do procedimento são encontrados em torno de R$4.000 a R$ 10.000 reais, considerando pré e pós-operatório.
Como os dentistas podem ajudar na recuperação?
Os dentistas têm um papel importante no pré e pós-operatório de amigdalectomia. Durante o pré-operatório, os dentistas podem atuar auxiliando na identificação de problemas dentários ou orais que possam afetar a cirurgia, como cáries, gengivite ou periodontite. Além disso, eles também podem orientar o paciente sobre como cuidar da sua higiene oral antes e após a cirurgia.
No pós-operatório, o dentista tem papel importante já que ajuda a aliviar a dor e a reduzir o inchaço, prescrevendo medicamentos e instruindo o paciente sobre os cuidados bucais adequados, pois é comum que os pacientes experimentem dor de garganta, dificuldade para engolir e mau hálito após a cirurgia
Por fim, o dentista também pode avaliar se há alguma complicação oral após a cirurgia, como infecções ou sangramento excessivo.