Considerada por muitos a nova moda da estética facial, a bichectomia tem conquistado notável destaque entre os procedimentos mais realizados pelos especialistas em harmonização orofacial. Nela, a retirada da chamada bola de Bichat, gera um afinamento do rosto, estabelecendo traços mais delgados ao rosto, através da diminuição da bochecha.
Muitos questionam sua banalização, especialmente por a cirurgia poder causar um aspecto de envelhecimento e flacidez facial.
Neste post, falaremos sobre o que é esse procedimento, as indicação e contraindicações da Bichectomia, bem como seu valor médio.
O que é Bichectomia?
Bichectomia é caracterizada por um procedimento cirúrgico não invasivo, cujo objetivo é a remoção da bola de Bichat, ou seja, na remoção de uma massa esférica de gordura, mais conhecida como bochecha.
Descoberta pelo anatomista Marie François Xavier Bichat, em 1802, a bola de Bichat é descrita como um acúmulo de tecido adiposo, ou seja, de gordura, encapsulado por tecido conjuntivo fino, cuja forma é piramidal. O seu tamanho varia conforme a idade do paciente, sendo nas crianças, maiores e diminuindo conforme o indivíduo envelhece.
Esse tecido gorduroso fica alojado em camadas mais profundas da pele, especificamente entre os músculos Masseter e bucinador, mais conhecida como a região da bochecha.
Apresenta duas funções, a mais importante na primeira infância, onde, a bola de Bichat auxilia na sucção alimentar do bebê. Fato esse, que explica o porquê da diminuição desse tecido ao longo da vida. Outra função, não menos importante, é da proteção gerada aos nervos da face, causa de complicações da Bichectomia.
Em suma, sua remoção é bilateral, ou seja, dos dois lados, porém há casos relatados de pacientes que removeram unilateralmente de modo a buscar harmonia facial do terço médio da face.
Como é feita a remoção da bola de Bichat?
Em primeiro lugar, é importante lembrar que não existe necessidade de internação hospitalar para realização da bichectomia, pois é um procedimento cuja anestesia é local, e a sedação é leve.
Em seguida, é feita incisão intra-oral e consequentemente retirada a bola de Bichat.
A ressecção da massa adiposa será parcial e atenderá a critérios funcionais e estéticos determinados anteriormente ao procedimento, visando o afinamento do terço superior da face.
O pós-imediato cirúrgico, não apresenta resultados perceptíveis, devido ao edema causado pela incisão e manipulação operatória, embora como medida profilática, seja administrado fármacos para atuar na diminuição deste edema.
O resultado desejado ocorre cerca de 4 a 6 meses após a intervenção cirúrgica, e deve ser avaliado a fim de observar o sucesso da bichectomia.
Indicações
É importante dizer que a indicação da bichectomia não é apenas com finalidade estética. Acima de tudo, recomenda-se para os casos funcionais, ou seja, para pacientes com tendência a morder a bochecha e consequentemente ferir sua mucosa pelo excesso de força atribuído a essa região.
Como consequência há incidência de lesões bucais, aftas, desconfortos ao mastigar, indicando-se a remoção das bolas de Bichat.
Contraindicações da bichectomia
Assim como qualquer procedimento cirúrgico, a bichectomia apresenta contraindicações relacionadas a:
- Pacientes submetidos a radioterapia e quimioterapia;
- Portadores de infecções locais;
- Pacientes portadores de nefropatias;
- Pacientes portadores de coagulopatias, em outras palavras, pacientes com problemas na coagulação sanguínea;
- Pacientes cardiopatas, aqueles que apresentam algum problema de coração e/ou hipertensão descontrolada;
- Pacientes imunossuprimidos, ou seja, portadores de deficiência do sistema de defesa.
Em decorrência da possibilidade de intercorrências na execução da remoção da bola de Bichat, é de suma importância um diálogo aberto entre paciente/profissional, afim da obtenção de sucesso e satisfação de ambos.
Qual valor da Bichectomia?
Da mesma forma que outros procedimentos, a bichectomia requer a avaliação do profissional que irá executar o tratamento, dificultando quantificar seu valor.
O dentista especialista em harmonização, assim como o médico, devem analisar cada caso individualmente, para prover um tratamento adequado. Associado a outros procedimentos, o planejamento operatório alcançará o sucesso da bichectomia.
Dito isso, os valores irão variar em decorrência de:
- Região onde se encontram;
- Exames complementares solicitados;
- Necessidade de associação de tratamentos para obtenção de sucesso na bichectomia.
Assim como em diversos tratamentos, a remoção da bola de Bichat por técnicas operatórias, favorece a inúmeras outras indicações terapêuticas. Para exemplificar, o uso do coxim adiposo em técnicas de reconstrução da face em cirurgias Bucomaxilofaciais, bem como material para enxerto ósseo para a implantodontia, tem contribuído para melhoria da qualidade de vida em diversas áreas odontológicas.
Portanto, definir a bichetctomia como banalizada, é profissionalizar a incapacidade de alguns profissionais frente a infinitas possibilidades deste tratamento, que vai além do estético.
É de suma importância investimentos em pesquisa, na finalidade de conhecer melhor as limitações da bichectomia, ampliando possibilidades para outros tratamentos estéticos. Assim como, investimento em informação, que atenda a demandas sociais para disseminação da verdadeira busca pela imagem perfeita.