A endodontia é um ramo da odontologia que trata as lesões e doenças da polpa e da raiz do dente. Os endodontistas são profissionais capacitados para tratar de problemas internos dos dentes. Popularmente, um indivíduo que trabalha nessa área é o especialista que cuida de canal no dente.
Neste texto vamos falar tudo que você precisa saber a respeito do tratamento endodôntico, conhecido como canal no dente.
Diagnóstico
O adequado diagnóstico e tratamento endodôntico promove a cura de inflamações e infecções dentárias, prevenindo a perda dentária e a disseminação sistêmica de agentes infecciosos.
Portanto, o diagnóstico realizado pelo dentista, com base no exame clínico que inclui o teste de sensibilidade pulpar e o exame radiográfico.
Sendo assim, vamos destacar as principais características das alterações pulpares e periapicais que podem levar à necessidade de intervenção endodôntica, vulgo canal no dente:
Pulpalgia hiper-reativa
Portanto, nestes casos os sintomas apresentados pelo paciente são: dor provocada de curta duração e localizada.
Sendo assim, clinicamente pode se observar a presença ou não de lesão cariosa com cavidade pulpar fechada e/ou exposição de dentina. O teste de vitalidade pulpar é positivo.
Para estes casos o tratamento é a restauração com proteção da parede pulpar ou recobrimento radicular.
Pulpite sintomática
Em suma, o paciente irá relatar dor espontânea, de alta intensidade e de longa duração.
Clinicamente, ocorre presença ou não de lesão cariosa com cavidade pulpar fechada.
Ao realizar o teste de vitalidade pulpar este será positivo. Sendo assim, realiza-se o tratamento endodôntico, tratamento no canal do dente, com remoção parcial (pulpotomia) ou total (pulpectomia) da polpa dentária.
Pulpite assintomática
Quando a polpa está acometida por uma pulpite assintomática, os sintomas relatados são: dor provocada, de baixa intensidade e curta duração.
Clinicamente observa-se lesão cariosa ou fratura coronária com exposição pulpar. Consequentemente, o teste de vitalidade pulpar é pouco efetivo para este caso.
Sendo assim, o tratamento proposto é o tratamento endodôntico com remoção parcial (pulpotomia) ou total (pulpectomia) da polpa dentária.
Periodontite apical
Em suma, a periodontite apical se refere à inflamação do periodonto que é o tecido que envolve os dentes.
O termo apical significa “relativo ao ápice” de modo que a inflamação geralmente ocorre em torno da ponta, ou ápice, da raiz do dente.
Portanto, a periodontite apical é causada por bactérias no interior dos canais, e o seu tratamento deve ser feito com a remoção da causa.
Periodontite apical sintomática infecciosa ou aguda
Assim sendo, os sintomas observados são: dor devido à inflamação do ligamento periodontal, na região apical, causada por uma agressão microbiana
Normalmente, clinicamente não é observado alterações. Na análise radiográfica pode ocorrer presença ou não de rarefação óssea.
Portanto, o teste de vitalidade é negativo. Realiza-se o tratamento no canal do dente e a avaliação a respeito da necessidade de prescrição antibiótica.
Periodontite apical assintomática ou crônica
Por conseguinte, os sintomas relatados são: inflamação crônica de longa duração, com ausência de sintomatologia dolorosa.
Ao observar os aspectos clínico geralmente não se nota alterações e os sinais radiográficos apresentam rarefação óssea.
O teste de vitalidade pulpar é negativo. Deve ser realizado o tratamento endodôntico e é importante explicar ao paciente a possibilidade de agudização do processo infeccioso.
Abscesso periapical agudo
Portanto, quando estamos diante de um caso de abcesso agudo os sintomas são: dor intensa, localizada e pulsátil.
Clinicamente, observa-se a presença de edema com ou sem ponto de flutuação. Sendo assim, na radiografia os sinais observados são aumento do espaço perirradicular, rompimento da lâmina dura e possível rarefação óssea periapical.
Sendo assim, o teste de vitalidade pulpar será negativo. O tratamento endodôntico é realizado com a drenagem do abscesso.
Caso haja sinais de disseminação do processo infeccioso, realiza-se a terapia sistêmica com prescrição de antibiótico, anti-inflamatório e analgésico.
Abscesso periapical crônico
Por conseguinte, ocorre um processo inflamatório, geralmente com ausência de dor. Clinicamente pode-se observar a presença de fístula próxima à região periapical.
O exame radiográfico mostra o aumento do espaço perirradicular, rompimento da lâmina dura e rarefação óssea periapical. Sendo assim, o teste de vitalidade pulpar é negativo. Realiza-se o tratamento no canal do dente.
Granuloma periapical
Desse modo, ocorre um processo inflamatório crônico, geralmente com ausência de dor. Clinicamente não se observa alterações. Porém, na radiografia se observa rarefação óssea periapical circunscrita com um diâmetro menor que 10 mm, associada ao ápice de um dente.
O teste de vitalidade será negativo. O tratamento endodôntico deve ser realizado, podendo haver necessidade de complementação cirúrgica em casos de insucesso no tratamento convencional.
Cisto periapical
Em suma, o cisto periapical é processo inflamatório crônico, geralmente o paciente não relata dor. Porém, clinicamente pode apresentar abaulamento da cortical óssea.
Radiograficamente é observada rarefação óssea periapical circunscrita maior que de 10 mm, associada ao ápice de um dente. O teste de vitalidade é negativo. Sendo assim, para tratar realiza-se o tratamento endodôntico, podendo haver necessidade de intervenção cirúrgica.
Alterações Degenerativas
Portanto, podem ocorrer algumas alterações na cavidade pulpar ou no canal radicular que devem ser observadas com cautela para a realização do tratamento endodôntico.
Nódulo pulpar e calcificação difusa
Sendo assim, a presença de nódulos e outras calcificações pulpares não tem indicação de tratamento, mas pode dificultar a realização do tratamento endodôntico convencional, quando indicado por outras razões.
Reabsorção interna
Observa-se radiograficamente a rarefação nas paredes da câmara pulpar ou do canal radicular. Tratamento no canal do dente, deve ser realizado com o cuidado de usar técnica obturadora que preencha o local da reabsorção.
Reabsorção externa
Se a reabsorção for inflamatória, realiza-se o tratamento endodôntico. Sendo assim, se a reabsorção for em resposta a trauma, o tratamento consiste na remoção da causa.
Portanto, dependendo do local da reabsorção e do grau de comprometimento da estrutura da raiz, além do tratamento endodôntico, indica-se a complementação cirúrgica.
Casos severos, indica-se a exodontia.
Conclusão
O adequado diagnóstico e tratamento endodôntico promove a cura de inflamações e infecções dentárias, prevenindo a perda dentária e a disseminação sistêmica de agentes infecciosos.
Portanto, cabe ao cirurgião dentista realizar o diagnóstico de forma adequada para administrar o melhor tratamento para cada caso.
Neste texto, apresentamos as principais características das alterações pulpares e periapicais que podem levar à necessidade de intervenção endodôntica, vulgo canal no dente.