O câncer de boca é o câncer que afeta os lábios e o interior da cavidade bucal, estando entre os dez tumores mais comuns no Brasil. Esse tipo de câncer pode se desenvolver em qualquer região da boca, como língua, gengiva, glândulas salivares, dentre outros.
Uma das principais formas de combater a doença é a prevenção, devendo o dentista orientar a importância de idas regulares ao consultório odontológico, além de se atentar aos sinais da doença.
Portanto, por se tratar de uma doença com uma evolução grave, o dentista deve saber relacionar as sintomatologias e sinais associados ao câncer bucal, visando o início do tratamento na fase inicial da doença.
Sendo assim, acompanhe nosso texto e fique por dentro de tudo que está relacionado ao câncer de boca!
O que é câncer de boca?
Também denominado câncer bucal, o câncer de boca é um tipo de tumor maligno que pode acometer diferentes partes da boca. Dentre essas partes estão: lábios, gengivas, língua, palato (céu da boca), amígdalas, glândulas salivares e até mesmo bochechas e assoalho da boca.
Dessa forma, como qualquer outro tipo de câncer, se caracteriza pelo crescimento desordenado e acelerado de um grupo de células anormais.
Um dos problemas relacionados ao câncer oral é seu diagnóstico tardio, sendo mais frequente no sexo masculino, em indivíduos por volta dos 40 anos.
Importância do diagnóstico precoce
Apesar de comumente descoberto apenas em seu estado avançado, o câncer de boca pode ser descoberto em sua fase inicial, mediante exames rotineiros que verificam feridas bucais antes de se tornarem tumores.
É importante se atentar a pacientes que possuem mais de 40 anos e possuem hábito de fumar e consumir álcool, pois estão mais propensos ao desenvolvimento desse tipo de câncer, devendo realizar um exame bucal anualmente.
Entretanto, apesar do exame clínico ser insubstituível, é possível orientar os pacientes sobre a realização do autoexame da boca, identificando algumas anormalidades como mudança na aparência dos lábios e da parte interna da boca, endurecimentos, caroços, feridas, dentre outros.
Todavia, deve-se orientar o paciente a comparecer imediatamente ao consultório odontológico caso desconfie de algum sintoma e/ou sinal.
Sintomas de câncer de boca
Os sinais mais comuns do câncer oral é o surgimento de feridas, que aparentam aftas, mas que não cicatrizam em até 15 dias, aumentando de tamanho com o passar do tempo. Sendo assim, o surgimento de manchas e/ou feridas avermelhadas, ou esbranquiçadas, persistentes são o principal sinal de alerta, devendo sempre ser investigado.
Ainda, outros sintomas como presença de inchaços, nódulos, sensação de algo preso na garganta, inchaços na gengiva que atrapalham o uso de próteses, dor no ouvido sem perda da audição, dificuldade de mover a língua durante a fala, deglutição e/ou mastigação, além de dor na garganta, rouquidão prolongada e dentes amolecidos sem causa odontológica aparente, podem ser sintomas de câncer de boca.
Causas do câncer de boca
As causas que levam ao desenvolvimento do câncer de boca ainda não são muito claras. Entretanto, alguns fatores de estilo de vida podem levar ao desenvolvimento da doença, como o hábito de fumar. Ainda, o uso excessivo de álcool pode aumentar as chances de desenvolvimento desse tipo de câncer, além de aspectos como idade maior que 40 anos e hábitos alimentares ruins.
Recentemente, tem-se percebido aumento do câncer de boca associado ao papilomavírus humano transmitido sexualmente (HPV 16), sendo um ponto de atenção importante entre os profissionais.
Tipos de câncer de boca
O câncer de boca pode se apresentar mediante diferentes características, dependo delas e da sua localização para ser classificado. Dessa forma, dentre os tipos de câncer de boca estão:
Carcinoma de células escamosas:
Boa parte dos cânceres de cavidade oral e de orofaringe são desse grupo. Esse tipo de câncer começa nas células planas, que normalmente revestem a boca e a garganta, sendo as células malignas presentes apenas na superfície do epitélio.
Câncer de boca relacionado ao HPV:
Também caracterizado como carcinoma de células escamosas, é um tipo de câncer bucal associado à infecção por certos tipos de papilomavírus humano (HPV) que compõem o grupo HPV+. Geralmente, esse tipo de câncer está presente em pacientes mais jovens e que não fazem uso de álcool e/ou tabaco.
Carcinoma verrucoso:
É um tipo raro de câncer de células escamosas, sendo frequentemente encontrado na gengiva e bochecha, possuindo um crescimento lento. Se trata de um tipo de câncer menos agressivo, com baixas chances de evolução para metástases. Entretanto, mesmo sendo pouco agressivo precisa ser removido.
Carcinoma de glândulas salivares menores
Desenvolvido nas glândulas da mucosa da boca e perto da garganta, são divididos em vários tipos de câncer de glândulas salivares menores, dentre eles:
- Carcinoma adenoide cístico: possui crescimento lento, tendendo a se espalhar pelos nervos, tendo chances de apresentar recidivas depois de muitos anos;
- Carcinoma muco epidermoide: é o tipo mais comum de câncer da glândula salivar. Se inicia, em sua maioria, nas parótidas. Geralmente de baixo grau, mas também pode ser de grau intermediário ou alto;
- Adenocarcinoma: são os tumores que se iniciam nas células glandulares. Os que acometem as glândulas salivares menores são chamados polimorfos de baixo grau e são curáveis, na maior parte dos casos.
Linfomas
Tipo de câncer de boca que atinge os glóbulos brancos e prejudica o sistema linfático, essencial para o sistema imunológico. Portanto, como as amígdalas e a base da língua pertencem a esse sistema, os linfomas podem se iniciar nesta região.
Tratamentos para o câncer de boca
De modo geral, os tratamentos para o câncer de boca se iniciam por meio de uma cirurgia oncológica para a remoção do tumor com um profissional de saúde capacitado. Entretanto, o tipo de tratamento vai variar conforme o tipo de tumor e o estágio que a doença se encontra.
Ainda, dependendo do caso do paciente, pode ser realizada a retirada dos linfonodos, e por hora, remover tecidos por trás da mandíbula e ao longo do pescoço. Dessa forma, principalmente em casos mais avançados, é fundamental o acompanhamento desse paciente com uma equipe multiprofissional capacitada, contendo um cirurgião oncológico qualificado.
Assim, além das técnicas cirúrgicas reconstrutivas, capazes de melhorar as funções e ajudar a restaurar a aparência normal, o paciente deverá contar com apoio de profissionais que serão seu apoio emocional e funcional, como psicólogo, nutricionista e fonoaudiólogo, por exemplo.