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Doenças odontológicas

Dentinogênese Imperfeita: um guia completo para dentistas

dentinogenese imperfeita

Publicado por

Juliana Costa

A dentinogênese imperfeita é uma condição genética rara que afeta a formação da dentina, levando a alterações significativas na estrutura e aparência dos dentes. Essa condição genética afeta a aparência e a integridade dos dentes, incluindo aspectos como a translucidez e a fragilidade dentária.

Dessa forma, este artigo é um guia abrangente para dentistas que desejam compreender melhor essa condição, incluindo seus tipos, diagnóstico, manejo clínico e opções de tratamento. Confira!

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O que é a dentinogênese imperfeita?

A dentinogênese imperfeita é uma desordem autossômica dominante que afeta a dentina, um dos principais tecidos que compõem os dentes. Sendo assim, essa condição resulta em dentes mais frágeis, com coloração alterada e maior propensão a desgaste ou fraturas.

Geralmente, é associada a mutações no gene DSPP (dentin sialophosphoprotein), essencial para a formação adequada da dentina.

Além disso, o exame clínico é fundamental no diagnóstico da dentinogênese imperfeita, pois, juntamente com a história clínica e radiografias, permite o planejamento do tratamento e a identificação precisa do tipo de alteração nas dentições dos pacientes.

Tipos de dentinogênese imperfeita

A condição é classificada em três tipos principais, com base em suas características clínicas e radiográficas, sendo elas:

  1. Tipo I: associada à osteogênese imperfeita. Os pacientes frequentemente apresentam fragilidade óssea, esclera azulada, hipoacusia e outras manifestações sistêmicas relacionadas à formação inadequada do colágeno.
  2. Tipo II: forma isolada, não associada à osteogênese imperfeita. É a forma mais comum e afeta tanto a dentição decídua quanto permanente. Neste tipo, os dentes podem apresentar coloração variável, desde tons amarelados até acinzentados. A dentinogênese imperfeita do tipo II destaca-se pela ausência de osteogênese imperfeita e pela necessidade de um diagnóstico precoce e tratamento adequado.
  3. Tipo III: mais rara, comumente observada em populações específicas, como o grupo de Brandywine nos Estados Unidos. Caracteriza-se por câmaras pulpares muito grandes, hipoplasia severa e susceptibilidade à formação de bolhas ou exposições pulpares espontâneas.

Características clínicas e radiográficas

Os sinais clínicos mais comuns da dentinogênese imperfeita incluem:

  • Coloração alterada: dentes com tons amarelados, marrons ou acinzentados, que frequentemente levam a uma preocupação estética.
  • Desgaste dentário: o desgaste ocorre rapidamente devido à fragilidade da dentina, expondo frequentemente a dentina secundária.
  • Fraturas: propensão a fraturas ou perdas de grandes segmentos dos dentes, especialmente nas regiões coronárias.

Dessa maneira, a dentinogênese imperfeita afeta ambas as dentições, decídua e permanente, sendo a dentição decídua a mais vulnerável clinicamente.

No entanto, radiograficamente, observa-se:

  • Câmaras pulpares pequenas ou obliteradas: devido à deposição irregular de dentina secundária.
  • Raízes curtas ou finas: que aumentam o risco de mobilidade dental e perda precoce.
  • Alteração na estrutura da dentina: levando a uma opacidade maior nas imagens radiográficas.

Diagnóstico diferencial

O diagnóstico diferencial da dentinogênese imperfeita inclui outras condições que afetam a estrutura dental, como:

  • Amelogênese imperfeita: condição que afeta o esmalte, enquanto a dentinogênese imperfeita afeta primariamente a dentina.
  • Fluorose dental severa: pode causar manchamento e fragilidade, mas apresenta padrão histórico diferente.
  • Defeitos dentais associados a doenças metabólicas ou endócrinas: como hipofosfatasia ou raquitismo hipofosfatêmico.
  • Traumas ou infecções durante o desenvolvimento dos dentes: podem causar alterações localizadas semelhantes.

Além disso, a investigação detalhada da história clínica, exames radiográficos e testes genéticos podem auxiliar na confirmação do diagnóstico. Ainda, a histopatologia também é útil, evidenciando dentina desorganizada e mineralização anormal.

Manejo e tratamento

O manejo da dentinogênese imperfeita visa proteger os dentes remanescentes, restaurar a função mastigatória e melhorar a estética.

As abordagens terapêuticas podem variar dependendo do dentinogênese imperfeita, tipo, peculiaridades clínicas e radiográficas de cada tipo. Dessa maneira, incluem:

Abordagens Preventivas

  • Educação do paciente: envolver o paciente e os cuidadores na compreensão da condição e na importância da higiene bucal para prevenir complicações secundárias.
  • Fluoretação tópica: aplicada regularmente para prevenir cáries e proteger o esmalte remanescente.
  • Selantes dentais: reduzem o risco de desgaste e cáries em superfícies oclusais vulneráveis.
  • Alterações dietéticas: evitar alimentos duros ou pegajosos que possam causar fraturas. É crucial proteger cada dente afetado pela condição para preservar a saúde dental.

Intervenções Restauradoras

  1. Facetas ou coroas dentais: fabricadas em porcelana ou zircônia, são ideais para restaurar a estética e a função mastigatória, protegendo os dentes contra novos desgastes. Além disso, essas intervenções ajudam a proteger cada dente afetado pela dentinogênese imperfeita, preservando sua integridade e aparência.
  2. Próteses parciais ou completas: para casos de perda dentária extensa, podem ser necessárias em pacientes adultos ou jovens com desgaste severo.
  3. Materiais adesivos: compostos resinosos podem ser utilizados em dentes decíduos e permanentes para reforçar a estrutura dental comprometida.

Tratamentos Avançados

  • Implantes dentários: uma opção para pacientes adultos com perdas dentárias extensas, desde que a qualidade óssea seja favorável. Os implantes dentários podem substituir um dente perdido devido à condição.
  • Ortodontia: Pode ser necessária para corrigir a má oclusão associada e melhorar a estética facial.

Manejo da Dor e Complicações

  • Terapia endodôntica: indicada em casos de exposição pulpar ou infecção. Os canais radiculares costumam ser de difícil acesso devido à anatomia alterada. A terapia endodôntica pode ajudar a salvar um dente afetado, preservando sua estrutura e função.
  • Monitoramento funcional: acompanhamento regular para ajustes em próteses ou dispositivos restauradores, garantindo funcionalidade adequada.

Novas abordagens terapêuticas

Avanços recentes na odontologia regenerativa, como o uso de biomateriais e terapia celular, podem oferecer alternativas futuras para o manejo da dentinogênese imperfeita. Pesquisas em engenharia de tecidos visam regenerar estruturas dentais mais saudáveis e resistentes.

Além disso, a odontologia regenerativa pode ajudar a regenerar um dente afetado, melhorando a aparência e a integridade dos dentes comprometidos por essa condição genética.

Prognóstico

Embora a dentinogênese imperfeita seja uma condição crônica e progressiva, o prognóstico é favorável com intervenções adequadas. Entretanto, o manejo precoce e o acompanhamento regular são fundamentais para minimizar complicações.

Além disso, a colaboração interdisciplinar entre dentistas, geneticistas e outros profissionais de saúde é crucial para um cuidado abrangente. O manejo precoce pode ajudar a preservar cada dente afetado.

Considerações éticas e psicológicas

Pacientes com dentinogênese imperfeita frequentemente enfrentam desafios psicológicos devido à aparência dental alterada, que pode impactar a autoestima e interações sociais. Como dentistas, é essencial oferecer apoio emocional e, quando necessário, encaminhar o paciente a profissionais de saúde mental.

Abordar as preocupações estéticas de forma empática também contribui para um melhor resultado clínico e qualidade de vida. A aparência de cada dente pode impactar significativamente a autoestima do paciente.

A dentinogênese imperfeita é uma condição desafiadora, mas com o avanço das técnicas odontológicas, os dentistas podem proporcionar soluções eficazes para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Educação, prevenção e intervenções personalizadas são essenciais para o manejo bem-sucedido desta condição. O futuro da pesquisa odontológica pode abrir novas perspectivas terapêuticas, ampliando as possibilidades de tratamento para essa desordem rara.

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