A saúde bucal das crianças é uma preocupação crescente para pais e profissionais da área odontológica. Entre as doenças que podem afetar a cavidade oral, a estomatite infantil é uma das mais comuns e preocupantes, especialmente devido ao desconforto e impacto no bem-estar geral da criança.
Neste artigo, vamos explorar em detalhes o que é a estomatite infantil, suas causas, sintomas e, principalmente, o papel fundamental do dentista no controle e manejo da doença. Confira!
O que é estomatite infantil?
A estomatite infantil é uma inflamação da mucosa bucal, que pode envolver diferentes áreas da cavidade oral, como gengivas, língua, parte interna das bochechas, lábios e até o palato. Dessa forma, em crianças, ela é particularmente relevante devido à sensibilidade da mucosa e à dificuldade de comunicação para expressar desconforto.
A forma mais comum de estomatite em crianças é a estomatite herpética primária, causada pelo vírus herpes simples (HSV-1). Entretanto, outros fatores, como infecções bacterianas, fúngicas ou irritações por trauma mecânico, também podem desencadear a condição.
Causas da estomatite infantil
A estomatite infantil pode ter diferentes origens, e é importante que os pais e cuidadores compreendam as principais causas:
Vírus Herpes Simples (HSV-1):
A infecção primária pelo HSV-1 é a causa mais comum, sendo uma infecção viral. Todavia, ocorre geralmente em crianças entre 6 meses e 5 anos, quando os anticorpos maternos começam a diminuir.
Candidíase Oral:
Infecções por fungos, como a Candida albicans, também podem causar estomatite. Todavia, são mais frequentes em bebês e crianças com baixa imunidade.
Trauma Local:
Mordidas acidentais, uso de aparelhos ortodônticos, ou escovação inadequada podem irritar a mucosa oral e levar à inflamação.
Doenças Sistêmicas:
Doenças como aftas recorrentes, síndrome de mão-pé-boca e febre aftosa também podem manifestar estomatite como sintoma secundário.
Fatores Nutricionais:
Deficiências de vitaminas, como ferro e vitamina B12, podem predispor a mucosa oral a lesões inflamatórias.
Sintomas da estomatite infantil
Os sinais e sintomas podem variar em intensidade dependendo da causa e da gravidade da condição. Os principais incluem:
- Lesões ulceradas na mucosa oral;
- Vermelhidão e inchaço;
- Dor intensa na boca, que pode dificultar a alimentação e a hidratação;
- Febre, especialmente na estomatite herpética;
- Mau hálito (halitose);
- Irritabilidade e choro excessivo;
- Salivação aumentada.
Entretanto, esses sintomas não apenas causam desconforto físico, mas também podem impactar o apetite e o sono da criança, prejudicando sua recuperação geral.
Diagnóstico da estomatite infantil
O diagnóstico da estomatite é geralmente clínico, realizado com base na história médica e no exame físico da cavidade oral. Sendo assim, durante a consulta, o dentista avalia as lesões características e investiga possíveis fatores desencadeantes, como episódios recentes de febre, traumas locais ou alterações alimentares.
Em casos mais complexos, exames complementares podem ser solicitados, como:
- Cultura microbiológica;
- Testes sorológicos para vírus e fungos;
- Hemograma para avaliar deficiências nutricionais ou imunidade.
O papel do dentista no controle da estomatite infantil
O dentista desempenha um papel crucial no diagnóstico, tratamento e controle da estomatite em crianças. Veja como ele atua em diferentes etapas do cuidado:
Diagnóstico Preciso
O dentista é treinado para identificar diferentes tipos de estomatite e diferenciá-las de outras condições, como aftas simples ou lesões traumáticas. Dessa maneira, isso é essencial para determinar o tratamento adequado e evitar complicações.
Orientação para controle da dor e desconforto
Um dos principais objetivos do tratamento é aliviar o desconforto. Sendo assim, o dentista pode recomendar:
- Uso de analgésicos tópicos específicos, como pomadas anestésicas à base de lidocaína;
- Prescrição de analgésicos sistêmicos, como paracetamol ou ibuprofeno, nos casos de dor intensa ou febre.
Tratamento direcionado
Com base na causa da estomatite, o dentista orienta um tratamento específico:
- Estomatite Herpética: uso de antivirais tópicos ou sistêmicos, como aciclovir, nos casos graves ou precoces.
- Candidíase Oral: prescrição de antifúngicos tópicos, como nistatina, além de instruções de higiene rigorosa.
- Trauma Local: recomendações para evitar hábitos ou dispositivos que causem irritação, além de promover a cicatrização com produtos protetores da mucosa.
Prevenção de complicações
A desidratação é uma complicação comum, especialmente quando a criança evita comer ou beber devido à dor. Portanto, o dentista deve orientar os pais a:
- Oferecer alimentos e líquidos gelados ou em temperatura ambiente, que são mais confortáveis de consumir;
- Garantir hidratação adequada, incentivando pequenos goles frequentes de água ou soluções de reidratação oral.
Educação dos Pais
O dentista tem um papel educativo importante ao explicar aos pais e cuidadores como prevenir futuros episódios de estomatite:
- Boa higiene bucal desde os primeiros anos de vida;
- Uso adequado de escovas macias e creme dental infantil;
- Cuidados com a dieta, incluindo alimentos ricos em vitaminas e minerais;
- Identificação precoce de fatores desencadeantes, como febre ou estresse, para buscar ajuda médica rapidamente.
Acompanhamento e Monitoramento
O controle da estomatite não termina com a resolução dos sintomas. Portanto, o dentista pode agendar consultas de acompanhamento para monitorar a recuperação completa e verificar se a saúde bucal geral da criança está adequada.
Prevenção da estomatite infantil
Embora nem todos os casos de estomatite possam ser evitados, algumas medidas preventivas ajudam a reduzir significativamente o risco:
Higiene bucal regular: escovar os dentes da criança duas vezes ao dia e ensinar a importância do cuidado bucal desde cedo.
Evitar compartilhamento de objetos: copos, talheres e chupetas não devem ser compartilhados para evitar transmissão de infecções, como o HSV-1.
Nutrição balanceada: garantir uma dieta rica em frutas, verduras e proteínas, essenciais para a saúde da mucosa oral.
Vacinas e saúde geral: manter o calendário vacinal em dia e consultar o pediatra regularmente para garantir uma boa imunidade.
Identificação precoce de sintomas: procurar o dentista ao primeiro sinal de lesões ou desconforto na boca.
A estomatite pode ser uma condição desafiadora tanto para as crianças quanto para os pais. Entretanto, com o diagnóstico precoce e o manejo adequado conduzido por um dentista, é possível minimizar o impacto da doença e prevenir complicações.
Além de tratar a condição, o dentista é um parceiro essencial na promoção da saúde bucal infantil, ajudando a construir hábitos saudáveis e duradouros. Portanto, em caso de dúvidas ou sinais de estomatite, não hesite em procurar um profissional qualificado. Além disso, a saúde da boca é fundamental para o bem-estar geral das crianças!