A exodontia foi a primeira especialidade, que se tem registros, exercida pelos primeiros dentistas. Como curiosidade, os primeiros registros desse procedimento foram na Grécia Antiga, sendo prescrito caldo de carneiro, como cicatrizante, após a realização dos procedimentos.
Primordialmente, por falta de estudos e evolução das técnicas odontológicas, a exodontia era a solução para inúmeros problemas na odontologia.
Entretanto, com o passar dos tempos e evolução dos tratamentos e procedimentos, além da ampliação do acesso aos dentistas, a técnica se tornou utilizada apenas como último recurso.
Sendo assim, apesar de alternativas que visem evitar a extração de dentes serem o alvo principal das práticas odontológicas atuais, ainda é um procedimento frequente nos consultórios.
Todavia, pensando na importância desse procedimento na odontologia, preparamos esse artigo completo, com tudo que você precisa saber sobre esse procedimento. Confira!
O que é exodontia?
Exodontia é o procedimento cirúrgico que promove a extração de dentes, sendo correspondente a remover, “extrair” ou “arrancar” um, ou vários dentes.
Portanto, se trata de uma pequena cirurgia, sendo um dos procedimentos estomatológicos mais antigos.
Contudo, a principal causa da exodontia em pacientes se dá por evolução de problemas dentários. Ainda, a exodontia do siso é bem comum devido falta de espaço ou inclusão.
Ademais, em crianças, a exodontia está geralmente relacionada aos dentes decíduos.
Pode-se realizar a extração dentária de qualquer dente, devido a problemas de erupção, evolução de cáries, dentre outros fatores.
Geralmente, o mais comum é ocorrer a extração de apenas um dente, entretanto, é possível a extração de múltiplos dentes, ao ter indicação.
Tipos de exodontia:
A exodontia é um tipo de especialidade odontológica relacionada ao tratamento de várias condições da arcada dentária. Dessa forma, existem diferentes tipos de exodontia, sendo eles:
Exodontia de raiz
Essa modalidade de exodontia, consiste na remoção de resquícios de raízes da cavidade bucal. Dessa maneira, esse procedimento visa a remoção dos resquícios presos no tecido gengival ou ao tecido ósseo, essencial para estética do sorriso e melhora da função.
Exodontia simples
Dentre os procedimentos mais realizados nos consultórios odontológicos, está a exodontia simples.
Esse procedimento consiste na extração dos dentes, apesar no nascimento normal destes, com disfuncionalidades, como cáries, traumas.
Entretanto, também utiliza-se essa técnica em crianças, para a remoção dos dentes decíduos, popularmente conhecido como dente de leite.
Exodontia de dente incluso
Muito utilizada para os dentes sisos, a exodontia de dente incluso é aplicada para o tratamento de elementos dentários semi-inclusos ou impactados. Dessa forma, esse procedimento permite que problemas no restante da cavidade oral progrida, contribuindo para a funcionalidade da boca.
Quais as indicações para exodontia?
Além de da exodontia se dividir nos três tipos mencionados, existem diferentes motivos que levam a necessidade do procedimento, sendo eles:
Fratura no dente
Diferentes tipos de traumas nos dentes podem levar a fraturas, como colisões, acidentes, quedas, bruxismo, dentre outros. Dessa forma, quando esses traumas atingem a raiz do dente, a exodontia pode ser o mais indicado.
Necrose
Um dos motivos onde a extração é a melhor solução, são nos casos de necrose pulpar, caracterizado pela morte da parte interna do dente, a polpa.
Sendo assim, quando afeta a polpa dentária, se indica a extração para evitar o comprometimento de outros elementos dentários, vasos sanguíneos e tecidos conjuntivos.
Terceiro molar
O terceiro molar, popularmente conhecido como dente siso, possui indicação de extração em casos de dor, dificuldade de mastigação, desconforto, inclusão, desalinhamento do maxilar e mandíbula, dentre outros.
Mobilidade dental
Outro caso que se recomenda a extração do dente é a mobilidade dental. Dessa maneira, o problema se caracteriza pelo deslocamento do elemento dentário em várias posições da arcada, podendo ter como causa traumas, próteses e restaurações desalinhadas, pulpite, perda óssea, doença periodontal, dentre outros.
Como é realizada a exodontia?
Os processos envolvidos na exodontia irão variar conforme cada caso, pois existem algumas particularidades dependendo do diagnóstico. Entretanto, de maneira geral, as etapas da cirurgia consistem em:
· Anestesia: aplicada para o conforto do paciente durante o procedimento;
· Sindesmotomia: envolve o deslocamento da mucosa da região onde irá efetuar o procedimento;
· Deslocamento do dente: ocorre o deslocamento do dente com elevadores;
· Adaptação do fórceps: acomoda-se a fórceps ao dente, com movimentos de intrusão, rotação e tração;
· Luxação do dente com a fórceps;
· Remoção do dente do alvéolo;
· Sutura: amarração dos vasos sanguíneos em proximidade com os tecidos danificados.
Qual a diferença de exodontia e extração dental?
A exodontia é uma área da odontologia onde se realiza estudos sobre os tratamentos que envolvem a remoção de elementos dentários disfuncionais, sendo também um ato cirúrgico que corresponde a remoção de um ou mais dentes.
Entretanto, a extração dentária é uma técnica onde ocorre a remoção da dentição via uma pequena cirurgia ou operação.
Cuidados após a exodontia:
Deve-se orientar o paciente sobre os devidos cuidados após a exodontia. Sendo assim, deve-se prescrever a aplicação de compressas frias no rosto, na região onde o procedimento foi realizado, por no máximo 10 minutos, algumas vezes ao dia, durante as primeiras 24 horas após o procedimento.
Além disso, é preciso orientar sobre o repouso nas primeiras 24 horas, tomando todas as devidas medicações, sendo necessário leve pressão sobre o curativo por cerca de 45 minutos a 1 hora, evitando, sangramentos e a formação de coágulos, sendo importante para a cicatrização.
Ainda, recomenda-se orientar o paciente a evitar comer alimentos duros ou quentes, não fumar, cuspir e evitar bochechos.
Recuperação
A recuperação do procedimento pode levar de 7 a 10 dias, sendo esse, o tempo médio de cicatrização após a extração dentária. Entretanto, é necessário lembrar que essa recuperação pode variar conforme a complexidade de cada procedimento, além dos cuidados do paciente após a extração do dente.
Possíveis complicações da exodontia:
Alguns sintomas são comuns após a extração, sendo eles dor, sangramentos, hematomas, inchaços ou infecções.
Isto posto, caso ocorra o deslocamento do coágulo de sangue pode ocorrer alveolite, caracterizada pela inflamação e infecção do alvéolo dentário.
Outras complicações associadas são danos nos dentes próximos de onde o procedimento foi executado, fratura do maxilar ou mandíbula, dormência nos lábios, se danos nos nervos, além de dormência na língua e/ou bochecha, podendo ser temporário ou permanente.
Contraindicações:
Não existem contraindicações para exodontia, podendo ser realizada por qualquer pessoa. Entretanto, em algumas diante algumas condições, deve-se adiar o procedimento, como:
· Tratamento de quimioterapia, radioterapia ou bifosfonatos;
· Sistema imunológico enfraquecido;
· Diabete ou pressão alta descontroladas;
· Epilepsia não controlada.
Dessa maneira, deve-se avaliar cautelosamente essas condições, para um procedimento seguro, evitando o risco de complicações.
Biossegurança na exodontia
Por se tratar de um procedimento invasivo, é importante que todos os cuidados sejam devidamente tomados. Dentre eles, é necessário a utilização de EPIs, luvas e aventais estéreis.
Ainda, para a preparação do paciente, recomenda-se um campo estéril, óculos de proteção, bochecho antisséptico, seguido de assepsia da face.
Princípios da exodontia e instrumentais
Os princípios que regem a exodontia são baseados em conceitos mecânicos, com a utilização de dispositivos que promovem força em intensidade e direção diferentes. Dentre eles, estão:
· Cunha: possui a função de gerar grandes forças no sentido e direção do movimento;
· Alavanca: transmite força para gerar o deslocamento;
· Roda: movimentos circulares associado a um eixo;
· Polia: transfere força e movimento a partir de um dispositivo fixo, gerando movimento de avulsão unitária absolutamente vertical.
Portanto, para a realização desses princípios, são necessários alguns instrumentais básicos de diérese, exérese, hemostasia e síntese.
Além disso, é necessário instrumental exclusivo de exodontia, como a fórceps, que se compõe por dois cabos que, ao se articularem, promovem ação de ponta ativa, gerando um efeito de cunha e movimento de alavanca.