A odontologia estética está passando por uma verdadeira revolução. Isso porque, todos os dias, vemos mais profissionais se envolvendo com o cuidado da estética facial – algo bastante procurado, e que claro vai muito além do sorriso. É justamente nesse contexto que os fios de PDO (polidioxanona) vêm ganhando espaço nas clínicas, oferecendo uma alternativa segura, minimamente invasiva e altamente eficaz para o rejuvenescimento facial e o estímulo de colágeno.
Se você é dentista e está se perguntando se deve ou não adotar essa técnica na sua prática, este artigo é para você. Vamos conversar, de forma direta e com uma linguagem próxima, sobre como os fios funcionam, para quem são indicados, quais cuidados você deve ter e como oferecer esse tratamento com ética, segurança e excelência.

O que são fios de PDO e por que usá-los na prática clínica?
Os fios de PDO são fios absorvíveis, compostos por polidioxanona, um material biocompatível amplamente utilizado na medicina. Quando aplicados na pele, eles promovem dois grandes efeitos: um leve efeito lifting e, principalmente, um estímulo potente à produção de colágeno.
Na odontologia estética, eles entram como protagonistas nos tratamentos de harmonização orofacial. São indicados para melhorar a flacidez, redefinir o contorno da mandíbula, elevar a cauda da sobrancelha, tratar a papada e até regiões corporais, como o pescoço. A versatilidade e segurança dos fios fazem deles um recurso indispensável para quem atua com estética facial.
Como os fios de PDO estimulam o colágeno?
O mecanismo é simples, mas poderoso. Ao serem introduzidos na pele, os fios provocam uma inflamação controlada. E é justamente essa inflamação que dá o pontapé inicial para o processo de regeneração tecidual.
O organismo, ao identificar um “corpo estranho” (no caso, o fio), começa a produzir colágeno tipo I e III ao redor dele, como forma de resposta natural. Isso resulta em uma pele mais firme, elástica e com melhor textura. O pico desse processo costuma acontecer entre 30 e 90 dias após a aplicação. Ou seja, os resultados são progressivos e naturais — exatamente o que os pacientes procuram hoje em dia.
Por quanto tempo os efeitos dos fios permanecem visíveis?
Os fios em si são absorvidos pelo organismo em cerca de 6 a 8 meses. No entanto, os efeitos da produção de colágeno continuam por muito mais tempo. Em média, podemos esperar benefícios estéticos por até 18 meses.
E aqui vale uma dica importante: muitos profissionais optam por protocolos de manutenção anual, o que ajuda a prolongar e potencializar os resultados sem necessidade de intervenções mais invasivas.
Quanto custa, em média, aplicar 4 fios de PDO?
Essa é uma dúvida que surge tanto para o profissional quanto para o paciente. O valor da aplicação de 4 fios pode variar bastante, dependendo da região do país, do tipo de fio e da experiência do profissional. De forma geral, esse procedimento costuma custar entre R$ 800 e R$ 1.800.
Para o dentista, é essencial lembrar que o preço precisa refletir não só o custo do material, mas também o tempo de atendimento, o preparo técnico envolvido, os cuidados com biossegurança e o valor do seu conhecimento. Precificar com responsabilidade é um passo importante para garantir a valorização da sua prática.
Botox ou fios de PDO: qual é o melhor?
Essa comparação é comum, mas é importante entender que cada técnica tem uma função específica. O botox (toxina botulínica) atua na musculatura, suavizando rugas de expressão e impedindo contrações exageradas. Já os fios de PDO atuam sobre a pele, promovendo tração e estímulo de colágeno.
Portanto, não se trata de escolher entre um ou outro, mas sim de combiná-los quando for necessário. Uma abordagem integrativa — que considere as necessidades anatômicas e funcionais do paciente — é o segredo para resultados mais naturais e duradouros.
O que acontece com o rosto logo depois do procedimento?
Assim que o procedimento é feito, é normal que o rosto fique um pouco vermelho, com leve inchaço e, às vezes, até com pequenos roxinhos. Isso faz parte da reação natural do corpo e tende a desaparecer em poucos dias, sem grandes incômodos.
Quando o procedimento envolve fios espiculados, dá para perceber um efeito lifting logo de cara, já que eles ajudam a sustentar e reposicionar a pele. Mas o verdadeiro resultado vem com o tempo: conforme o colágeno começa a ser produzido, a pele vai ficando mais firme e com uma aparência renovada — de dentro para fora.
É importante lembrar que os efeitos não são instantâneos. Por isso, alinhar bem as expectativas, é essencial. O resultado é progressivo, mas duradouro, e o melhor: com um aspecto super natural.
Existe risco de o fio romper?
O risco de rompimento existe, mas é raro, principalmente quando os fios são de boa qualidade e aplicados da forma correta. Casos de rompimento estão geralmente associados a traumas na região tratada ou movimentação excessiva da musculatura facial logo após o procedimento.
Por isso, o pós é tão importante quanto a aplicação em si. O paciente precisa ser orientado a evitar massagens, exercícios físicos intensos e dormir de lado nos primeiros dias, por exemplo.
Como o procedimento é feito?
O processo é rápido, seguro e feito em consultório. Após a limpeza e assepsia da pele, o profissional faz as marcações, aplica a anestesia local e, com uma cânula ou agulha, insere os fios na região desejada. O tipo de fio (liso, espiculado, parafuso) e a profundidade da aplicação variam conforme o objetivo estético.
O tempo total de atendimento gira em torno de 30 a 60 minutos. A recuperação costuma ser tranquila e o paciente pode retomar as atividades leves no mesmo dia, com exceções específicas para evitar complicações.
O que evitar depois da aplicação dos fios de PDO?
Aqui vai uma lista simples, mas que faz toda a diferença no sucesso do procedimento:
- Nada de massagens ou tratamentos faciais por pelo menos 15 dias;
- Evite sol nas primeiras 48 horas;
- Academia? Só depois de 5 dias;
- Dormir de barriga para cima ajuda a proteger o rosto;
- Movimentos faciais exagerados (como gargalhadas intensas ou mastigação forte) devem ser evitados por alguns dias.
Seguir essas orientações é essencial para garantir que os fios permaneçam no lugar e cumpram seu papel com excelência.
O que pode comprometer os efeitos dos fios?
Um erro comum — que precisa ser reforçado no consultório — é o uso de anti-inflamatórios logo após o procedimento. Como a inflamação controlada é parte essencial da bioestimulação de colágeno, os anti-inflamatórios podem cortar esse efeito.
Além disso, hábitos como fumar, se expor ao sol sem proteção, alimentação ruim e falta de sono também prejudicam os resultados. Educação do paciente é tudo nesse momento.
Existe alguma alternativa aos fios de PDO?
Sim, e muitas vezes essas alternativas são complementares. Bioestimuladores injetáveis (como ácido polilático ou hidroxiapatita de cálcio) são excelentes para estímulo de colágeno em áreas maiores. Preenchedores com ácido hialurônico podem oferecer volume e sustentação. Já o ultrassom microfocado ajuda em casos de flacidez leve.
O importante é entender que cada paciente é único. Sendo assim, cabe ao dentista, com conhecimento e sensibilidade, propor a melhor combinação de tratamentos.
E quanto aos anti-inflamatórios? Posso prescrever?
De forma geral, o ideal é evitar. O uso de anti-inflamatórios pode inibir a resposta inflamatória necessária para o processo de produção de colágeno. Caso o paciente relate dor ou desconforto, analgésicos simples — como dipirona ou paracetamol — são os mais indicados.
Se surgir algum sinal de complicação, o profissional deve avaliar com cautela e adotar a conduta mais adequada para o caso.
Vale a pena investir em fios de PDO?
Sem dúvida. Para o dentista que atua com harmonização orofacial, os fios de PDO representam uma oportunidade real de oferecer um tratamento moderno, eficaz e que entrega ao paciente o que ele mais deseja: resultados naturais, sem exageros.
A técnica é segura, acessível e, quando bem executada, tem alto índice de satisfação. Mas como em qualquer área da odontologia, a chave está na capacitação. Estude, treine, domine a anatomia facial e esteja sempre pronto para oferecer o que há de melhor.
Ao incluir os fios de PDO no seu arsenal terapêutico, você não apenas amplia seus resultados clínicos — você também fortalece sua autoridade, fideliza seus pacientes e se destaca num mercado cada vez mais exigente.
A odontologia estética está ao seu alcance. E os fios de PDO podem — e devem — fazer parte da sua história nesse caminho.