A gengiva inflamada é a fase inicial percursora da doença periodontal, pois, se não tratada, tende a progredir até atingir e destruir o ligamento periodontal e osso alveolar que envolve e sustenta os dentes. Confira!
O que é a gengiva?
A gengiva é a mucosa bucal que reveste e acolhe os dentes. Tem início na parte coronária destes e, protege a raiz de sua exposição.
Constitui-se em 2 tipos de gengivas: a gengiva marginal, ou livre, e a aderida, ou inserida.
A gengiva marginal, ou livre, é aquela que envolve os dentes, tendo espessura de 1 a 3 milímetros. Já a aderida possui ligamentos que auxiliam as forças usadas durante a mastigação, além de manter o dente firme neste espaço.
Para considerar a gengiva saudável, sua cor, aspectos visuais e aderência dos dentes devem ser observados.
Portanto, ao se observar caraterísticas que diferem dos aspectos saudáveis, é necessário consultar o dentista para avaliação, tratamento e prevenção da inflamação.
Características da gengiva saudável
Uma gengiva saudável apresenta aspectos visuais que podem ser observados pela própria pessoa. São elas:
- Coloração: a cor da gengiva saudável é rosa pálido;
- A mucosa adjacente, de aparência vermelha, lisa e brilhante, semelhante a casca de laranja;
- Sem distinção de coloração entre gengiva e mucosa palatina/lingual.
Como identificar a gengiva inflamada
Embora muitas pessoas demorem a identificar sinais da inflamação gengival, alguns sinais indicam esse processo, dentre eles destaca-se:
- Sangramentos na gengiva: espontâneos, ou durante a escovação, ou no uso do fio dental;
- Edema, ou seja, inchaços na região de um ou mais dentes;
- Mudanças na coloração da gengiva;
- Mau hálito;
- Gosto desagradável em boca.
Agentes externos e fisiológicos são causadores deste processo, portanto a resposta do nosso corpo é desencadear uma cascata inflamatória onde sinais deste processo surgem, a fim da percepção para intervenção.
Causas da gengiva inflamada
Em primeiro lugar, é importante a avaliação do dentista para um correto diagnóstico e tratamento.
É importante dizer que tratar com remédios caseiros, pode agravar o quadro de inflamação, podendo aumentar sua gravidade.
Higienização insuficiente
Apesar de escovar os dentes por no mínimo 3 vezes ao dia e usar fio dental, a placa bacteriana se instala na gengiva livre. Portanto, a remoção de tártaro, pelo menos uma vez a cada 06 meses, diminui a possibilidade de inflamação gengival.
Além disso, manter a escovação após as refeições, acompanhada do uso do fio dental e uso controlado de enxaguantes bucais, previnem contra a gengiva inflamada.
Alterações Hormonais
Certamente uma causa relacionada a idade, onde a faixa etária acometida é da pré-adolescência e adolescência devido a alterações hormonais.
Além disso, essa faixa etária é amplamente caracterizada pela precariedade de higiene, onde é necessário acompanhamento clinico, a fim de diminuir e prevenir quadros inflamatórios.
Estresse
Fatores externos como estresse também favorecem a inflamação gengival. Portanto, o acompanhamento multiprofissional auxilia na diminuição de sintomas e incômodos gerados pela gengiva inflamada.
Má nutrição e hipovitaminose
Deficiências nutricionais assim como a hipovitaminose (carência de vitaminas) são agentes causadores de inflamação gengival.
O acompanhamento nutricional, bem como a suplementação de vitaminas e remoção de placa bacteriana (tártaro), diminuem e controlam as complicações gengivais.
Tabagismo
Além dos inúmeros comprometimentos a saúde, bem como o aumento das patologias orais, o tabagismo em qualquer nível de consumo, causa inflamação gengival.
Dentre as características das causas de inflamação gengival por tabagismo, destaca-se o sangramento espontâneo gengival, além de sua retração, levando, inclusive, a perda dentária.
É de suma importância o auxílio profissional de modo a cessar este hábito.
Remoção de placa bacteriana (tártaro), uso de enxaguantes bucais, e acompanhamento clínico, diminuem os sintomas de inflamação gengival, porém nunca se estabelece a cura desta patologia.
Obesidade
Especialmente por sua condição, a obesidade pode acompanhar outras patologias, portanto as doenças relacionadas a obesidade e ela própria influenciam na gengiva inflamada. O acompanhamento multiprofissional, juntamente a hábitos de higiene personalizados e assíduos, garantem o controle deste quadro.
Idade
Pacientes com idade mais avançada apresentam maior possibilidade de apresentar inflamações gengivais.
Isso se deve a fatores fisiológicos naturais em decorrência da idade, assim como o uso de medicamentos relacionados a patologias naturais desta faixa etária.
Controles multiprofissionais, maiores cuidados com relação à higiene bucal, e limpezas auxiliam no controle deste grupo para diminuírem essas inflamações gengivais.
Desadaptação de próteses
Próteses pouco ou mal higienizadas, com muito tempo de uso, e desadaptadas ocasionam inflamações gengivais. Portanto, higiene, acompanhamento clinico e manutenções destas, diminuem complicações em decorrência de inflamações gengivais.
Ferimentos causados por agentes externos e queimaduras
A ingestão de alimentos como pipoca, casca de feijão, casca de pão e espinha de peixes, podem ficar depositadas dentro da gengiva inserida, ocasionando uma inflamação local.
Assim como a ingestão de alimentos em temperatura elevada, que em contato com a gengiva, ocasiona uma inflamação tecidual gengival. A remoção desses agentes, bem como o correto tratamento das queimaduras, tratam por completo a inflamação gengival, cessando por completo seus sintomas.
Movimentação ortodôntica
A instalação de aparelhos ortodônticos desencadeiam a inflamação gengival devido à ação da movimentação que o aparelho exercerá sob os dentes.
Certamente é de suma importância o controle bacteriano na região da gengiva livre, assim como assiduidade na higiene para amenizar a gravidade da inflamação gengival.
O controle assíduo diminui os incômodos em decorrência desta inflamação que, normalmente, volta ao seu aspecto saudável ao fim do tratamento.
Efeito colateral de medicamentos
Certas medicações como anticonvulsivantes e imunossupressores, por exemplo, causam agentes que favorecem o desencadeamento da gengiva inflamada.
O acompanhamento médico e a intensificação de limpezas, higienização e cuidados bucais, diminuem a ação negativa da interação desses medicamentos na gengiva inflamada.
Doenças Sistêmicas
Doenças como Herpes, AIDS e leucemia, por exemplo, causam inflamações gengivais, especialmente devido ao uso dos medicamentos para seu tratamento.
O diabetes mellitus tem como condição a hipossalivação, portanto, sem a saliva agindo como agente de limpeza fisiológica da cavidade bucal, os agentes bacterianos causadores de tártaro, são favorecidos causando inflamação gengival.
Assim como em outras condições, a amenização dos incômodos gerados pela inflamação gengival se faz com acompanhamento odontológico e uso de salivas artificiais.
Gravidez
Devido ao déficit vitamínico, a condição gestacional tem grande influência sobre a saúde gengival, podendo causar inflamação gengival a mobilidade dental. É importante o acompanhamento odontológico concomitante ao pré-natal, para diminuir os prejuízos causados por esta.
Quanto tempo dura a gengiva inflamada?
A duração da gengivite varia conforme a condição sistêmica e sua causa.
Assim como diversas condições de saúde, a avaliação profissional do dentista irá indicar o menor tempo para cessar esse incomodo.
Tratamento para gengiva inflamada
O tratamento para as gengivites variam conforme a causa desta. Portanto, após a descoberta da etiologia da inflamação gengival, pode indicar-se o tratamento.
Remédios para gengiva inflamada
Remédios como os anti-inflamatórios podem ser utilizados. Além deles, os colutórios, remoção de edema cirurgicamente e em alguns casos, antibioticoterapia, também podem ser utilizados.
Vale ressaltar que tratamentos caseiros podem causar a piora do quadro, incluindo a mudança desta condição de aguda para crônica.
Em certos casos, o uso do enxaguante bucal pode amenizar desconfortos até a procura de ajuda especializada.
Concluindo, a gengiva inflamada tem origem multifatorial, e seu diagnóstico depende de uma análise especializada da condição clinica especifica de cada paciente, onde, em determinados casos, intervenções em promoção de saúde bucal diminui as chances de ser acometido por este incômodo.