A hialuronidase é uma enzima, extraída dos testículos bovinos, capaz de facilitar a difusão de líquidos injetáveis. Além disso, esse termo é muito utilizado na caracterização de duas enzimas diferentes que atuam em pontos diversos da molécula de ácido hialurônico, que são a hialuronoglicuronosidase e a hialuronatoliase.
Dessa maneira, utiliza-se muito em procedimentos estéticos, sendo extremamente presente em harmonizações faciais e demais técnicas.
Entretanto, apesar de amplamente difundido na área da saúde, o uso dessa substância não está isenta de complicações.
Muito utilizada e requisitada entre os pacientes, preparamos esse artigo completo com tudo que você precisa saber sobre a hialuronidase, assim como seus principais benefícios, curiosidades e riscos. Confira!
O que é hialuronidase?
A hialuronidase é uma enzima que atua degradando o ácido hialurônico, estando presente na natureza em venenos de insetos, em animais, além de bactérias.
Apesar dos pacientes confundirem a hialuronidase com o ácido hialurônico, o mesmo é uma substância utilizada como off-label para correções de complicações relacionadas a administração do ácido hialurônico.
Dessa forma, é uma enzima muito utilizada para reversões de efeitos indesejáveis, correções de assimetrias, reações granulomatosas e necrose associadas a preenchedores injetáveis.
A aplicação dessa enzima é imediata, possuindo uma duração que oscila entre 24 e 48 horas. Entretanto, após 48 hora, a barreira dérmica que se altera pela hialuronidase alterada se restabelece totalmente.
Origem da hialuronidase
Geralmente, a hialuronidase disponível em mercado possui origem bovina, possuindo registro na ANVISA como vasodilatadores terapêuticos.
A forma mais utilizada na intervenção de procedimentos estéticos é a hialuronidase 2.000 UTR, que é extraída do testículo bovino e purificada. Sendo assim, essa enzima após extraída e devidamente processada atua na degradação do ácido hialurônico, componente essencial na matriz extracelular da derme.
Para que serve a hialuronidase
Como já mencionado, a principal função dessa enzima é a degradação do ácido hialurônico, substância naturalmente presente na pele e demais tecidos do corpo humano.
Portanto, quando utilizada na prática clínica, é frequentemente empregada para correção de procedimentos relacionados a complicações de injeção de ácido hialurônico, principalmente os derivados de procedimentos estéticos, como os preenchimentos faciais.
Passo a passo para aplicação de hialuronidase em complicações de procedimentos estéticos
A aplicação de hialuronidase para tratar complicações de procedimentos estéticos, como preenchimentos dérmicos indesejados, deve ocorrer após completo domínio da técnica. Dessa maneira, deve-se seguir o protocolo de aplicação com cautela, sendo se atentando a casos especiais.
Avaliação Inicial
O primeiro passo para a aplicação dessa enzima é verificar a histórica clínica do paciente, coletando todas as informações do procedimento anterior e o motivo da aplicação. Entretanto, caso seja o responsável pelo procedimento que ocorreu a aplicação, deve-se consultar o prontuário atentamente.
Além disso, outro passo muito importante é avaliar a área afetada, verificando toda a extensão do problema.
Preparação do paciente
O paciente sempre deve estar ciente de todos os passos que serão dados no procedimento, além de possíveis efeitos colaterais e os resultados esperados. Ainda, deve-se sempre obter o consentimento informado do paciente por escrito, para se precaver de futuras ações jurídicas.
Preparação do Material
Deve-se reunir todo o material necessário, como hialuronidase, seringas, agulhas, antissépticos e luvas. Ainda, se necessário, diluir a hialuronidase conforme as instruções do fabricante.
Ademais, deve-se realizar a desinfecção da área com um antisséptico sempre antes do procedimento, a fim de evitar infecções.
Aplicação da hialuronidase
Na técnica de aplicação, deve-se usar uma agulha fina para injetar a hialuronidase na área afetada. A profundidade e a quantidade de injeção dependerão da extensão do preenchimento e da resposta do tecido.
Ainda, após a injeção, realiza-se uma leve massagem na área para ajudar na dispersão da enzima.
Avaliação pós-Procedure
É muito importante observar o paciente por alguns minutos após a aplicação para detectar reações adversas. Em seguida, deve-se passar as instruções sobre cuidados pós-procedimento, como evitar pressão na área tratada e sinais de complicações.
Follow-up
A reavaliação é essencial após esse procedimento. Sendo assim, deve-se agendar uma consulta de acompanhamento para avaliar a eficácia do tratamento e a necessidade de novas aplicações.
Outros pontos que devem ser levados em consideração nesse procedimento é a dosagem, que pode variar com base na gravidade da complicação. Portanto, deve-se estar bem informado sobre as recomendações de uso.
Complicações
Dece-se sempre estar preparado para tratar possíveis reações adversas, como alergias ou inflamações após a aplicação da hialuronidase.
Sendo assim, apesar de raro, existe a possibilidade de quadros alérgicos de intensidades variadas, além de desconforto devido à injeção, vermelhidão, inchaço e hematomas.
Além disso, deve-se sempre lembrar aos pacientes que a enzima de hialuronidase é uma substância alergênica que só pode ser usada por profissionais e na dose correta. Não se trata de um produto para uso rotineiro e só funciona contra o Ácido Hialurônico.
Curiosidades sobre a hialuronidase
- Função Natural: a hialuronidase é uma enzima que ocorre naturalmente em muitos organismos, incluindo humanos. Sua principal função é decompor o ácido hialurônico, que é um componente importante da matriz extracelular, ajudando na reparação de tecidos.
- Uso Médico: na medicina, utiliza-se a hialuronidase para melhorar a difusão de medicamentos nos tecidos, especialmente em anestesia local e tratamentos de doenças oculares.
- Efeitos Estéticos: na indústria da beleza, a hialuronidase é usada para dissolver preenchimentos dérmicos à base de ácido hialurônico que não resultaram como esperado.
- Fontes Diversas: a hialuronidase pode ser obtida de várias fontes, incluindo venenos de cobras e certas bactérias, tornando-se um alvo de estudo na biotecnologia.
- Imunologia: há investigações sobre seu papel na resposta imunológica, pois pode afetar a mobilidade das células imunológicas nos tecidos.
- Efeitos Colaterais: embora geralmente seja considerada segura, pode causar reações adversas, como inflamação ou reações alérgicas em algumas pessoas.
- Pesquisa em Câncer: Alguns estudos estão explorando o uso da hialuronidase como adjuvante em tratamentos oncológicos, pois pode ajudar a melhorar a penetração de medicamentos quimioterápicos nos tumores.
Concluindo, a hialuronidase é uma substância essencial na prática cotidiana, uma vez que atua em complicações ocasionadas pela aplicação de preenchedores faciais. Entretanto, assim como todo item injetável, deve haver precaução e seguir a risca as orientações do fabricante.