Mácula é a denominação para alterações pigmentares planas da pele ou mucosa que não apresentam relevo. No corpo humano, existem diferentes tipos de máculas, cada uma com características e etiologias distintas.
As máculas pigmentadas resultam do acúmulo de melanina e incluem condições como nevos e a mácula melanótica. Todavia, as máculas vasculares são causadas por alterações nos vasos sanguíneos e podem estar associadas a doenças como púrpura ou telangiectasias.

Além disso, existem também as máculas inflamatórias, relacionadas a processos infecciosos ou imunológicos, e as máculas hipocrômicas, caracterizadas por áreas de despigmentação, como no vitiligo.
Portanto, a diferenciação entre esses tipos é fundamental para um diagnóstico preciso e conduta clínica adequada. Sendo assim, com o intuito de te ajudar a aprender mais sobre esse assunto, preparamos um artigo completo, com tudo que você precisa saber sobre mácula. Confira!
O que é a Mácula Melanótica?
A mácula melanótica é uma hiperpigmentação localizada na mucosa oral, resultante do aumento da atividade melanocítica sem proliferação celular anormal. Dessa maneira, trata-se de uma lesão benigna, geralmente assintomática, que pode surgir espontaneamente ou estar associada a fatores locais e sistêmicos.
A pigmentação ocorre devido ao aumento na deposição de melanina na camada basal do epitélio, sendo histologicamente semelhante a uma efélides (sardas) da pele.
Esse tipo de lesão pode estar relacionada à exposição solar nos lábios, fatores hormonais, predisposição genética e até mesmo ao uso de determinados medicamentos, como contraceptivos orais e tetraciclinas, sendo indispensável uma anamnese completa para descobrir a causa real.
Lesões Fundamentais da Mucosa Oral
A mucosa oral pode apresentar diversas lesões elementares, classificadas com base em sua morfologia e comportamento clínico. Sendo assim, as lesões fundamentais podem ser divididas em:
- Máculas: alterações de coloração sem alteração na espessura ou relevo da mucosa, como a mácula melanótica, também podendo se desenvolver em outras regiões do corpo humano, como olhos e pele.
- Pápulas e Nódulos: lesões elevadas, podendo ser benignas ou malignas, sendo necessário exame para identificar sua magnitude.
- Vesículas e Bolhas: lesões preenchidas por líquido, muitas vezes associadas a infecções virais ou doenças autoimunes.
- Úlceras: perda do epitélio, frequentemente causadas por traumas, infecções ou doenças sistêmicas.
- Placas e Tumores: lesões de maior gravidade, podendo representar condições pré-malignas ou neoplasias.
Dessa maneira, a correta classificação dessas lesões é essencial para a tomada de decisões clínicas, uma vez que algumas delas podem indicar condições graves que necessitam de intervenção imediata.
Principais características clínicas

A mácula melanótica apresenta-se como uma mancha pigmentada de coloração que varia do marrom-claro ao preto, podendo ter diâmetro de poucos milímetros a cerca de um centímetro. Além disso, possui as bordas bem definidas, a sua superfície é lisa e não há elevação ou ulceração.
As regiões mais afetadas incluem:
- Lábio inferior: principalmente em indivíduos com exposição solar frequente.
- Mucosa jugal: área comum para depósitos de melanina sem causa aparente.
- Palato duro: pode estar associado a síndromes genéticas.
- Gengiva: Menos comum, mas presente em alguns casos.
- Assoalho da boca: local onde é necessário maior atenção para diagnóstico diferencial.
As máculas melanóticas são lesões assintomáticas e estáveis, ou seja, não costumam aumentar de tamanho de forma significativa. No entanto, deve-se analisar criteriosamente qualquer alteração na coloração, forma ou tamanho de lesões bucais.
Diagnóstico Diferencial
O principal desafio do dentista é diferenciar a mácula melanótica de outras pigmentações orais, como:
- Nevo melanocítico: apresenta aspecto semelhante, mas, geralmente, pode se apresentar levemente elevado e de natureza congênita ou adquirida.
- Melanoma oral: lesão maligna de crescimento rápido, com bordas irregulares e alteração na coloração, podendo apresentar sangramento ou ulceração.
- Pigmentação por amálgama: caracteriza-se por coloração azulada ou acinzentada e está geralmente associada a restaurações dentárias metálicas.
- Doenças sistêmicas: algumas condições, como a doença de Addison e a síndrome de Peutz-Jeghers, podem causar pigmentações mucosas generalizadas.
- Melanose do fumante: pigmentação difusa na mucosa oral, comum em pacientes tabagistas devido à estimulação crônica dos melanócitos.
O diagnóstico clínico da mácula melanótica geralmente é suficiente, mas, em casos duvidosos ou se houver alterações suspeitas (crescimento rápido, bordas irregulares ou alteração de cor), deve se realizar biópsia descartar qualquer malignidade.
Exames Complementares
Quando há dúvida diagnóstica, a biópsia excisional ou incisional com análise histopatológica é recomendada.
Além disso, o exame histológico confirma a presença de melanina na camada basal do epitélio sem alterações displásicas.
Ademais, em casos de múltiplas pigmentações na cavidade oral, exames laboratoriais para investigar doenças sistêmicas podem ser indicados.
Tratamento e conduta clínica
A mácula melanótica é uma lesão benigna e geralmente não requer tratamento. No entanto, algumas situações podem exigir intervenção:
- Preocupação estética: alguns pacientes podem desejar a remoção por razões estéticas, especialmente quando a lesão está em áreas visíveis, como o lábio inferior.
- Dúvida diagnóstica: em casos suspeitos, a excisão cirúrgica pode ser realizada para análise histopatológica.
As opções terapêuticas incluem:
- Excisão cirúrgica: método definitivo, indicado para lesões suspeitas ou esteticamente indesejadas.
- Laserterapia: Procedimento minimamente invasivo para remoção da pigmentação superficial.
- Acompanhamento clínico: em casos típicos, a observação periódica é suficiente para garantir que não haja alterações no comportamento da lesão.
Prognóstico e Monitoramento
O prognóstico da mácula melanótica é excelente, uma vez que a lesão é benigna e não apresenta risco de malignização. Contudo, o acompanhamento clínico deve ser realizado, especialmente se houver fatores de risco para câncer oral, como histórico familiar, tabagismo e exposição solar excessiva.
Pacientes devem ser orientados a relatar qualquer alteração na cor, tamanho ou formato da lesão. Fotografias intraorais periódicas podem ser úteis para monitoramento e documentação da evolução da pigmentação.
Concluindo, a mácula melanótica é uma condição benigna comum na cavidade oral e deve ser reconhecida pelo dentista para evitar exames ou tratamentos desnecessários. No entanto, o diagnóstico diferencial é essencial para excluir patologias mais graves.
Além disso, o conhecimento aprofundado sobre as lesões pigmentares da mucosa oral permite um manejo clínico seguro e eficaz, garantindo a tranquilidade do paciente e a adoção de condutas apropriadas.
Outro ponto importante, é conscientizar os pacientes sobre a importância do acompanhamento regular, além de educar os pacientes sobre sinais de risco, sendo ações fundamentais para um atendimento odontológico completo e de qualidade.