Você sabia que, além das nomenclaturas individuais de cada dente, também existe a numeração dos dentes, além de cada um possuir funções específicas? Hoje vamos abordar um pouco mais deste assunto, e entender como é feita, e qual a necessidade dessas classificações serem tão específicas.
O dente é uma das estruturas anatômicas e histológicas mais individuais e complexas do corpo. Sua composição tecidual é encontrada no interior da cavidade oral, limitada às estruturas dentárias.
Além disso, a anatomia do dente é, simultaneamente, interessante e desafiadora, uma vez que exige, inclusive, conhecimentos da anatomia da cabeça e do pescoço.
O dente humano, em particular, é muito especial: ele cresce duas vezes durante a vida, são estruturas essenciais para a digestão mecânica dos alimentos e oferecem suporte a algumas características faciais.
Qual a importância da numeração dos dentes?
A classificação numérica dos dentes é crucial por ser reconhecida internacionalmente e utilizada por profissionais da odontologia de todo o mundo.
Tal sistema é de uma convenção internacional, e auxilia o dentista a fazer identificações mais rapidamente. Tal convenção é chamada de Notação Dentária Internacional ou Notação Dentária – FDI (Federação Dentária Internacional).
Desse modo, o código de números dos dentes facilita a troca de informações e o estudo da anatomia dos dentes. Assim, o atendimento de um paciente brasileiro que esteja em outro país, por exemplo, também é beneficiado pelo sistema.
Quantos dentes cada pessoa tem?
Bom, essa pode ser uma das primeiras peguntas que se vem em mente ao falarmos sobre a numeração dentária. Porém, a resposta depende de um principal fator: a idade.
Conforme já mencionado, os dentes humanos possuem 2 fases de crescimento ao longo da vida, e explicaremos suas variações a seguir:
Dentes de leite:
Os dentes decíduos, também vulgarmente conhecidos como dentes de leite, são os primeiros dentes a nascerem na arcada dentária. Assim, seu aparecimento se dá, geralmente, nos primeiros meses de vida.
Ao todo, as crianças têm 20 dentes de leite: 10 na parte superior e 10 na parte inferior da boca. E, apesar de temporários, eles possuem extrema importância para o desenvolvimento dos pequenos.
Estes dentes atuam como marcadores de posição para os dentes permanentes, que virão após sua queda a partir dos seis anos. Este processo continua até o começo da adolescência.
Dentes de Adulto:
Agora, os adultos possuem mais dentes, conhecidos como dentes permanentes, num total de 32 “peças”. Entre eles, há 8 incisivos, 4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares (incluindo os 4 dentes do siso). A maioria das pessoas tem todos os dentes de adulto quando chega à adolescência.
Todavia, é comum que, nos adultos, os dentes do siso sejam extraídos por não haver espaço para seu crescimento ou desenvolvimento de forma cômoda, ou sem provocar o desalinhamento de outros dentes.
Anatomia do dente:
Inicialmente, antes de falarmos sobre como é feito a classificação numérica dos dentes, vamos abordar um pouco mais sobre sua anatomia geral, bem como as funções específicas de cada um dos tipos de dente que possuímos.
Primeiramente, podemos citar a:
Coroa
Parte superior do dente, geralmente é a única parte visível. O formato da coroa determina a função do dente.
Por exemplo, os dentes anteriores são mais afiados, têm a forma de um cinzel e servem para cortar, enquanto os molares têm superfície plana e servem para triturar os alimentos.
Linha de junção dos dentes e da gengiva
sem a escovação e uso adequado do fio dental, nesta área podem se formar a placa e o tártaro, causando gengivite e outros males.
Raiz
Parte do dente que está dentro do osso. A raiz, que mantém o dente inserido no osso, constitui aproximadamente dois terços do seu tamanho.
Posteriormente, no que diz respeito a estrutura do dente podemos citar:
Esmalte
A camada mais externa da superfície do dente. É o tecido mais duro e mineralizado de todo o corpo humano, mas pode ser danificado se os dentes não forem higienizados adequadamente.
Dentina
Camada dentária situada abaixo do esmalte. Se a cárie conseguir atravessar o esmalte, ela passa a atacar a dentina, onde há milhões de pequenos túbulos indo diretamente à polpa do dente.
Polpa
Tecido mole situado no centro do dente, onde se encontram o nervo e os vasos sanguíneos. Quando a cárie atingir essa área, as pessoas geralmente sentem dor.
Cada dente tem uma função ou tarefa específica (Consulte a ilustração do arco dental nesta seção e identifique cada tipo de dente):
- Incisivos: dentes frontais afiados em forma de cinzel (quatro superiores, quatro inferiores) para cortar os alimentos;
- Caninos: dentes com pontas agudas (cúspides) que rasgam os alimentos;
- Pré-molares: dentes com duas pontas (cúspides) na superfície, para esmagar e moer os alimentos;
- Molares: trituram os alimentos, estes dentes possuem várias cúspides na superfície de mordida.
Como é feita a numeração dos dentes?
Aprofundando um pouco mais sobre o tema, é necessário explicarmos como é feito o mapeamento para a numeração de cada dente. O sistema de notação dentária divide a boca em quadrantes, a partir do ponto de vista odontológico. São eles:
- Quadrante 1: Superior Direito;
- Quadrante 2: Superior Esquerdo;
- Quadrante 3: Inferior Esquerdo;
- Quadrante 4: Inferior Direito.
Posteriormente, os próprios dentes também recebem números, os quais iremos apresentar após suas nomenclaturas, sendo classificados como:
- Incisivo Central – 1;
- Incisivo Lateral – 2;
- Canino – 3;
- Primeiro pré-molar – 4;
- Segundo pré-molar – 5;
- Primeiro molar – 6;
- Segundo molar – 7;
- Terceiro molar – 8.
Dessa maneira, a tabela com os números de cada dente é formada a partir da união dos dois quesitos dados. Por exemplo:
Os dentes superiores localizados no lado direito seriam os:
- 11: Incisivo central superior direito;
- 12: Incisivo lateral superior direito;
- 13: Canino superior direito.
Tal como, os superiores localizados no lado esquerdo seriam os:
- 21: Incisivo central superior esquerdo;
- 22: Incisivo lateral superior esquerdo;
- 23: Canino superior esquerdo.
Já os inferiores direitos e esquerdo, por sua vez, seriam, por exemplo, os 31: Incisivo central inferior esquerdo e 41: Incisivo central inferior direito, respectivamente. Em suma, para realizar o mapeamento dos dentes, basta seguir o quadrante + dente e seus respectivos lados, direito ou esquerdo.
Numeração dos Dentes de Leite:
Conforme apontado, a arcada decídua apresenta diferenças quando comparada à arcada permanente, como o tamanho dos dentes e a ausência de dentes pré-molares.
Dessa maneira, sua numeração também é diferenciada, contendo uma classificação numérica específica.
Nomenclatura dentária universal
Este sistema enumera de forma consecutiva todas as peças dentárias, de 1 a 32, começando pelo quadrante superior direito.
Neste caso, o número 1 seria utilizado para designar o terceiro molar superior direito, enquanto o 16 seria o mesmo dente, mas da zona esquerda.
Para os quadrantes inferiores, começa-se a contar pelo número 17 para indicar o terceiro molar inferior esquerdo, até chegar ao número 32.
Nomenclatura por quadrantes de Palmer
Neste sistema, cada peça dentária recebe um número de 1 a 8 a partir do centro da boca, e é necessário esclarecer a qual dos quadrantes pertence, além de ser superior ou inferior.
Para os dentes de leite são utilizados números romanos, de I a V, ou as primeiras letras do alfabeto, de “a” até “e”.
Em resumo, a numeração dos dentes automatiza e facilita o trabalho do dentista, auxiliando na análise da arcada dentária, e possibilitando uma linguagem única para um melhor alcance de tratamento. Agora que você já sabe a numeração dos dentes, cuide do sorriso do seu paciente da maneira correta.