A Odontogeriatria é uma especialidade relativamente nova, sendo reconhecida pelo Conselho Federal de Odontologia no ano de 2000. Dessa forma, o objetivo dessa especialidade é fornecer uma Odontologia preventiva, reabilitadora e curativa para os idosos.
O cuidado da saúde bucal dos idosos vai muito além da saúde geral. Sendo assim, ela proporciona autoestima, conforto, socialização, possibilidade de se alimentar com conforto, estética, entre outros aspectos importantes para os maiores de 60 anos.
Além disso, a Odontogeriatria tem se tornado uma especialidade promissora no mercado! Isso se deve ao fato da população brasileira apresentar uma tendência de envelhecimento, com um aumento de 17% na população idosa nos últimos 5 anos. Isso abre novas oportunidades para os dentistas atuarem nessa área.
Portanto, por ser uma área em crescimento e com grande potencial de atuação, preparamos um artigo com tudo que você precisa saber sobre essa especialidade.
Confira o nosso artigo e amplie suas possibilidades de atuação!
O que é Odontologia para idosos?
O termo geriatria é utilizado para especificar os profissionais da saúde que trabalham e cuidam especificamente de pessoas idosas. Dessa forma, eles são responsáveis por promover qualidade de vida, já que a expectativa de vida dos indivíduos tem se tornado cada vez mais duradoura.
Dessa forma, a Odontologia geriátrica se baseia nos mesmos conceitos, sendo focada em garantir a saúde bucal de pessoas idosas. Portanto, ela trabalha prevenindo e tratando os problemas bucais em pessoas da terceira idade.
Qual a importância da Odontogeriatria?
Os cuidados com a saúde oral devem se perpetuar por toda vida, entretanto, devem ser ainda mais intensos nos idosos. A atenção especial com pessoas com mais de 60 anos se deriva do processo de envelhecimento em si, que pode desencadear diversos problemas bucais.
Além dos problemas relacionados ao envelhecimento do organismo, os idosos costumam apresentar problemas como doenças crônicas, hipertensão e diabete. Portanto, essas condições podem afetar a saúde bucal e potencializar o risco de doenças.
Outro aspecto muito importante da Odontogeriatria está vinculado a qualidade de vida desse paciente!
Os problemas bucais podem afetar a capacidade de mastigação e fala, provocar dor e desconforto, além de proporcionar uma alimentação inadequada. Dessa maneira, se aumenta os riscos de desnutrição, em um público já propício a essa condição por outros fatores.
Sendo assim, o envelhecimento, apesar de ser um processo natural, traz inúmeras mudanças para o organismo, como perda de dentes, retração gengival, aumento da sensibilidade dentária, ressecamento de boca, dificuldade de higienização, dentre outros.
Logo, essa área de atuação atua proporcionando melhor qualidade de vida aos idosos, prevenindo e tratando os problemas bucais que possam comprometer a saúde do paciente. Portanto, os cuidados com a boca são fundamentais para evitar o surgimento de várias doenças, além de garantir uma alimentação adequada e autoestima do paciente idoso.
Problemas bucais relacionados ao envelhecimento
O envelhecimento, de uma forma geral, traz diversos desequilíbrios bucais, dentre eles, os mais comuns são:
• Prótese dentária: é comum, pacientes com mais de 60 anos utilizarem prótese dentária. Portanto, deve-se reforçar que os cuidados com a prótese dentária devem ser os mesmos efetuados para dentes permanentes, levando em consideração as peculiaridades de cada tipo de prótese;
• Higiene bucal: é importante orientar o paciente que os cuidados com a higiene da saúde bucal devem ser mantidos, indicando sempre o uso de creme dental com flúor;
• Saburra lingual: outra condição comum na terceira idade é a presença dessa placa esbranquiçada no dorso da língua, sendo de fácil remoção. Deve-se indicar o paciente a limpar a língua diariamente, podendo ser com a própria escova durante a escovação, ou com raspadores de língua e/ou gaze úmida.
• Perda de saliva: a “boca seca” é uma reclamação constante entre os pacientes idosos, podendo possuir várias causas, como uso de medicamentos, baixa ingestão de líquidos e demais condições. Nesses casos, é interessante recomendar o uso de gomas de mascar, aumento do consumo de água, podendo indicar água saborizada para melhor aceitação, e em casos mais severos, uso de saliva artificial.
Implante dentário é possível em pacientes geriátricos?
Sim, é possível realizar implantes odontológicos em pacientes geriátricos. A odontogeriatria, que é a área da odontologia voltada para o cuidado com a saúde bucal dos idosos, frequentemente lida com casos em que a reposição de dentes perdidos é necessária para melhorar a qualidade de vida do paciente.
No entanto, há alguns fatores importantes a serem considerados antes de decidir pela realização de um implante odontológico em pacientes idosos:
• Saúde Geral do Paciente: Avaliação da condição geral de saúde do paciente é crucial. Doenças crônicas como diabete, hipertensão e osteoporose precisam estar sob controle.
• Estado da Saúde Bucal: A saúde bucal geral, incluindo a quantidade e qualidade do osso maxilar, é um fator determinante para a viabilidade dos implantes. Em alguns casos, pode ser necessário realizar enxertos ósseos antes do implante.
• Medicação: Alguns medicamentos podem interferir no processo de osseointegração (união do implante ao osso). A revisão da medicação do paciente é fundamental.
• Expectativas Realistas: É importante discutir com o paciente e seus familiares sobre as expectativas e os resultados esperados, bem como os cuidados necessários após o procedimento.
• Capacidade de Higiene Bucal: Avaliar se o paciente tem a capacidade de manter uma boa higiene bucal após a colocação dos implantes, pois isso é crucial para o sucesso a longo prazo.
Quando bem indicados e executados, os implantes odontológicos podem proporcionar uma melhora significativa na função mastigatória, estética e na qualidade de vida dos pacientes idosos. Portanto, com uma avaliação cuidadosa e um planejamento adequado, os implantes podem ser uma excelente opção de tratamento na odontogeriatria.
Sistema estomatognático dos idosos
O sistema estomatognático do idoso refere-se ao conjunto de estruturas bucais e faciais responsáveis por funções essenciais como mastigação, deglutição, fala e expressão facial. Com o envelhecimento, esse sistema pode sofrer diversas alterações que impactam a saúde e a qualidade de vida dos idosos. Essas mudanças incluem:
- Dentes: Desgaste natural, perda dentária, cáries radiculares, e doenças periodontais são comuns. A perda de dentes pode levar a dificuldades na mastigação e comprometer a nutrição.
- Gengivas: Recessão gengival e aumento da susceptibilidade a inflamações e infecções são frequentes, podendo resultar em periodontite, que pode causar a perda adicional de dentes.
- Ossos: A perda óssea na mandíbula e maxila é uma consequência do envelhecimento e pode ser acelerada pela perda dentária, dificultando o uso de próteses.
- Mucosa Oral: A mucosa pode se tornar mais fina e menos elástica, aumentando o risco de lesões e infecções.
- Glândulas Salivares: A produção de saliva tende a diminuir com a idade, condição conhecida como xerostomia (boca seca), que pode dificultar a fala, a deglutição e aumentar o risco de cáries e infecções.
- Articulação Temporomandibular (ATM): Problemas na ATM, como artrite, podem causar dor e dificuldade nos movimentos mandibulares.
As mudanças causadas pelo envelhecimento necessitam de uma abordagem específica por parte dos dentistas, incluindo todos os aspectos da odontologia como prevenção, diagnóstico e tratamento, garantindo a saúde de todo sistema estomatognático do paciente de terceira idade.
Quanto ganha um odontogeriatra?
A Odontogeriatria, como já mencionado, é uma área com grande potencial de mercado. A remuneração dos dentistas que atuam nessa área depende da cidade onde o serviço é prestado, consultório, especialização, dentre outras características de impacto.
Entretanto, o salário médio de um dentista geriátrico possui piso salarial de R$ 5000,00, podendo evoluir para ganhos mensais de R$ 9000,00 ou mais.
Especialização em Odontogeriatria
A especialização em Odontogeriatria visa capacitar o dentista no atendimento de pacientes maiores de 60 anos. A especialização visa a legalidade de atuação do profissional na área, em casos de comprometimento jurídico, além de um atendimento específico para a demanda desse público.
Ainda, a especialização em odontologia geriátrica visa capacitar os profissionais com fundamentos técnicos e científicos, para excelência na realização de procedimentos preventivos, curativos e restauradores, sendo estes em locais fixos, domiciliares, day clinic e ambientes hospitalares.
Dentista domiciliar para idosos
Entre algumas das demandas que o dentista geriátrico tem que assumir, está relacionado a necessidade de atendimento odontológico domiciliar. Entretanto, essa questão costuma ser um desafio para os dentistas, já que não é possível deslocar todo o aparato para a realização de procedimentos e consultas que se tem em um consultório odontológico.
Por outro lado, deve se pensar na saúde, conforto e acessibilidade desses pacientes, que são impossibilitados de se mover até um consultório odontológico.