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Josiane Codental

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Doenças odontológicas

Placa bacteriana: o que é, prevenção e tratamento

Placa bacteriana

A placa bacteriana é uma película viscosa, formada por bactérias e restos de alimentos contidos e acumulados na superfície da gengiva e dos dentes.

O que é a placa bacteriana?

A cavidade bucal é composta por microorganismos compondo a microbiota oral. Estima-se que mais de 700 espécies microbianas vivem em nossa boca em condições saudáveis, ou seja, em eubiose.

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A microbiota oral eubiótica produz uma película no dente oriunda de produtos precipitados de saliva e restos alimentares denominada placa bacteriana ou biofilme dental.

Certamente o mecanismo que a mantém saudável relaciona-se com a remineralização que ocorre após a ingestão alimentar. Portanto, quando não há equilíbrio nesse processo de remineralização podemos chamar a condição de desbiose.

A placa bacteriana é um somatório de resíduos salivares que, desprovida de remineralização permite a colonização de bactérias que alteram a propriedade dentaria, causando patologias.

Causas da placa bacteriana

A saliva tem um importante papel na prevenção do surgimento da placa bacteriana, pois exerce sobre o esmalte dentário a remineralização dentária.

O esmalte dentário em contato com um pH mais ácido resulta na desmineralização desta superfície. Portanto, a saliva age como agente remineralizante, inibindo o surgimento das placas.

Dessa maneira, agentes inibidores da remineralização do esmalte são as causas do problema.

Maus hábitos de higiene

Não escovar os dentes, não usar o fio dental após as refeições e não visitar regularmente o dentista, inibem a regulação do pH do meio bucal.

Entretanto, medidas como a correta escovação dentária e adoção do uso do fio dental, além de visitas regulares para limpeza das bolsas gengivais, melhoram o pH bucal e diminuem o surgimento do biofilme dental.

Vale ressaltar que a escovação deve ser realizada após 30 minutos da ingestão de alimentos devido à ação dos agentes do processo de digestão do trato gastrointestinal que se iniciam ainda na cavidade oral.

Gengivite

A gengivite consiste na inflamação gengival, seja em um único sítio, ou em todos os sítios da arcada dentaria. Inúmeros fatores provocam a gengivite, dentre eles:

  • Má higiene;
  • Alterações hormonais;
  • Hipossalivação;
  • Uso de medicamentos;
  • Patologias como canceres e epilepsia.

O acompanhamento odontológico com práticas de higiene diminuem o desenvolvimento da placa bacteriana. Além disso, em caso do uso de condições associadas a hipossalivação, salivas artificiais são indicadas para o tratamento, controlando o pH bucal, melhorando as condições bucais.

Periodontite

A periodontite é uma condição mais complexa que a gengivite, pois além de prejudicar os tecidos gengivais, abrange partes da estrutura que faz a junção óssea a gengiva aderia, ou seja, o ligamento periodontal.

Diante da complexidade e gravidade desta condição, o paciente acaba por submeter-se a cirurgias de descolamento da gengiva para remoção da placa bacteriana, além de controle medicamentoso com antibióticos, anti-inflamatórios e mais atenção aos hábitos de higiene.

Cárie dentária

A cárie gera cavitações dentárias e causa destruição do esmalte do dente.

Assim como nas condições descritas acima, a cárie se desenvolve a partir da falha na remineralização do esmalte, onde o pH do meio bucal permanece ácido, favorecendo o início desta cavitação.

Uma dieta irregular, o consumo de alimentos cariogênicos como açúcares e gorduras, favorecem um meio bucal mais ácido, onde, na ausência de elementos neutralizadores deste pH, promovem o surgimento da cárie.

A prevalência da cárie ainda é maior na infância, embora acometa o público adulto.

Medidas como a fluoretação das águas, campanhas preventivas, acompanhamento nutricional e odontológico, diminuem a incidência de cárie por placas bacterianas.

Como diagnosticar a placa bacteriana?

A placa bacteriana não pode ser observada a olho nu em seu estágio inicial.

Entretanto, a medida que ocorre a deposição dessa matriz, podemos observar uma linha saliente de coloração branca ou amarelada.

Em primeiro lugar, surge nas interproximais de dentes de difícil acesso e limpeza com a escovação e uso de fio dental.

Porém, existem recursos clínicos para demonstrar ao paciente a presença de placa bacteriana.

O evidenciador de placa, produto odontológico indicado para demonstração visual da presença das placas, tem manejo simples e bons resultados.

Quando aplicado o evidenciador na superfície dentária, a coloração se difere, tornando assim, a visualização presente ao olho nu.

O que fazer para remover a placa bacteriana?

A remoção da placa bacteriana é feita mecanicamente.

Entretanto, é importante dizer que medidas preventivas evitam a necessidade de remoção. Porém, quando é necessária a remoção da placa bacteriana, esta é feita de três formas:

  • Remoção de placa por instrumentos de raspagem manuais;
  • Remoção de placa por ponteiras ultrassônicas e jatos de bicarbonato;
  • Remoção cirúrgica, através da retalhação de tecido gengival para raspagem manual de placa subgengival.

Vale ressaltar que a formação das placas se dá, no momento que ocorre o encontro ácido.

O pH baixo não neutralizado torna o ambiente suscetível à formação de placa bacteriana e este acúmulo bacteriano formam a matriz denominada tártaro.

Escovar os dentes 30 minutos após as refeições, assim como o uso do fio dental, promove a remoção imediata da matriz da placa bacteriana e a remineralização do esmalte dentário.

Em suma, a placa bacteriana é uma condição que surge na falha da desmineralização/remineralização do meio bucal, onde uma matriz associada de restos alimentares e saliva, tornam o ambiente suscetível para o desenvolvimento bacteriano.

Medidas de prevenção, como correta higienização, uso de fio dental, adequada alimentação, diminuem a possibilidade de complicações decorrentes da placa bacteriana.

O acompanhamento especializado odontológico, favorece igualmente ao não surgimento da placa bacteriana, promovendo saúde bucal e preservação dental.

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