A placa bacteriana é uma película viscosa, formada por bactérias e restos de alimentos contidos e acumulados na superfície da gengiva e dos dentes.
O que é a placa bacteriana?
A cavidade bucal é composta por microorganismos compondo a microbiota oral. Estima-se que mais de 700 espécies microbianas vivem em nossa boca em condições saudáveis, ou seja, em eubiose.
A microbiota oral eubiótica produz uma película no dente oriunda de produtos precipitados de saliva e restos alimentares denominada placa bacteriana ou biofilme dental.
Certamente o mecanismo que a mantém saudável relaciona-se com a remineralização que ocorre após a ingestão alimentar. Portanto, quando não há equilíbrio nesse processo de remineralização podemos chamar a condição de desbiose.
A placa bacteriana é um somatório de resíduos salivares que, desprovida de remineralização permite a colonização de bactérias que alteram a propriedade dentaria, causando patologias.
Causas da placa bacteriana
A saliva tem um importante papel na prevenção do surgimento da placa bacteriana, pois exerce sobre o esmalte dentário a remineralização dentária.
O esmalte dentário em contato com um pH mais ácido resulta na desmineralização desta superfície. Portanto, a saliva age como agente remineralizante, inibindo o surgimento das placas.
Dessa maneira, agentes inibidores da remineralização do esmalte são as causas do problema.
Maus hábitos de higiene
Não escovar os dentes, não usar o fio dental após as refeições e não visitar regularmente o dentista, inibem a regulação do pH do meio bucal.
Entretanto, medidas como a correta escovação dentária e adoção do uso do fio dental, além de visitas regulares para limpeza das bolsas gengivais, melhoram o pH bucal e diminuem o surgimento do biofilme dental.
Vale ressaltar que a escovação deve ser realizada após 30 minutos da ingestão de alimentos devido à ação dos agentes do processo de digestão do trato gastrointestinal que se iniciam ainda na cavidade oral.
Gengivite
A gengivite consiste na inflamação gengival, seja em um único sítio, ou em todos os sítios da arcada dentaria. Inúmeros fatores provocam a gengivite, dentre eles:
- Má higiene;
- Alterações hormonais;
- Hipossalivação;
- Uso de medicamentos;
- Patologias como canceres e epilepsia.
O acompanhamento odontológico com práticas de higiene diminuem o desenvolvimento da placa bacteriana. Além disso, em caso do uso de condições associadas a hipossalivação, salivas artificiais são indicadas para o tratamento, controlando o pH bucal, melhorando as condições bucais.
Periodontite
A periodontite é uma condição mais complexa que a gengivite, pois além de prejudicar os tecidos gengivais, abrange partes da estrutura que faz a junção óssea a gengiva aderia, ou seja, o ligamento periodontal.
Diante da complexidade e gravidade desta condição, o paciente acaba por submeter-se a cirurgias de descolamento da gengiva para remoção da placa bacteriana, além de controle medicamentoso com antibióticos, anti-inflamatórios e mais atenção aos hábitos de higiene.
Cárie dentária
A cárie gera cavitações dentárias e causa destruição do esmalte do dente.
Assim como nas condições descritas acima, a cárie se desenvolve a partir da falha na remineralização do esmalte, onde o pH do meio bucal permanece ácido, favorecendo o início desta cavitação.
Uma dieta irregular, o consumo de alimentos cariogênicos como açúcares e gorduras, favorecem um meio bucal mais ácido, onde, na ausência de elementos neutralizadores deste pH, promovem o surgimento da cárie.
A prevalência da cárie ainda é maior na infância, embora acometa o público adulto.
Medidas como a fluoretação das águas, campanhas preventivas, acompanhamento nutricional e odontológico, diminuem a incidência de cárie por placas bacterianas.
Como diagnosticar a placa bacteriana?
A placa bacteriana não pode ser observada a olho nu em seu estágio inicial.
Entretanto, a medida que ocorre a deposição dessa matriz, podemos observar uma linha saliente de coloração branca ou amarelada.
Em primeiro lugar, surge nas interproximais de dentes de difícil acesso e limpeza com a escovação e uso de fio dental.
Porém, existem recursos clínicos para demonstrar ao paciente a presença de placa bacteriana.
O evidenciador de placa, produto odontológico indicado para demonstração visual da presença das placas, tem manejo simples e bons resultados.
Quando aplicado o evidenciador na superfície dentária, a coloração se difere, tornando assim, a visualização presente ao olho nu.
O que fazer para remover a placa bacteriana?
A remoção da placa bacteriana é feita mecanicamente.
Entretanto, é importante dizer que medidas preventivas evitam a necessidade de remoção. Porém, quando é necessária a remoção da placa bacteriana, esta é feita de três formas:
- Remoção de placa por instrumentos de raspagem manuais;
- Remoção de placa por ponteiras ultrassônicas e jatos de bicarbonato;
- Remoção cirúrgica, através da retalhação de tecido gengival para raspagem manual de placa subgengival.
Vale ressaltar que a formação das placas se dá, no momento que ocorre o encontro ácido.
O pH baixo não neutralizado torna o ambiente suscetível à formação de placa bacteriana e este acúmulo bacteriano formam a matriz denominada tártaro.
Escovar os dentes 30 minutos após as refeições, assim como o uso do fio dental, promove a remoção imediata da matriz da placa bacteriana e a remineralização do esmalte dentário.
Em suma, a placa bacteriana é uma condição que surge na falha da desmineralização/remineralização do meio bucal, onde uma matriz associada de restos alimentares e saliva, tornam o ambiente suscetível para o desenvolvimento bacteriano.
Medidas de prevenção, como correta higienização, uso de fio dental, adequada alimentação, diminuem a possibilidade de complicações decorrentes da placa bacteriana.
O acompanhamento especializado odontológico, favorece igualmente ao não surgimento da placa bacteriana, promovendo saúde bucal e preservação dental.