A radiografia periapical é de grande importância clínica como auxiliar no diagnóstico, planejamento e execução dos diversos tipos de tratamentos odontológicos, sejam esses preventivos, corretivos ou reabilitadores.
Portanto, neste texto vamos descrever tudo que você precisa saber sobre radiografia periapical.
Técnicas radiográficas
Em suma, as técnicas radiográficas utilizadas em Odontologia apresentam-se divididas em dois grupos: as intrabucais e as extrabucais.
Sendo assim, nas técnicas intrabucais, o receptor de imagem é posicionado no interior da cavidade bucal. Já nas técnicas extrabucais, o receptor de imagem é posicionado fora da boca do paciente.
Portanto, o uso das técnicas extraorais permite o uso de filmes maiores e, consequentemente, proporcionando uma área de abrangência maior, porém, apresenta mais distorções.
Consequentemente, as radiografias intraorais permitem uma visualização mais precisa de determinadas áreas.
Radiografia periapical
A radiografia periapical é conhecida também como raio-x periapical. É um exame de imagem intraoral, que utiliza raios-x para avaliação tanto da coroa quanto da região radicular.
Desse modo, as radiografias periapicais mostram os dentes detalhadamente, sendo realizadas por região de forma isolada, abrangendo 2 a 3 dentes por imagem.
Sendo assim, para a realização de um levantamento periapical, ou seja, para a avaliação de todos os dentes serão necessárias 14 imagens.
Indicações da radiografia periapical
- Diagnóstico de lesões cariosas, principalmente interproximal e cáries secundárias
- Avaliação endodôntica
- Tratamento endodôntico
- Visualização de lesões periapicais
- Avaliação de problemas nas coroas, raízes e osso alveolar
- Observação de perdas ósseas e de qualidade óssea
- Avaliação de restaurações dentárias
- Diagnóstico de cistos, cálculos salivares, lesões neoplásicas e presença de corpos estranhos
- Observar os implantes dentários.
Técnica da radiografia periapical
Logo, para que a imagem gerada tenha qualidade satisfatória é importante que a técnica seja executada corretamente e sejam observadas tanto a angulação, quanto a posição dos filmes.
Técnica periapical da bissetriz ou do Cone Curto
O uso desta técnica foi descrito há muitos anos, em 1907, por Cieszynski. Ele descreveu uma regra que foi fundamental, apoiada num teorema geométrico, a Lei de Isometria de Cieszynski.
Em suma, esta técnica afirma que dois triângulos são iguais quando compartilham um lado completo, com dois ângulos iguais.
Sendo assim, ele idealizou a sua regra, que diz: “O ângulo formado pelo longo eixo do dente e o longo eixo do filme resultará em uma bissetriz na qual o feixe de raios-x deverá incidir perpendicularmente”.
Com isso, o resultado radiográfico apresentará as mesmas proporções do objeto radiografado.
Porém, estudos afirmam que grande parte dos erros na execução das radiografias periapicais se dá pelo incorreto posicionamento. Para reduzir essas falhas foram desenvolvidos os posicionadores radiográficos.
Técnica do paralelismo ou do Cone Longo
Para a realização da técnica do paralelismo é necessário a utilização de posicionadores de filmes radiográficos.
Sendo assim, é uma técnica em que se mantêm o longo eixo do dente e a superfície do filme paralelos e projetam-se os raios-x perpendicularmente a ambos (ortorradial).
Portando, principalmente na região maxilar, devido às condições anatômicas, o filme radiográfico ficará mais afastado do dente para propiciar o paralelismo.
Passos para a radiografia periapical – Técnica da bissetriz
Para ambas as técnicas os filmes utilizados são: 3 X 4 cm, tamanho padrão para adultos e 2,2 x 3 cm, utilizado para as crianças.
Como citado acima, para evitar distorções pode-se usar os posicionadores radiográficos, com estes o paciente firme o posicionador com a oclusão dos dentes.
Posicionamento da cabeça do paciente:
Após colocar o avental protetor no paciente, este deve ser posicionado corretamente na cadeira.
Maxila
Sendo assim, para radiografar a maxila o Plano Sagital Mediano ficará perpendicular ao chão e o Plano de Camper deverá ficar paralelo ao chão.
O paciente deve olhar para o chão.
Mandíbula
Assim sendo, para radiografar a mandíbula o Plano Sagital Mediano deverá ficar perpendicular ao chão e o Plano de Oclusão paralelo ao chão.
Portanto, o paciente olha para cima.
Posicionamento do filme radiográfico
Desse modo, o picote da película radiográfica é posicionado voltado para o plano oclusal.
Quando a radiografia é realizada em Incisivos e Caninos o filme ficará na posição vertical. Portanto, quando o objetivo é radiografar Pré-molares e Molares a película ficará na posição horizontal.
Sendo assim, a borda do filme ficará ultrapassando em 5mm o plano oclusal.
Manutenção do filme na cavidade bucal
Assim sendo, o paciente firma o filme em posição utilizando o dedo polegar na maxila e quando a radiografia é feita para mandíbula usa-se o dedo indicador.
A distância focal é de 20 cm e é obtida encostando o cilindro na face do paciente.
Tempo de exposição e processamento radiográfico
Logo, o tempo de exposição e processamento radiográficos devem-se seguir as recomendações dos fabricantes.
Radiografia periapical digital
As radiografias digitais trazem melhorias para o profissional e para os pacientes. Portanto, com as imagens digitais, é possível enviar para qualquer dispositivo móvel, ou fixo.
Além disso, reduzem o impacto ao meio ambiente por não produzir resíduos.
A radiografia digital possui resolução de altíssima qualidade, com capacidade de melhorias com programas específicos para correção de imagens.
Consequentemente, também sendo armazenadas com facilidade em pastas no computador ou em drives de arquivos específicos para essa finalidade.
O aparelho de raio-x utilizado para a tomada radiográfica é o mesmo, porém utiliza-se no lugar da película radiográfica o sensor digital intraoral.
Erros cometidos na tomada radiográfica
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a qualidade inferior das imagens radiográficas pode estar ligada a redução na precisão dos diagnósticos.
Portanto, radiografias com baixa qualidade levam à repetição e, consequentemente, prejuízos biológicos e financeiros ao paciente, aumentando o tempo de trabalho do cirurgião-dentista.
Estudos apontam que 90,1% dos exames radiográficos apresentavam algum tipo de erro, seja de técnica, seja de processamento.
Em alguns estudos, os erros encontrados em virtude de processamento incorreto tiveram grande expressão (46,6%); ângulo vertical incorreto (21%) e enquadramento inadequado (19,5%) também foram considerados altos.
Assim sendo, em Radiologia, a realização da técnica periapical bem executada demanda conhecimento prévio dos passos a serem seguidos e dos detalhes a serem observados antes da tomada radiográfica.
Conclusão
A radiografia periapical conhecida também como raio-x periapical. É um exame de imagem intraoral, que utiliza raios-x para avaliação tanto da coroa quanto da região radicular.
Portanto, a qualidade inferior das imagens radiográficas, causada por erros pode estar ligada a redução na precisão dos diagnósticos.
Sendo assim, traz prejuízos biológicos e financeiros ao paciente, aumentando o tempo de trabalho do cirurgião-dentista.
Logo, o conhecimento e aprimoramento da técnica e processamento radiográfico é de suma importância.
Atualmente existem inúmeros recursos que auxiliam na diminuição dos erros, como o uso de radiografias digitais e posicionadores radiográficos.